15 agosto 2025

A IGREJA DESTEMIDA

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: Uma igreja que não teme a perseguição).

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, veremos que a Igreja de Jerusalém era uma Igreja destemida. Falaremos do testemunho com poder que os apóstolos deram, após serem libertos da prisão. Veremos ainda que eles estavam convictos da sua fé e, por isso, não negociaram os seus valores e decidiram obedecer a Deus incondicionalmente, contrariando às autoridades, sabendo que isso poderia custar a própria vida.


1. Testemunho com poder. Os apóstolos foram lançados na prisão por ordem das autoridades religiosas. Conforme falamos no tópico anterior, Deus enviou um anjo à noite, que os libertou da prisão e ordenou que eles voltassem ao templo para pregar. O sentimento humano em uma situação dessa, seria de receio e medo de voltar ao local onde tinham sido presos e ainda por cima, continuar pregando.  

Os apóstolos, no entanto, estavam cheios do poder do Espírito Santo, conforme estudamos na lição 04. Mesmo sabendo que corriam risco de serem presos, açoitados e até mortos como foi Jesus, eles não se intimidaram e continuaram a pregar, dispostos a suportar todo e qualquer sofrimento que lhes fosse imposto, por amor a Cristo. Esta ousadia não vinha deles mesmos, mas lhes foi concedida pelo Espírito Santo. 

Quando falamos de testemunho cristão, não nos referimos a um depoimento qualquer diante de uma autoridade. A palavra grega traduzida por testemunho é martyria, que deu origem à palavra portuguesa mártir e martírio. Refere-se ao testemunho de alguém a respeito de algo que viu, ouviu e tem convicção a ponto de dar a sua vida por aquela causa. Uma testemunha fiel de Cristo, tem a ousadia do Espírito Santo para pregar o Evangelho não onde quer, mas onde Deus mandar, independente se as pessoas aceitarão ou não a sua mensagem. 


2. Convictos de sua fé. Neste ponto, o comentarista repete o que vimos no terceiro ponto do primeiro tópico da lição 04, quando falamos que a Igreja de Jerusalém era uma Igreja perseverante, que estava convicta de sua fé. Até o título que ele usou aqui é o mesmo. Naquela lição, o comentarista escreveu o seguinte: “ Uma igreja cheia do Espírito Santo está convicta de sua fé. Não se apoia em suposições, mas em fatos (At 4.20). Os primeiros cristãos não apenas ouviram sobre Deus, mas também testemunharam suas obras.’

A fé é sinônimo de convicção, fidelidade e confiança. Segundo a concordância de Strong, a palavra grega pistis, traduzida por fé, “é a convicção da verdade de algo; No Novo Testamento, é uma convicção ou crença que diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e com as coisas divinas, geralmente com a idéia inclusa de confiança e fervor santo nascido da fé e unido com ela”. Portanto, não é possível ter fé em Deus sem ter convicção. 

Quem creu em Jesus de todo o coração, não negocia os seus valores, não é politicamente correto e não se adapta ao sistema deste mundo para evitar as perseguições. Diante da proibição aos apóstolos de pregar o Evangelho, sob graves ameaças, eles não se intimidaram e deram a seguinte resposta: “Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido!”. (At 4.19,20).

Esta atitude ousada dos apóstolos foi de desobediência às autoridades, pois não estavam dispostos a negociar a sua fé, mesmo que isso lhe causasse sofrimento, perseguição ou lhes custasse a própria vida. Em Romanos 13, o apóstolo Paulo recomendou aos cristãos que se sujeitassem às autoridades, pois estas foram constituídas por Deus (Rm 13.1-6). Esta sujeição, no entanto, não pode ser absoluta. Se as autoridades exigirem a negação da nossa fé, ou a renúncia dos nossos valores, não podemos nos sujeitar às suas exigências e afrontar as Escrituras. 

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