21 agosto 2025

SEGUINDO OS PRINCÍPIOS CRISTÃOS

(Comentário do 2° tópico da Lição 08: Uma Igreja que enfrenta os seus problemas)

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, falaremos dos princípios cristãos para a escolha dos diáconos. Devemos privilegiar o caráter dos candidatos ao exercício do diaconato: “boa reputação”. Devemos também considerar o exercício dos dons espirituais e a sabedoria de Deus na vida dos diáconos. O apóstolo Paulo, posteriormente, descreveu outros requisitos para a escolha dos diáconos.  

1. Privilegiando o caráter. Os apóstolos propuseram à Igreja a seguinte solução para o problema na assistência social da igreja: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At 6.3). O primeiro requisito que aparece aqui é que o diácono deve ser “de boa reputação”. 

A palavra grega traduzida por reputação aqui é martyreo, que significa “testemunha” ou “mártir”, ou seja alguém que creu em Jesus e está disposto a sacrificar a própria vida por Ele, se for necessário. A tradução mais adequada seria “de bom testemunho", como aparece na Nova Versão Internacional. 

Posteriormente, o apóstolo Paulo escrevendo a primeira epístola a Timóteo, no capítulo 3.8-11, acrescentou mais algumas exigências importantes para os candidatos ao diaconato, nas esferas moral, espiritual e familiar. No aspecto moral, os requisitos exigidos que estão relacionados ao caráter cristao são: 

a. Honestidade. Os diáconos cuidam dos recursos da Igreja e da distribuição de ajuda aos necessitados. Estas exigem honestidade e boa reputação, para não gerar desconfiança, murmuração ou escândalo. 

b. Honradez na palavra. Jesus disse que a palavra do crente deve ser sim, sim; não, não e o que passar disso, é de procedência maligna. (Mt 5.37). No caso dos diáconos, a exigência de honradez na palavra é maior ainda, pois, eles administram bens da comunidade, que precisa confiar no que eles dizem. 

c. Abstinência de vinho. O consumo de vinho e outras bebidas atrapalha nas decisões, pois, leva a pessoa à insensatez e ao desequilíbrio. Por isso, o diácono não deve consumir bebidas, outro tipo de alucinógeno, que venham alterar a sua percepção dos fatos. 

d. Não ser ganancioso. O crente não pode ser ganancioso ou avarento. Os diáconos, que administram os bens da Igreja, menos ainda. Uma pessoa gananciosa pode ser tentada a roubar ou desviar os bens sob sua custódia. Portanto, a ganância e avareza são incompatíveis com o diaconato. 

e. Devem ser provados. Paulo acrescentou que os diáconos devem ser provados e somente se forem irrepreensíveis, devem servir. Isso é importante, pois muitas pessoas se escondem, fingindo ser o que não são. Como não somos oniscientes, precisamos observar e fazer uma avaliação prévia, antes da pessoa exercer o diaconato.

No aspecto familiar, é exigido dos diáconos: “Que sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas”. (1 Tm 3.12). Ou seja, devem ter uma vida conjugal ajustada. O diácono deve ter um casamento monogâmico, heterossexual e vitalício. Deve também governar bem a própria casa e ter o respeito da esposa e filhos. É importante destacar que respeito se conquista pelo ensino e pelo exemplo e não se impõe pela força.

2. Exercitando os dons. Do ponto de vista espiritual, em Atos 6 é exigido que os diáconos sejam “cheios do Espírito Santo e de sabedoria”. Ser cheio do Espírito Santo no contexto de Atos dos Apóstolos, refere-se ao batismo no Espírito Santo e à ousadia para pregar a Palavra de Deus. É indispensável que o diácono tenha poder, autoridade, discernimento e sabedoria vindos de Deus, para administrar. 

Não basta aos diáconos terem a capacidade humana para administrar os recursos da Igreja. Precisam ser capacitados pelo poder do Espírito Santo e ter visão espiritual da missão da Igreja. É necessário ter sabedoria e discernimento, pois, é preciso ser justo, distribuindo os donativos com equidade, e não ser enganado por espertalhões. 

Nas orientações a Timóteo sobre os candidatos ao diaconato, no aspecto espiritual, o apóstolo disse que os diáconos devem “guardar o mistério da fé em pura consciência”. Esta expressão “o mistério da fé” refere-se ao Evangelho que esteve oculto antes de Cristo e foi revelado. (1 Co 2.7). Então, um diácono deve ter uma boa consciência do Evangelho. Precisa ser convertido de verdade e ter convicção da sua fé.

3. A função dos diáconos atualmente. Muitas coisas mudaram na sociedade e na Igreja, em mais de dois mil anos de história da Igreja. Evidentemente, as necessidades da Igreja também mudaram. Por isso, as funções de um diácono na Igreja atual é muito diferente dos tempos apostólicos. A função do diácono nos dias atuais varia de uma denominação para outra, pois, cada Igreja tem as suas características e necessidades. 

Além dos trabalhos de assistência social, nos dias atuais temos também as necessidades dos trabalhos nos templos em apoio à liderança da Igreja: recepção, segurança, recolhimento de contribuições, o serviço da Ceia do Senhor, secretaria, tesouraria e organização do templo durante os cultos. 

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