(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 07: Uma Igreja que não teme a perseguição)
Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, veremos que apesar de ser perseguida, a Igreja é protegida por Deus. Inicialmente falaremos dos livramentos que Deus deu aos apóstolos em meio à perseguição, por meio dos anjos. Na sequência, falaremos da prática da intercessão da Igreja durante a prisão do apóstolo Pedro. Por fim, falaremos do valor da oração em várias situações difíceis da Igreja Primitiva.
1. Um anjo de Deus. Conforme vimos no primeiro tópico, a Igreja do Senhor sempre foi e sempre será perseguida. Uns mais, outros menos e em esferas diferentes. Mas, certamente, haverá perseguição, onde a Igreja for fiel ao Senhor. Isto não significa que o Senhor deixará a sua Igreja desprotegida perante os seus algozes. De forma alguma!
O Senhor Jesus prometeu que estaria com eles todos os dias, até à consumação dos séculos. Ele cumpriu esta promessa, não apenas quando enviou o Espírito Santo para habitar neles, mas no meio das perseguições, eles experimentaram muitos livramentos e ouviram palavras de encorajamento do Senhor. O comentarista destacou aqui as ações dos anjos em favor da Igreja de Jerusalém, em meio às perseguições.
Nos dois casos de perseguição mencionados nesta lição, o Senhor enviou um anjo para libertar os seus servos da prisão. Em Atos 5, os apóstolos foram presos, mas de noite, um anjo do Senhor abriu as portas da prisão, tirou-os para fora e os mandou ao templo para pregar (At 5.18,19). No segundo relato, em Atos 12, Pedro foi preso e estava sob a guarda de dezesseis soldados, dormindo algemado a dois deles. Um anjo o despertou, as cadeias caíram das suas mãos e ele foi liberto da prisão.
Há ainda muitos casos envolvendo ações dos anjos no Livro de Atos. Os anjos são seres espirituais, criados por Deus e estão a serviço daqueles que hão de herdar a salvação. São numerosos e podem desaparecer de um lugar e aparecer em outro, em questão de minutos. Entretanto, como criaturas de Deus, eles não são onipresentes, oniscientes e onipotentes. Não devem ser adorados e não podemos orar a eles ou dar-lhes ordens. Os anjos cumprem as ordem de Deus. Portanto, é a Deus que devemos orar e Ele enviará o livramento, da forma que Ele quiser.
Com relação à proteção da Igreja é importante não confundir proteção com livramento. O fato de Deus estar conosco e nos proteger, não significa que Ele nos livrará de todas as perseguições. Deus enviou o seu anjo e libertou os apóstolos da prisão, em Atos 5, e libertou Pedro, em Atos 12. Porém, não livrou Estevão do apedrejamento em Atos 7, nem Tiago da espada, em Atos 12. Deus é soberano e pode não livrar os seus servos da prisão e morte. Mas, certamente estará conosco em todos os momentos para nós fortalecer e por fim, nos dará a coroa da justiça.
2. A intercessão da Igreja. O texto bíblico de Atos 12 não menciona as circunstâncias em que se deu a execução do apóstolo Tiago. Lucas relatou apenas que Herodes estendeu as mãos contra alguns da Igreja para os maltratar e matou à espada , Tiago, irmão de João. Não há informações no Livro de Atos sobre a atuação deste Tiago, mas ele era um dos três apóstolos mais próximos de Jesus, junto com Pedro e João. O outro Tiago, que aparece no capítulo 15, era o irmão de Jesus, que escreveu a Epístola de Tiago.
Certamente, a execução do primeiro apóstolo foi um choque para a Igreja. Sabendo que Pedro havia sido preso e seria o próximo da lista de Herodes, a Igreja se mobilizou para interceder por ele a Deus. Intercessão é o ato de colocar-se entre duas partes e pleitear a causa de uma delas perante a outra. Não deve ser confundida com a palavra "interseção", que embora tenha a mesma pronúncia, tem a grafia e o significado diferente. "Interseção" significa cruzamento entre duas linhas.
Quando fazemos uma oração intercessória, deixamos de lado as nossas próprias necessidades, para interceder diante de Deus por outras pessoas. É claro que Deus é soberano e sabe o que precisa fazer e age no tempo dele, de acordo com os seus propósitos. Mas, Ele espera que a sua Igreja se coloque como intercessora diante de situações difíceis e impossíveis. Em Ezequiel, 22.30, Deus falou: “E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei”.
Na Bíblia, o primeiro a aparecer como um intercessor foi Abraão, que intercedeu perante Deus pelas cidades de Sodoma e Gomorra, por causa do seu sobrinho Ló, que morava na região. Posteriormente, Moisés e os sacerdotes também exerceram este papel. Jesus é o nosso intercessor por excelência, pois Ele é o Único Mediador entre Deus e a humanidade. Em sua oração sacerdotal, no capítulo 17 de João, Jesus intercedeu pelos seus discípulos e por aqueles que ainda viriam a crer nele.
3. O valor da oração. A Igreja de Jerusalém perseverava na oração. Por isso, foi vencedora na intensa perseguição que sofreu. Considerando que Deus é um ser pessoal e que se comunica com o seu povo, não é possível haver relacionamento com Deus se não houver oração. Jesus não disse aos seus discípulos "se orardes" e sim "quando orardes". Ele partiu do pressuposto de que a oração faz parte da vida cristã.
Do ponto de vista bíblico, a oração é um diálogo ou uma conversa entre o crente e Deus. Na oração, o crente abre o seu coração diante de Deus, lançando sobre Ele as suas petições, intercessões e agradecimentos e aguarda a resposta de Deus, em tempo oportuno, de acordo com a Sua soberana vontade. Do ponto de vista bíblico, a oração é um diálogo ou uma conversa entre o crente e Deus. Na oração, o crente abre o seu coração diante de Deus, lançando sobre Ele as suas petições, intercessões e agradecimentos e aguarda a resposta de Deus, em tempo oportuno, de acordo com a Sua soberana vontade.
O nosso maior exemplo de vida de oração, certamente é o Senhor Jesus. Mesmo sendo o Filho de Deus, Ele passava noites em oração e quando a multidão o cercava, ele fugia para lugares desertos a fim de orar. Jesus sempre orava antes de tomar decisões importantes e em momentos cruciais do seu ministério terreno. A Igreja Primitiva seguiu este exemplo e perseverava na oração. Oraram antes de escolher Matias como apóstolo. Perseveram na oração até serem revestidos de poder, no Dia de Pentecostes. Oraram agradecendo a Deus pelas perseguições. Neste caso da prisão de Pedro, a Igreja se mobilizou em oração e Deus deu vitória. Quer vitória? Ore!
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