(Comentário do 3º tópico da Lição 12: A promessa de vida abundante)
Ev. WELIANO PIRES
No terceiro tópico, veremos o que identifica a vida abundante. Em primeiro lugar está a alegria do Senhor, que faz parte da identidade daqueles que se relacionam com Deus. Em segundo lugar, a vida abundante é caracterizada pela gratidão a Deus por tudo. Quem tem a vida abundante, tem a virtude da gratidão e não vive murmurando e reclamando de tudo. Por último, quem tem vida abundante tem vida no Espírito e vida de oração. Quem vive no Espírito vence as obras da carne, pois tem o Fruto do Espírito em sua vida.
1. A alegria do Senhor. Uma das principais virtudes encontradas na vida de alguém que experimentou a vida abundante concedida por Jesus é a alegria. Deus é a fonte da verdadeira alegria e, portanto, quem se relaciona com Ele vive alegre. A alegria é uma das virtudes do Fruto do Espírito Santo. Por isso, um crente cheio do Espírito Santo é cheio da alegria indizível que vem de Deus. Quem está cheio da presença de Deus extravasa alegria por onde passa.
Evidentemente, isto não significa que o crente não tenha também momentos de tristeza, ou que viva sorrindo mesmo quando alguém da sua família morre. A alegria do crente não consiste nas circunstâncias mas no Senhor. Escrevendo aos Filipenses, o apóstolo Paulo disse: “Alegrem-se sempre no Senhor; outra vez vos digo: Alegrem-se!” (Fp 4.4 NAA). Da mesma forma, em suas últimas instruções aos Tessalonicenses na sua primeira Epístola, ele disse: “Regozijai-vos sempre” (1 Ts 5.16). A alegria do crente é fruto da presença de Deus em sua vida, independente da situação em que ele vive.
O profeta Habacuque estava angustiado e cheio de questionamentos, quando teve uma visão de que o seu povo seria levado cativo para a Babilônia. Após ouvir a resposta de Deus, ele fez uma oração e declarou que, ainda que todas as suas fontes de renda como a figueira, a oliveira, o trigo, as ovelhas e as vacas falhassem, todavia, ele se alegraria no Senhor e exultaria no Deus da sua salvação. (Hc 3.17.18).
2. Gratidão por tudo. Outra virtude que demonstra que o crente experimentou a vida abundante é a gratidão a Deus por tudo. No mesmo texto aos Tessalonicenses, onde Paulo recomenda aos crentes para regozijar-se sempre, ele diz: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. (1 Ts 5.18). A gratidão a Deus por tudo o que Ele nos deu é obrigação de todo crente, pois tudo o que somos e temos devemos a Ele.
A gratidão é o antídoto contra a murmuração. Uma pessoa grata a Deus jamais terá motivo para murmurar, pois em vez fazer isso, sempre agradece a Deus por tudo, inclusive pelas lutas e dificuldades. Sim, quem tem a vida abundante sabe que todas as coisas cooperam juntas para o bem daqueles que amam a Deus e há sempre um propósito de Deus para a sua vida.
José, o filho de Jacó que foi vendido por seus irmãos, entendeu que a ida dele para o Egito era plano de Deus para salvar o povo da fome. Evidentemente, no momento em que ele foi vendido como escravo ainda adolescente, ele não sabia e sofreu muito. Após a morte do seu pai, os seus irmãos preocupados e com medo dele se vingar, foram ao seu encontro pedir perdão pelo que fizeram. Mas ele disse: “Vós, na verdade, intentastes fazer mal contra mim, mas Deus transformou em bem, como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50.20). Da mesma forma, o apóstolo Paulo via os seus sofrimentos como contribuição para o avanço da pregação do Evangelho.
3. Vida no Espírito, vida de oração. A vida abundante só será possível para aqueles que andam no Espírito, pois somente assim será possível vencer a natureza pecaminosa que existe em nós (Gl 5.16). Se a pessoa não anda no Espírito, inevitavelmente, será vencido pela natureza carnal e se entregará às obras da carne (Gl 5.19-21). Paulo disse que aqueles que estão na carne não podem agradar a Deus (Rm 8.8). Por nossos próprios esforços, jamais conseguiríamos vencer a natureza carnal. Somente através da ação do Espírito em nosso interior, seremos inclinados a agradar a Deus.
Quando recebemos a Cristo como Senhor e Salvador, Ele nos dá o Espírito Santo para morar em nosso ser. O Espírito opera em nós o milagre do novo nascimento ou regeneração, conforme vimos em lições anteriores. Entretanto, o Espírito Santo não é uma força impessoal que permanece automaticamente em nós. Ele é uma pessoa que ama, intercede, se entristece e se relaciona conosco. Se não houver o cultivo deste relacionamento com o Espírito Santo, mediante a oração, meditação na Palavra de Deus é envolvimento nas coisas de Deus, Ele pode se entristecer e até sair da nossa vida. Se ocorrer a blasfêmia, Ele sairá para sempre e não haverá perdão. Quem vive no Espírito cultiva uma vida de oração, pois tem prazer em falar com Deus.
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