19 dezembro 2024

A VIDA ABUNDANTE

(Comentário do 2º tópico da Lição 12: A promessa de vida abundante)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos da vida abundante. Inicialmente veremos o conceito de vida abundante, que preenche todas as partes do ser humano: espírito, alma e corpo. Na sequência, com base no episódio da conversão do carcereiro de Filipos, veremos que a vida abundante também influencia a nossa família: “...tu e a tua casa” (At 16.31). Por último, falaremos de diversas bênçãos provenientes da vida abundante, como a paz com com Deus, a tranquilidade nas decisões, a prática do amor, a unidade cristã, a esperança e a paciência.


1. O conceito de vida abundante. No texto de João 10.10, depois de falar que o ladrão veio matar, roubar e destruir, Jesus se contrapôs aos objetivos do ladrão e disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. Temos aqui duas palavras-chave neste texto, que são fundamentais para compreendermos o que Jesus quis dizer: vida (Gr. Zoe) e em abundância (Gr. Perisson).

A palavra grega zoe, traduzida por vida neste texto, deu origem à palavra portuguesa Zoologia, que é o ramo da Biologia que estuda os animais. Segundo a Concordância Bíblica de Stong “a palavra Zoe, no Novo Testamento, se refere à vida em seu sentido mais pleno, abrangendo as dimensões físicas e espirituais. É frequentemente usada para descrever a vida eterna que é concedida por meio da fé em Jesus Cristo. Esta vida não é meramente uma existência sem fim, mas uma qualidade de vida que é abundante e gratificante, caracterizada por um relacionamento com Deus.” A segunda palavra é perisson, traduzida por “em abundância” ou “abundante”. Perisson significa muito, além da medida, acima do que era esperado. 

A vida que Jesus promete em abundância é a vida verdadeira, como vimos no tópico anterior. Esta vida só é possível a partir do relacionamento com Deus. Aqueles que não tem Deus não tem esta vida, mesmo que biologicamente estejam vivos. Jesus disse: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” (Jo 3.36). Paulo também falou: “para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro”. (Fp 1.21). Portanto, a vida abundante prometida por Jesus é a vida eterna, que começa aqui quando iniciamos a vida com Cristo e se cumprirá em sua plenitude na eternidade. 


2. A vida abundante também influencia a família. A vida abundante prometida por Jesus, naturalmente influencia e repercute em nossa família. O comentarista citou aqui o caso do carcereiro de Filipos, que após perceber que um terremoto abrira as portas da prisão, imaginando que todos os presos haviam fugido e que ele seria punido com a pena de morte, quis tirar a própria vida. Paulo gritou do interior da cela para que não fizesse aquilo, pois ninguém havia fugido. Ainda tremendo, o carcereiro perguntou a Paulo e Silas, o que ele deveria fazer para ser salvo. Isso demonstra que, provavelmente, ele já teria ouvido alguma coisa sobre o Evangelho, mas agora tinha visto a demonstração do Poder de Deus. Paulo, então respondeu: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa”. (At 16.31). 

Em outros episódios podemos ver também que a salvação veio a todos da família, após a conversão do patriarca da família, como no caso de Zaqueu (Lucas 19.1-10); o oficial de Cafarnaum (Jo 5.53); Lídia (At 16. 15); e outros que após a conversão foram batizados todos da sua casa. OEm todos estes casos, inegavelmente, a influência dos pais foi determinante para a conversão de toda a família, principalmente, porque na sociedade daquela época os pais exerciam autoridade total sobre seus filhos, inclusive podendo puni-los severamente, caso desobedecessem as suas ordens. 

É importante esclarecer, no entanto, que apesar da vida abundante na vida dos pais exercer influência na família, isto não significa salvação por aliança familiar, ou por batismo sacramental, como ensina o catolicismo romano. Isto é antibíblico, pois a salvação é individual e intransferível. Também não é uma promessa de que os nossos filhos serão salvos, como muitos crentes pensam. Os filhos dos crentes para serem salvos terão que crer em Jesus também, pois a salvação dos pais não irá salvá-los. 


3. Diversas bênçãos provenientes da vida abundante. A vida abundante prometida por Jesus, não é algo que vem automaticamente como muitos imaginam, mas é o resultado de um relacionamento pessoal com Cristo que é a fonte desta vida. Os valores desta vida abundante não são medidos pelos padrões terrenos, mas são valores eternos e divinos. Esta vida também não está relacionada às circunstâncias em que o crente vive, ao seu patrimônio ou à sua importância na sociedade. É possível alguém ser rico e poderoso e não ter uma vida abundante, ou ser pobre e sem expressão neste mundo e tê-la. 

Apesar de não estar relacionada às coisas desta vida, a vida abundante traz consigo muitas bênçãos. O comentarista citou algumas destas bênçãos neste tópico:

a. Paz (Jo 14.27; Rm 5.1). Na lição 8, estudamos sobre a promessa de paz e vimos que o Senhor Jesus é o Príncipe da Paz. Somente Jesus pode dar a paz verdadeira e proporcionar ao ser humano a paz com Deus, mediante o seu sacrifício na cruz. 

b. Amor (Jo 13.34,35). A principal característica de um discípulo de Jesus é o amor, pois Ele disse: “Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. Quem experimenta a vida abundante concedida por Jesus, ama a Deus, aos irmãos e até aos inimigos. 

c. União (Sl 133; Gl 5.13-15). A unidade também é outra característica dos verdadeiros discípulos de Jesus, pois Ele orou ao Pai para que os seus discípulos “fossem um, como Ele é um com o Pai”. (Jo 17.21). Evidentemente, Ele não estava falando que Ele e Pai são a mesma pessoa, como dizem os unicistas, mas estava se referindo à união plena e perfeita que existe na Santíssima Trindade.

d. Esperança. A esperança é uma das três virtudes teologais, ou seja, que provém de Deus, junto com a fé e o amor. Não pode haver esperança fora de Jesus, pois Ele é a razão da nossa esperança. Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, correrão e não se cansarão (Is 40.31). 

e. Paciência (Lc 21.19; Rm 5.4). A paciência é devolvida mediante as tribulações que atravessamos. O crente que tem vida abundante é paciente e não se desespera, pois a sua confiança está em Deus.  

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