(Comentário do 3º tópico da Lição 13: Perseverando na fé em Cristo)
Ev. WELIANO PIRES
No terceiro tópico, falaremos da importância de termos a Bíblia como fundamento. Falaremos da autoridade dos apóstolos do Novo Testamento, considerando que os seus escritos são colocados no mesmo nível das Escrituras do Antigo Testamento. Na sequência, falaremos da abrangência do termo “Escrituras” na Bíblia, que não se limita ao Antigo Testamento. Por último, falaremos da Bíblia como o manual de Deus, a qual é “proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”, a qualquer pessoa, para toda boa obra.
1. A autoridade apostólica. A Bíblia Sagrada foi escrita em um período de aproximadamente 1.600 anos, por cerca de quarenta escritores diferentes, que viveram em épocas e regiões diferentes e a maioria não se conheceu. Ela é composta de sessenta e seis livros e se divide em duas partes principais: o Antigo Testamento, com 39 livros e o Novo Testamento, com 27 livros. Entre estes dois volumes, há um espaço de quatrocentos anos, que é chamado de período interbíblico.
O Antigo Testamento é uma espécie de introdução ao Plano de Salvação de Deus. Esta primeira parte da Bíblia nos fornece as bases para entendermos o Novo Testamento. Mostra também o governo de Deus, os seus princípios morais, a pecaminosidade humana e a incapacidade de salvação através da lei. As figuras, tipos e profecias do Antigo Testamento apontam para Cristo, o único Salvador e Mediador entre Deus e a humanidade. O conteúdo da Bíblia hebraica é o mesmo do nosso Antigo Testamento, porém a ordem, a quantidade e os nomes dos livros são diferentes, pois a nossa Bíblia segue a ordem da versão grega Septuaginta (LXX).
O Novo Testamento representa o cumprimento e a explicação do Antigo Testamento. Muitas coisas que eram incompreensíveis no antigo pacto se tornam claras no Novo Testamento. Os tipos, figuras alegorias e profecias se tornam claras com o registro do Novo Testamento. É no Novo Testamento que o cristão deve começar a sua jornada de fé. Se o cristão se prender no Antigo Testamento e não o interpretar em seu devido contexto, fatalmente se tornará um judaizante e anulará o sacrifício de Cristo.
2. Abrangência. A Bíblia inteira é a Palavra de Deus, pois ela foi totalmente inspirada pelo Espírito Santo. Não há, portanto, nenhuma parte dela que não seja inspirada por Deus, ou uma parte mais inspirada do que outras. Quando Paulo diz a Timóteo que “toda a Escritura é divinamente inspirada”, não se refere apenas ao Antigo Testamento, mas à Bíblia inteira: Antigo e Novo Testamento.
Nos tempos do ministério terreno de Jesus e início da Igreja Primitiva, o Novo Testamento ainda não havia sido escrito. As Escrituras que eles usavam era o Antigo Testamento. Foi um processo gradual, que foi sendo escrito, conforme as revelações e a inspiração do Espírito Santo. O Novo Testamento contém 27 livros canônicos, que são chamados pelos próprios apóstolos de Escrituras e de Palavra do Espírito Santo, que foram divinamente inspiradas. (1 Co 2.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21).
3. O manual de Deus (vv.16b,17). O manual, no sentido em que estamos falando aqui, é um guia prático que explica o funcionamento de um produto, como um manual do usuário, produzido pelo próprio fabricante, que apresenta os detalhes do produto e o seu funcionamento. Sendo Deus o criador de todas as coisas, inclusive do ser humano, Ele nos deixou o seu “manual do fabricante”, que é a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus.
Nestas recomendações a Timóteo, o apóstolo Paulo declarou que a Palavra de Deus é “proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”. A Nova Versão Transformadora (NVT), traz uma linguagem mais atualizada para esta frase, que facilita a nossa compreensão: “é útil para nos ensinar o que é verdadeiro e para nos fazer perceber o que não está em ordem em nossa vida. Ela nos corrige quando erramos e nos ensina a fazer o que é certo. Muitas pessoas estão perdidas neste mundo, porque desprezam e não seguem as orientações da Palavra de Deus para a sua vida em todos os aspectos.
O Salmo 119, o maior dos Salmos, é dedicado inteiramente à exaltação da Palavra de Deus. Trata-se de uma belíssima poesia em acróstico, contendo 22 estrofes e cada uma delas contém 8 versos, que começam com uma palavra, cuja inicial é uma letra sequencial do alfabeto hebraico. Em cada um dos versos há uma referência à Palavra de Deus, com palavras sinônimas: Lei do Senhor, Testemunhos, Mandamentos, Estatutos, etc. No texto em português esta beleza se perde, pois as sequências das letras acontecem apenas no texto hebraico. No verso 105, o salmista diz: “Lâmpada para os seus pés é a tua Palavra e luz para o seu caminho”. Quer andar na luz e não tropeçar? Siga as orientações da Palavra de Deus!
REFERÊNCIAS:
SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 100, 2025, p. 42.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2013, pp.1715.
Bíblia de Estudo Apologia Cristã. 1ª Edição. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2017, p.1930
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