23 agosto 2024

A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU E O ÓDIO DE HAMÃ

(COMENTÁRIO DO 3º TÓPICO DA LIÇÃO 08: A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU).

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, veremos a resistência de Mardoqueu a se curvar diante de Hamã. Esta postura de Mardoqueu acabou provocando um ódio mortal por parte de Hamã, a ponto de resolver exterminar todo o povo judeu, que vivia na Pérsia, conforme veremos na proxima lição. É possível que este ódio tenha sido motivado por inimizades intergeracionais entre israelitas e amalequitas. 


1- Reverenciado por todos. Com a ascensão de Hamã ao cargo mais elevado do Império Persa, o rei ordenou que todos os seus servos se “inclinassem e se prostrassem” diante dele (Et 3.2). Em obediência a esta ordem do rei, todos os servos do rei se inclinavam e se prostraram perante Hamã por onde ele passava, sem nenhuma resistência. Mardoqueu, no entanto, não se curvava, nem se prostrava, em hipótese alguma, e todos viam que ele não o fazia.


O texto bíblico não esclarece os motivos que levaram Mardoqueu a tomar esta atitude radical, de descumprir o decreto do rei e não se curvar diante de Hamã. O comentarista sugere que foi uma questão religiosa, por lealdade a Deus e coloca aqui o comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal, segundo o qual, provavelmente a honra era imerecida, ou havia elementos que confrontavam a adoração dos judeus única e exclusivamente a Deus. Este foi o caso dos companheiros de Daniel, em Daniel 3. 


Entretanto, no caso dos companheiros de Daniel, havia uma ordem expressa para adorar a imagem de Nabucodonosor e isso era proibido na Lei Mosaica. Não é este o caso aqui, pois não havia nenhuma ordem para adorar Hamã. Também não havia nenhuma proibição na lei de se curvar diante uma autoridade. A própria Ester se curvou diante de Assuero e provavelmente, Mardoqueu também tenha se curvado, pois este era um costume na Pérsia e ele era leal ao rei.


2- A condição de judeu. Os servos do rei, vendo a atitude de Mardoqueu em relação a Hamã, o indagaram dizendo: Por que transgrides o mandado do rei? (Et 3.3). Os dias foram passando e os questionamentos se repetiam, mas Mardoqueu não lhes dava ouvidos e não se curvava diante de Hamã. Os servos do rei, finalmente contaram o caso a Hamã, com o objetivo de ver se Mardoqueu manteria a sua palavra diante de Hamã, pois ele havia declarado que era judeu (Et 3.4). 


Quando Hamã confirmou que, realmente, Mardoqueu não se intimidava e não se inclinava perante ele, se encheu de ira contra ele. Ao descobrir que Mardoqueu era judeu, o ódio de Hamã foi elevado ao nível máximo. A partir desse momento, ele decidiu matar não apenas Mardoqueu, mas resolveu destruir todos os judeus do Império  (Et 3.4-6). Este será o assunto da nossa próxima lição. 


3- Inimizades intergeracionais. O ódio mortal de Hamã contra Mardoqueu e contra o povo judeu, evidentemente não foi apenas pela resistência de Mardoqueu em honrá-lo. Se fosse esse o caso, ele teria decretado a morte apenas de Mardoqueu e o problema estaria resolvido. O caso aqui era de um ódio histórico, vindo de várias gerações. A inimizade dos amalequitas para com Israel iniciou-se quando Israel estava no deserto, em direção à terra prometida (Êx 17.1-16). Os amalequitas pelejaram contra Israel e foram derrotados. 


Na ocasião, o Senhor falou para Moisés registrar esta agressão de Amaleque contra Israel e prometeu exterminá-los. Os anos se passaram e, nos dias de Saul, Deus ordenou que Saul os destruísse completamente. Mas, Saul não obedeceu a ordem de Deus. Samuel matou o rei Agague, mas, muitos amalequitas fugiram e houve outras guerras entre israelitas e amalequitas (I Cr 4.41-43). Quando alguém não obedece a ordem de Deus sempre haverá consequências. 


O comentarista nos chama a atenção para a questão de conflitos que atravessam várias gerações, sejam por questões econômicas, ou por brigas familiares.Em Pernambuco, o estado em que nasci e fui criado, eu mesmo já vi muitos casos de famílias que brigaram, e várias pessoas dos dois lados foram assassinadas. Muitos tiveram que fugir para não serem mortos. 


O mais grave é que até mesmo em algumas Igrejas acontecem disputas entre grupos familiares, ou em grupos chamados de “panelinhas”. São pessoas que alimentam rancor e vivem em constantes disputas. Até obreiros se envolvem em disputas por cargos e em convenções, e vivem em guerras constantes. Ora, isso é obra da carne e é incompatível com a vida cristã. Jesus disse que são “bem aventurados os pacificadores, pois eles serão chamados filhos de Deus”. (Mt 5.9). Que Deus nos guarde destas coisas. 


REFERÊNCIAS: 


QUEIROZ, Silas. O Deus que governa o Mundo e cuida da Família: Os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 3º Trimestre de 2024. Nº 98, pág. 40. 

Bíblia de Estudo Pentecostal: Edição Global, editada pela CPAD, pp.838-39.0

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