18 abril 2024

CÉU: O ALVO DE TODO CRISTÃO

(Comentário do 1º tópico da LIÇÃO 03: O CÉU - O DESTINO DO CRISTÃO) 

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, veremos que o Céu é o alvo de todo cristão. Mostraremos as definições da palavra Céu, no Antigo e no Novo Testamento. Depois, falaremos do Céu conforme o ensino do apóstolo Paulo, que foi arrebatado ao terceiro Céu e viu coisas inefáveis que, segundo ele, não é lícito mencioná-las aos seres humanos. Por último, veremos Céu é o nosso alvo e depois de salvos não pertencemos mais a este mundo.


1- Definindo céu. Há muita curiosidade e também muita especulação sobre o Céu. Muitas pessoas contam supostas visões que tiveram sobre o Céu, mas seguem as suas próprias fantasias de como imaginam ser o Céu. No Livro de Apoio, o comentarista descreve o pensamento da teologia judaica antiga, que afirmava existir sete Céus, sendo o último, a morada de Deus. 

Para nós, o que interessa saber é o que a Bíblia ensina sobre o Céu. O texto hebraico do Antigo Testamento usa a palavra shamayim, traduzida por Céu, firmamento, ou Céus. O Novo Testamento, por sua vez, usa a palavra grega ouranós, com o mesmo sentido. Estas palavras se referem a locais distintos, que podem ser determinados pelo respectivo contexto. 


Conforme o comentarista nos descreveu, as palavras shamayim e ouranós, são usadas na Bíblia para se referir a três lugares:

1. O Céu atmosférico. (Dt 11.11,17). É o Céu que contemplamos a olho nu, por onde circulam os pássaros e onde estão as nuvens.

2. O universo ou firmamento dos Céus (Gn 1.14; Hb 1.10). Refere-se ao Céu cósmico, onde estão os planetas, cometas, satélites e galáxias, que só podem ser vistos por telescópios. 

3. A morada de Deus (Is 63.15; Mt 7.11,21). Este Céu está muito além da atmosfera e do Céu cósmico. Trata-se do mundo espiritual. Não está acessível aos olhos humanos, nem mesmo através dos mais sofisticados aparelhos.

2- O céu conforme o ensino de Paulo. O ensino do apóstolo Paulo sobre o Céu não é o mesmo dos rabinos judaicos, dos quais ele fazia parte, antes da sua conversão a Cristo. Paulo falou sobre o Céu em vários textos das suas epístolas, com base nas revelações que ele recebeu do Senhor Jesus. A perspectiva de Paulo sobre o Céu não está relacionada apenas a um lugar, mas ao fato de estarmos com Cristo. Escrevendo aos Filipenses, Paulo disse: “Mas a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo”. (Fp 3.20). Na mesma Epístola, no capítulo 1, no versículo 21, Paulo diz: “...tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.”

No texto de 2 Coríntios 12, Paulo faz menção a um homem em terceira pessoa, referindo-se a si próprio, que foi arrebatado em espírito ao “terceiro céu” ou o Paraíso de Deus, e viu coisas inefáveis que, segundo ele, não é lícito falar aos seres humanos. O terceiro Céu (Gr. Trito ouranós) (2 Co 2.9) é uma referência ao Paraíso, que é o lugar intermediário para onde vão os que morreram em Cristo, que aguardam a ressurreição. Não é ainda o estado eterno do cristão, que será a Nova Jerusalém (Ap 22.3), como veremos no próximo tópico. 

Se há um terceiro Céu, como disse Paulo, evidentemente, há também o segundo Céu. Não está claro na Bíblia qual seria este segundo Céu. Segundo a explicação do Pr. Ciro Sanches Zibordi, podemos conjecturar que este Céu seria as regiões celestiais, onde o diabo e os seus anjos atuam (Ef 6.12). E o primeiro céu, qual seria? É o Céu que podemos ver, ou seja, o céu atmosférico, conforme vimos no subtópico anterior. 


3- O alvo do cristão. O Céu representa o fim da carreira do cristão. É a nossa linha de chegada, no final desta maratona que estamos correndo neste mundo. A partir do momento em que nascemos de novo, como vimos na primeira lição, não pertencemos mais a este mundo. Passamos a viver aqui como peregrinos e forasteiros, em direção ao nosso eterno lar. Neste sentido, o apóstolo Paulo escreveu aos colossenses: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.” (Cl 3.1).

Com muita tristeza, presenciamos em muitos púlpitos nos dias atuais, mensagens voltadas unicamente a esta vida. Fala-se muito em vitórias, prosperidades, curas, autoajuda, autoafirmação, sucesso no casamento e muitas outras coisas voltadas a nossa existência terrena. As músicas que se cantam atualmente em nossas igrejas, em sua grande maioria, seguem esta tendência. Os hinos da Harpa Cristã, Cantor Cristão e outros hinários evangélicos do passado, falavam muito do Céu. Falavam também da nossa vida aqui como um período temporário de lutas e aflições, que nós deveríamos suportar com paciência, pois o nosso alvo é o Céu. Voltemos urgente a pregar o verdadeiro Evangelho de Cristo, que consiste na Salvação dos pecadores, para levá-los ao Céu e não conceder-lhes vida confortável neste mundo. 


REFERÊNCIAS:


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 37, 2º Trimestre de 2024.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.636

Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.199,200

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