03 abril 2024

A CAMINHADA COM CRISTO

(Comentário do 1º tópico da Lição 01: O início da caminhada) 

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos da nossa caminhada com Cristo. Veremos os dois caminhos da história da vida humana: o caminho natural e o caminho com Cristo. Em nossa caminhada com Cristo, teremos lutas e dificuldades, mas nunca estaremos sozinhos, pois temos três companheiros: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. 


1. Compreendendo os dois caminhos. No diálogo de Jesus com um dos principais rabinos daquela época, membro do grupo dos fariseus, chamado Nicodemos, Jesus deixou claro que existem dois tipos de vida: a vida biológica ou natural, que é comum a todos os seres humanos; e a nova vida com Cristo, que se dá a partir da fé em Cristo e, consequentemente, o novo nascimento. 

a) A vida natural. O que é a vida? Quando ela começa? O dicionário Michaelis da Língua Portuguesa traz vários significados para a palavra vida. Os quatro primeiros que dizem respeito ao nosso assunto aqui são: 

1. Atividade interna substancial por meio da qual atua o ser onde ela existe; estado de atividade imanente dos seres organizados. 

2. Duração das coisas; existência. 

3. União da alma com o corpo.

4. Espaço de tempo compreendido entre o nascimento e a morte do ser humano. 


Paula Gabriella Ribeiro Dorigatti de Alencar, em um artigo denominado "O direito à vida”, publicado no Portal Âmbito jurídico, dá a seguinte definição resumida para vida: 


É o processo pelo qual os seres vivos são com uma parte, ao lapso de tempo entre a concepção e a sua morte, é uma entidade que nasceu e ainda não morreu, e é isto que faz com que este ser esteja vivo." 


Do ponto de vista bíblico, que é o que nos interess, a vida humana é uma dádiva de Deus. Quando Deus criou o homem soprou em suas narinas e deu-lhe a vida. A vida, portanto, é propriedade de Deus e somente Ele tem o direito de tirá-la (Gn 2.7; 1 Sm 2.6). Há muitas discussões filosóficas, jurídicas, religiosas e biológicas sobre o início da vida humana. Alguns acham que o direito à vida deve ser concedido apenas após o nascimento e aos que podem ter uma vida digna. 


O começo da vida se dá na concepção. A Bíblia é clara quanto a isso (Sl 139.16; Jr 1.5). A biologia também mostra que a vida começa com a fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Por isso, para o Cristianismo a vida é sagrada e inviolável desde a sua concepção. Rejeitamos, por conseguinte, toda ideologia que atenta contra a vida humana, em qualquer fase. 


Deus criou o ser humano para viver eternamente, mas deixou claro ao primeiro casal que, se comessem do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, certamente morreriam. Eles, no entanto, se deixaram enganar pelo inimigo e desobedeceram a Deus. Por causa disso, a vida humana passou a ser finita. 


A partir da concepção, a vida tem o seu início e passa por várias fases: embrião, feto, nascimento, primeira infância, segunda infância, terceira infância, adolescência, juventude, maturidade e velhice, até chegar ao seu fim, com a extinção da atividade cerebral. Este seria o ciclo natural da vida, mas ela pode ter o seu fim em qualquer uma destas fases, por vários fatores. 


O ser humano é uma tricotomia, formada por espírito, alma e corpo. Os dois primeiros formam a parte imaterial e são imortais. O corpo, que é a parte material, formado por órgãos e tecidos, após a entrada do pecado no mundo, passou a ser mortal. Portanto, adoece, envelhece e morre. Com a morte, acontece a separação entre a parte imaterial e a parte material, que se decompõe.

b) A vida com Cristo. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo 4.16). Este é considerado o texto áureo da Bíblia, pois resume o plano divino de restauração do ser humano. 


Todos os seres humanos, sem exceção, pecaram e foram afastados da comunhão com Deus (Rm 3.23). Não tinham nenhuma possibilidade de mudar esta condição por si mesmos. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, enviou o Seu Filho Unigênito (Único do gênero), para tornar-se um ser humano e resgatar o ser humano da perdição eterna, mediante o seu sacrifício perfeito. 


A partir do momento em que o ser humano ouve a voz do Espírito Santo e crer em Jesus, inicia-se uma nova vida com Cristo, que é diferente da vida natural. A partir deste momento, o ser humano passa à condição de filho de Deus por adoção. Os seus pecados são perdoados, o seu nome é escrito no livro da vida e ele é gerado de novo, dá água do Espírito, como veremos no próximo tópico. Ao contrário da vida natural, a nova vida com Cristo tem início com o novo nascimento, mas não terá fim com a morte física, pois iremos ressuscitar e teremos um corpo glorificado e imortal. 


2. Os três companheiros da nossa caminhada. Em nossa nova vida com Cristo, temos a companhia incomparável da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Depois que cremos em Cristo e o recebemos como Senhor e Salvador, passamos a ser filhos de Deus, o Pai, e desfrutamos de todos os benefícios desta filiação. Contamos com o seu cuidado, proteção e provisão, e a viver segundo o propósito do Pai. 


Deus, o Filho, é o nosso Mediador e intercessor diante do Pai. Temos o privilégio de falar diretamente com o Pai em Seu Nome e o Pai nos ouve. O Senhor Jesus está à direita do Pai como co-regente e tem o controle de todas as coisas. Ele é o Sumo Sacerdote que foi tentado à nossa maneira, mas nunca pecou. Por isso, Ele conhece as nossas fraquezas e se compadece de nós. 


O Espírito Santo, por sua vez, passa a morar em nosso interior, transforma a nossa natureza e produz o Fruto do Espírito, que se divide em nove virtudes: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Ele também nos auxilia em nossas fraquezas e intercede por nós com gemidos inexprimíveis. 


A doutrina da Santíssima Trindade é um grande mistério, incompreensível ao intelecto humano, que é limitado. Entretanto é uma doutrina bíblica, que não pode ser negada. A Bíblia nos mostra claramente que Pai, Filho e Espírito Santo são três pessoas distintas, mas não são três deuses como ensina o triteísmo. Nem tampouco são uma única pessoa, como ensina o unicismo. Qualquer religião que nega a Doutrina da Trindade não pode ser considerada cristã. 


REFERÊNCIAS:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 36, 2º Trimestre de 2024.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1847.

TENNEY, Merril C. Tempos do Novo Testamento: Entendendo o mundo do Primeiro Século. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.24,25

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 60-71.

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