24 abril 2024

O PADRÃO DE CONDUTA NA CAMINHADA CRISTÃ

(Comentário do 1º tópico da Lição 04: Como se conduzir na caminhada) 

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos do padrão de conduta do cristão, apontando Jesus como o nosso modelo em todas as coisas. Jesus viveu neste mundo para fazer a vontade do Pai e espera dos seus discípulos que também façam a vontade de Deus, que é boa, agradável e perfeita (Rm 12.2). Falaremos também do padrão do cristão neste mundo, que torna a sua vida cristã bem sucedida. 

 

1. Jesus como nosso padrão de conduta. Devido ao afastamento de Deus e dos princípios da Sua Palavra, a sociedade pós-moderna adotou o relativismo e o politicamente correto. Segundo este modelo não existe verdade ou padrão absoluto, tudo é relativo. Quando falamos em padrão, referimo-nos a algo que serve para ser imitado como modelo, ou um parâmetro que é usado como base para estabelecer uma comparação. Só é possível saber se algo está errado, se houver um padrão que o defina como errado. 


No caso da conduta do cristão, que é o nosso assunto aqui, há um padrão a ser seguido e quem estiver fora dele está errado. Os princípios e práticas do que é certo e errado no Cristianismo estão fundamentados nas Escrituras Sagradas, que é o padrão de Deus e permanece inalterado (Mt 24.35). Os seus princípios não podem jamais ser relativizados, revogados ou adaptados aos interesses humanos, pois, o que norteia o padrão de conduta do cristão é a Palavra de Deus. 


Jesus é o nosso modelo em tudo o que fazemos ou deixamos de fazer, durante a nossa vida neste mundo. Ele não é alguém que está longe da nossa realidade e exige um padrão de conduta que Ele não conhece de perto. Jesus fez-se homem e viveu neste mundo, sujeito às mesmas dificuldades e tentações que nós. Ele foi tentado de todas as formas, mas nunca pecou (Hb 4.15). Se o cristão deseja saber se algo está certo ou errado, precisa  saber o que as Escrituras falam sobre o assunto e se Jesus faria tal coisa. 


2. Fazendo a vontade de Deus. Jesus viveu neste mundo como homem e em tudo fez a vontade do Pai: “Porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (Jo 6.38). Quando Ele estava em profunda agonia no Getsêmani, orou ao Pai dizendo: “Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.” (Mt 26.42). Infelizmente, em nossos dias, vemos pessoas que se dizem cristãs, querendo impor a Deus as suas próprias vontades e não querem submeter-se à vontade de Deus, expressa nas Escrituras. Estes, certamente, não aprenderam com Jesus. São pessoas egoístas, que querem apenas satisfazer os próprios desejos e não buscam agradar a Deus.  


No Sermão do Monte, Jesus deixou claro que a condição para alguém entrar no Reino dos Céus não é apenas a sua confissão de fé ortodoxa, os sinais sobrenaturais, nem os serviços prestados na Obra de Deus. Segundo o ensino de Jesus, o que define alguém como um verdadeiro discípulo dele é “fazer a vontade do meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21). Tiago também disse que até os demônios crêem na existência de Deus e estremecem, mas não obedecem (Tg 2.19). 


Escrevendo aos Romanos, o apóstolo Paulo disse: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.2). Aos Tessalonicenses, Paulo escreveu: “Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: Que vos abstenhais das prostituição”. (1 Ts 4.3). Se o cristão não entristecer o Espírito Santo e mantiver a comunhão com Deus, afastando-se do pecado, estará fazendo a vontade de Deus. 


A vontade de Deus é aquilo que está revelado em Sua Palavra. Deus deseja que o homem creia em Jesus Cristo, arrependa-se dos seus pecados e viva uma vida santa. Evidentemente, nenhum ser humano conseguirá fazer isso, por si mesmo, pois os que estão na carne não podem agradar a Deus (Rm 8.8). A parte que cabe ao ser humano é decidir seguir a Jesus. A partir desse momento, ele é justificado pela fé em Cristo, o Espírito Santo passa a morar em seu interior e realiza o milagre do novo nascimento e a santificação.


3. Uma vida cristã bem-sucedida. Segundo os padrões deste mundo, ser bem-sucedido está relacionado ao ter e não ao ser. Na sociedade pós-moderna, os bem-sucedidos são aqueles que têm uma situação financeira próspera, ou uma carreira artística de sucesso. Alguém que vive na pobreza, mesmo que tenha uma boa conduta, uma família bem estruturada e seja fiel a Deus, não é visto como um vencedor. 


Do ponto de vista bíblico, não é assim. O que nos torna bem-sucedidos na vida cristã é sermos aprovados por Deus em nossa conduta. O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo disse: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja bem a Palavra da Verdade.” (2Tm 2.15). Portanto, o que nos faz bem sucedidos na vida cristã é a fidelidade ao Senhor e não aquilo as nossas posses e títulos. 


Infelizmente, muitos cristãos se deixam levar pelo engodo da teologia da prosperidade e deturpam o conceito de ser abençoado. Consideram que são abençoados por Deus, somente aqueles que prosperam financeiramente ou que têm carreiras de sucesso, seja como cantores ou pregadores. Se fosse assim, João Batista, Estevão, Tiago, filho de Zebedeu, Paulo, Silas, Pedro e o próprio Jesus, teriam sido um fracasso, pois além de não terem sido ricos, foram perseguidos e executados por seus algozes. 


REFERÊNCIAS:
GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 39, 2º Trimestre de 2024.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.535,536.
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. Romanos — Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.450,451.

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