29 junho 2023

O ESPÍRITO DA BABILÔNIA


(Comentário do 2º tópico da lição 01: A igreja diante do espírito da Babilônia)


Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico,  falaremos sobre o “espírito da Babilônia” e a sua atuação em três sistemas principais: No sistema religioso, faz com que as pessoas sejam seduzidas pela “prostituição espiritual”, sejam amantes de si mesmo, dos prazeres e do dinheiro; No sistema político e cultural, exerce forte influência na política e na cultura, promovendo as pautas progressistas, o politicamente correto e o patrulhamento ideológico, para perseguir e considerar como fundamentalistas religiosos aqueles que defendem a Verdade bíblica; No sistema econômico, atua para motivar as pessoas a enriquecerem de forma injusta, ilícita e imoral, levando-os a confiar nas riquezas e buscá-las a qualquer custo. 


1- No sistema religioso. O texto de Apocalipse 17.2 diz que os reis da terra se prostituíram e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da prostituição da grande prostituta. Tanto a prostituta, como as suas prostituições, como já vimos no tópico anterior, não são literais. A linguagem aqui é simbólica para se referir à prostituição espiritual. O espírito da Babilônia seduz os seres humanos com propostas indecentes, Isso os torna amantes de si mesmos, dos prazeres e do dinheiro. Com o objetivo de afastá-los de Deus, o inimigo cria sistemas religiosos corrompidos e usa filosofias contrárias aos princípios de Deus como o hedonismo, ecumenismo, relativismo, humanismo e sincretismo religioso, que corrompem o verdadeiro Cristianismo. 


Ao longo das lições deste trimestre falaremos mais sobre cada uma destas filosofias. Segue abaixo, um breve resumo de cada uma delas:

a. Hedonismo: É o estilo de vida que tem como prioridade absoluta, buscar o prazer e evitar o sofrimento por meio do corpo, a qualquer custo. Sendo assim, defendem que se algo dá prazer ou evita o sofrimento, deve ser praticado livremente, independente de ser ético ou não. Muitas pessoas, inclusive as que se dizem cristãs, fazem qualquer coisa para “ser feliz”: trocam de marido ou de mulher, praticam o aborto, seguem carreiras que contrariam a Palavra de Deus, vão a baladas, consomem bebidas alcoólicas, etc. Tudo em nome de uma suposta felicidade. Por outro lado, defendem práticas que contrariam a vontade de Deus como a eutanásia e o suicidio, para “dar fim ao sofrimento”. 

b. Ecumenismo. A palavra ecumenismo vem do grego “oikoumene” e foi usada pela primeira por Heródoto no século V, com o sentido de “Terra Habitada”, referindo-se ao aspecto geográfico, com o sentido de dizer que o planeta é um lugar ou a moradia de todos os seres vivos. Entretanto, depois passou a ser usado para se referir à união de todas as Igrejas que se dizem cristãs: Católica, Ortodoxa, Luterana, Anglicana e Protestante. Os adeptos dessa idéia pregam de forma sutil que o ecumenismo é simplesmente a tolerância e o diálogo entre as religiões. Entretanto, há uma incompatibilidade enorme entre católicos e protestantes, por exemplo. Além disso, hoje em dia, o ecumenismo é muito mais abrangente e mistura também o Espiritismo, LBV e outras seitas que também se dizem cristãs. Esta união religiões contrárias à Palavra de Deus com o Crstianismo é antibíblica. O apóstolo João foi bem claro quando falou: “Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras.” (2 Jo 1. 10,11). Como bem colocou o comentarista, o ecumenismo provoca a erosão da fé bíblica. 

c. Relativismo. É uma das principais características da era pós-moderna. Esta filosofia rejeita a ideia de que há princípios e verdades absolutos. Sendo assim, dizem que tudo é relativo e não há nada certo ou errado. O que é errado para uns pode não ser para outros e vice-versa. A Bíblia, no entanto, mostra que Deus é único (Ex 20.2; Dt 6.4); que a Sua Palavra é a Verdade (Jo 17.17);  que Cristo é o único caminho, verdade e vida (Jo 14.6), o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5) e fora dele não há salvação (At 4.12). 

d. Humanismo. É qualquer filosofia ou sistema de pensamento que parte do homem para buscar um significado para a vida. Foi a partir da Renascença que afloraram os ideais humanistas. O humanismo tem cosmovisão antropocêntrica, isto é, coloca o ser humano como centro do Universo. Não se deve confundir humanismo com humanitarismo, que é a valorização da dignidade da pessoa humana.

e. Sincretismo religioso. É a mistura de várias religiões, crenças e liturgias em um único culto. É uma forma mais abrangente do ecumenismo de misturar as religiões. No sincretismo religioso mistura-se elementos do Judaísmo com o Cristianismo, religiões de matrizes africanas, esoterismo, etc. Segundo esta filosofia, todos os caminhos levam a Deus e, por isso, misturam o sagrado com o profano.


2- No sistema político e cultural. O “espírito da Babilônia” influencia fortemente a política e a cultura e, de forma disfarçada usa estas áreas para perseguir, desvirtuar e deter o avanço do verdadeiro Cristianismo. Usando a política, a educação, os meios de comunicação e a cultura em geral, promove as chamadas pautas progressistas, o politicamente correto e o patrulhamento ideológico, para perseguir e considerar como fundamentalistas religiosos aqueles que defendem a Verdade bíblica. 


O ensino progressista, que será o tema da lição 03, tem suas origens nos ideais comunistas do filósofo alemão, Karl Marx, por isso, é também chamado de Marxismo. O progressismo é irmão gêmeo do naturalismo de Charles Darwin, com a sua famigerada teoria da evolução, portanto, é muito amplo e envolve várias teorias. Karl Marx limitou-se às pautas econômicas e dos meios de produção. Mas os seus seguidores incorporaram várias ideologias ao progressismo, como o feminismo, o divórcio, o aborto, a prática homossexual, identidade de gênero, legalização das drogas e da prostituição, etc. Como estas pautas se chocam frontalmente com o Cristianismo, eles passaram a combatê-lo ferozmente. Vendo que não conseguiam deter o avanço do Cristianismo pela perseguição direta, passaram a se infiltrar nas Igrejas, escolas e institutos teológicos, para criar teologias deturpadas como o liberalismo teológico, o teísmo aberto, a teologia da libertação e outras. 


O espírito da Babilônia através da política se vale também da filosofia do politicamente correto. No discurso politicamente correto, estabeleceu-se narrativas daquilo que seria bom e mau. As coisas consideradas “boas” na opinião de algumas pessoas podem ser ditas livremente. O que não faz parte dessa nova ética social não pode ser dito e quem o fizer será cancelado, perseguido ou até preso. Alguns temas sensíveis a alguns grupos não podem ser falados. Não se pode falar contra a prática homossexual, aborto, uso de drogas, religiões de matrizes africanas, etc. Também não se pode falar a favor da família tradicional, de penas mais duras para criminosos, de submissão da mulher à liderança do marido, da redução da maioridade penal, de pais corrigirem os seus filhos, etc. Os chamados teólogos emergentes defendem um cristianismo “politicamente correto”, que não confronta visões diferentes. É um cristianismo inofensivo, cuja mensagem foca apenas no ‘amor ao próximo’ e nas ‘boas virtudes’ e que não confronta o pecado. Também não falam de um único caminho, único Senhor, único Salvador, uma só fé e na cruz de Cristo como única forma de perdão dos pecados. 


Os verdadeiros cristãos que discordarem destas pautas são taxados de fundamentalistas religiosos, intolerantes e promotores de discurso de ódio. Com isso, são censurados nas plataformas digitais e meios de comunicação, prejudicados em universidades e empresas, sofrem processos na Justiça e podem até ser presos. 


3- No sistema econômico. Vemos no livro do Apocalipse, o enriquecimento dos mercadores por meio da exploração da luxúria e da licenciosidade do “espírito da Babilônia” (Ap 18.3). Nesse sentido, o espírito da babilônia atua para motivar as pessoas a enriquecerem de forma injusta, ilícita e imoral, levando-os a confiar nas riquezas e buscá-las a qualquer custo. 


Antigamente, as pessoas preferiam perder riquezas para manter a honra. Na atualidade, mandam às favas a honestidade, pois, o que importa é ganhar dinheiro e fama, mesmo que para isso tenham que matar, trair, se prostituir, mentir, roubar, etc. Recentemente, um ator que foi astro de novelas de uma grande emissora, revelou publicamente, em termos pejorativos, que para ingressar nos quadros daquela emissora, a pessoa teria que passar por um "quartinho" que envolvia relacionamento sexual com diretores e uso de drogas. Em grandes empresas também há casos de mulheres bonitas que se tornam secretárias e executivas, sem nenhum critério profissional, por serem amantes de empresários e diretores. 


Por outro lado, as pessoas que servem a Deus, mantendo a sua integridade e recusam estas práticas são demitidas, canceladas, multadas e chantageadas, sem terem a quem recorrer. Até mesmo a Justiça, em muitos casos, ignora o direito e age em desfavor dos cristãos por causa das suas convicções religiosas. Aplicam um rigor excessivo contra os templos, com multas pesadas que inviabilizam o seu funcionamento. Mas fecham os olhos para o carnaval e bailes funks que perturbam o sossego das pessoas e se cometem vários crimes nesse meio.


Referências:

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 11-14.

HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.227-28).





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