30 junho 2023

A POSIÇÃO DA IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA BABILÔNIA

(Comentário do 3º tópico da lição 01: A igreja diante do espírito da Babilônia)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos sobre a posição da Igreja diante do espírito da Babilônia. Veremos três pontos fundamentais, para a Igreja não sucumbir diante deste império maligno: Primeiro, não negociar a ortodoxia bíblica. A Igreja é a coluna e firmeza da Verdade e, como tal, deve reafirmar a verdade bíblica como valor universal e imutável; segundo, formar o caráter de Cristo, que é uma referência à nova vida, modo de pensar e agir daqueles que pertencem a Cristo; Terceiro, aguardar a Volta de Cristo. O cristão é exortado a não viver desapercebido, mas esperar o seu Senhor olhando, orando e vigiando, e renunciar às concupiscências deste mundo  e viver em santidade.

 

1- Não negociar a ortodoxia bíblica. A palavra ortodoxia deriva de dois termos gregos: "orthos", que significa "correto" e "doxa", que significa "crença". Portanto, a palavra ortodoxia significa "crença correta" ou "conforme o padrão". A palavra ortodoxia não aparece na Bíblia, mas começou a ser usada logo nos primeiros séculos da Igreja Cristã, para confrontar os falsos ensinos, principalmente os dos judaizantes e dos gnósticos. A Igreja Cristã precisou se posicionar sobre os Livros considerados canônicos e definir o seu credo. Foi publicado um documento chamado Didaché, também conhecido como "Ensino dos doze apóstolos". Este documento surgiu entre o final do séc. I d. C e início do séc. II d.C. e serviu de base para a refutação das heresias que surgiram nos primeiros anos da Igreja, após a morte da geração dos apóstolos. 


Uma doutrina só pode ser considerada ortodoxa, se ela estiver de acordo com aquilo que Jesus e os seus apóstolos ensinaram. Os católicos romanos colocam no mesmo patamar: a Bíblia, a tradição da Igreja e o magistério da Igreja. Sendo que este último, tem autoridade sobre os outros dois. Logo, não podem ser considerados ortodoxos, pois relativizam a Palavra de Deus e adotam doutrinas extra-bíblicas e até anti-bíblicas, com base em tradições humanas e supostas visões e experiências. Do lado protestante, também há Igrejas que seguiram o mesmo caminho, adotando visões, escritos de seus fundadores e experiências pessoais, como fontes de doutrinas.


A Igreja é a coluna e firmeza da Verdade e, como tal, deve reafirmar a verdade bíblica como valor universal e imutável (Sl 100.5; Mt 24.35). Não podemos jamais aumentar, diminuir, alterar ou ressignificar nenhuma parte das Escrituras. As doutrinas da Igreja devem, obrigatoriamente, estar embasadas na Palavra de Deus, que é o nosso manual de fé e prática. Nenhuma Igreja, concílio, tratado teológico, ou qualquer outra instituição, tem poder para criar novas doutrinas, ou revogar as que já estão estabelecidas na Palavra de Deus. O apóstolo Paulo deixou isso bem claro, quando escreveu aos Gálatas: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema". (Gl 1.8).


2- Formar o caráter de Cristo. Quando falamos de formar o caráter de Cristo é uma referência à nova vida, modo de pensar e agir daqueles que pertencem a Cristo. O ser humano quando recebe a Cristo como Senhor e Salvador, passa pelo processo do novo nascimento, ou regeneração. Quando Nicodemos foi ter com Jesus de noite, escondido dos fariseus, Jesus lhe disse: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus." (Jo 3.3). Nicodemos, evidentemente, não entendeu isso e perguntou a Jesus, como alguém poderia nascer sendo velho. Jesus explicou que este nascimento seria da água e do Espírito, uma referência à Palavra de Deus e à ação do Espírito Santo. 


Na Epístola aos Gálatas, o apóstolo Paulo falou sobre o embate existente entre a carne (natureza humana) e o Espírito. O apóstolo fez uma exposição da luta que se inicia, internamente, quando aceitamos Jesus como Salvador e procuramos viver segundo a sua vontade. Como poderemos vencer esse embate entre a carne e o Espírito? Não é possível vencer a natureza carnal mediante sacrifícios, ou méritos humanos É preciso se deixar dominar pelo Espírito Santo de Deus e ser cheio do Espírito diariamente (Ef 5.18). Se o crente tiver uma vida controlada pelo Espírito Santo, terá plena condição de resistir à sua natureza pecaminosa. 


O apóstolo Paulo falou também no capítulo 5 da Epístola aos Gálatas, sobre o fruto do Espírito Santo, que é o resultado de uma vida cristã sob a direção e o domínio do Espírito Santo. O amor encabeça esta lista de virtudes e resume as demais, pois não quem ama de verdade tem alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Estas virtudes são produzidas em nosso interior pelo Espírito Santo e estão relacionadas ao nosso caráter. Não podem ser criadas artificialmente ou simuladas. Ou a pessoa anda no Espírito e produz estas virtudes, ou anda segundo a sua própria natureza e produz as obras da carne. Somente através do estudo sistemático da Palavra de Deus e a sua devida aplicação, a igreja produzirá crentes espiritualmente maduros, que sejam capazes de resistir ao "espírito da Babilônia”.


3- Aguardar a volta de Cristo. Diante da realidade do espírito da Babilônia que já está em atuação neste mundo, o crente deve firmar-se na promessa da volta de Cristo. Precisamos nos conscientizar de que a volta de Jesus é certa e está próxima. Jesus prometeu em vários textos que voltará. (Mt 24.30; Jo 14.1-3; Ap 3.10). No seu Sermão Profético, o Senhor alertou os seus discípulos sobre a vigilância e necessidade de estarem preparados para a sua vinda. No Apocalipse também, em várias ocasiões, o Senhor deixou claro para o apóstolo João, que há de vir buscar o seu povo. Isso nos dá certeza em relação à sua vinda, pois, sabemos que Ele é fiel e cumpre a sua Palavra (Mt 24.35).


Quando Jesus subiu ao Céu, os discípulos ficaram olhando para as alturas. Dois anjos apareceram e perguntaram-lhes por que estavam olhando para o Céu. Em seguida, prometeram que “da mesma forma que Jesus subiu ao Céu, também virá outra vez”. (At 1.11). Os Apóstolos também, inspirados pelo Espírito Santo, falaram em vários textos, sobre a vinda de Jesus. Paulo (1 Ts 4.17; 1 Co 15.51,52) Pedro (2 Pe 3); Tiago (Tg 5.8). Logo, a volta do Senhor não é uma probabilidade, é uma certeza que temos, pois, fiel é o que prometeu. Há abundância de textos bíblicos falando sobre a vinda de Jesus, tanto no Novo, quanto no Antigo Testamento. Entretanto, no Novo Testamento está mais claro, pois, no Antigo Testamento havia mais profecias a respeito da primeira vinda do Messias. (Zc 14.4; Jo 14.1-3; 1 Ts 4.16-18; 2 Pe 3; Ap 3.10; 22.20). 


Os sinais que antecedem a volta de Cristo, preditos por Ele e por seus apóstolos, como a apostasia, inversão de valores, perseguição, guerras, fomes, pestes e terremotos (Mt 24.5-12,24; 1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3), são abundantes no mundo pós-moderno, indicando que Jesus está às portas. O cristão é exortado a não viver desapercebido, mas esperar o seu Senhor olhando, orando e vigiando (Mc 13.33); renunciar às concupiscências deste mundo  e viver em santidade (Tt 2.12,13). Eis abaixo, alguns sinais descritos na Bíblia, que antecedem a Vinda de Jesus:

  • A efusão do Espírito prometida para os últimos dias, que começou no Pentecostes e reascendeu no Movimento Pentecostal, no início do Século XX. (Jl 2.28-32; At 2.16-21).
  • O surgimento de falsos profetas, falsos mestres e falsos Cristos (Mt 24.5,11; 2 Pe 2). 
  • A multiplicação da iniquidade e esfriamento do amor (Mt 24.12)
  • Guerras, rumores de guerra e terremotos; (Mt 24.6).
  • Fomes e doenças incuráveis (Mt 24.7).
  • O renascimento do Estado de Israel (Lc 21.29-31). 

A volta de Jesus traz esperança ao crente fiel e ao mesmo tempo, pavor aos que não estão firmes com Ele. Não sabemos o dia nem a hora em que Ele há de vir. Também não sabemos o dia da nossa partida, pois a morte não escolhe idade, classe social, etnia ou situação econômica. A qualquer momento, qualquer um de nós pode partir para a eternidade. Por isso, é preciso, mais do que nunca, estar preparado para a vinda do Senhor, ou para a nossa partida. 


REFERÊNCIAS: 

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023,

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra: O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

GOMES, Osiel. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito: Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

SOARES, Esequias. O verdadeiro Pentecostalismo: A atualidade da doutrina Bíblica sobre a atuação do Espírito Santo. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

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