(Comentário do 1º tópico da lição 01: A igreja diante do espírito da Babilônia)
Ev. WELIANO PIRES
No primeiro tópico, falaremos sobre a Babilônia e os seus significados. Estudaremos as figuras utilizadas por João em Apocalipse 17: A grande prostituta, que é símbolo das multidões seduzidas pela idolatria, paganismo e sua oposição à fé cristã (Ap 17.15); Falaremos também sobre a mulher montada numa besta de cor escarlata, que é uma referência ao Anticristo que, pelo poder de Satanás, faz oposição a Jesus (2 Ts 2.4,9,10); Por último, falaremos sobre o nome da prostituta que é “Mistério, a Grande Babilônia” (Ap 17.5a). O nome “babilônia” aqui não é geográfico, mas simbólico. Não se trata apenas de uma cultura sem Deus, mas de uma cultura contra Deus.
1- A grande prostituta. No texto de Apocalipse 17.1,2 o anjo falou o seguinte para João: "Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas; Com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição." Esta grande prostituta não tem o significado literal de uma mulher que pratica relações sexuais ilícitas, mas, é um símbolo da idolatria e prostituição espiritual com outros deuses.
Em vários textos do Antigo Testamento, os pecados do adultério e da prostituição são usados em sentido figurado, para se referir à adoração aos ídolos, principalmente no Livro do profeta Oséias, onde Deus se refere à infidelidade de Israel como adultério. Em outros textos bíblicos também o adultério aparece com o significado de infidelidade espiritual (Jr 3.8,9; Ez 23.26,43; Os 2.2-13; Mt 12.39; Tg 4.4). Este também é o caso desta grande prostituta que aparece no texto de Apocalipse 17. É uma referência à religiosidade falsa e prostituída, que é praticada contra os princípios da Palavra de Deus, adorando ao homem, à natureza ou ao próprio Diabo.
As muitas águas, sobre as quais a grande prostituta aparece, é uma referência às multidões seduzidas pela idolatria, paganismo e sua oposição à fé cristã (Ap 17.15). Ora, só existem os falsos deuses e as falsas religiões, porque há milhões de pessoas dispostas a adorá-los, em troca de falsas expectativas e interesses escusos. As pessoas não estão dispostas a servir a um Deus que é Senhor e exige delas santidade e exclusividade. Estão em busca de alguém que realize os seus desejos carnais e egoístas. Quem prometeu dar tudo [até o que não é dele] em troca de adoração foi escolhido Diabo e não Deus.
O adjetivo "grande" (Gr. "megáles") usado em Apocalipse 17, indica que não se trata de uma prostituta vulgar, mas de uma prostituta da realeza. Trata-se de um sistema de proporções globais, que atingirá a religião, a política, cultura e a economia, como veremos no próximo tópico. A grande prostituta, portanto, representa toda a imoralidade e o falso sistema religioso que dominará o mundo em rebelião contra Deus na Grande Tribulação, cujo espírito já se encontra em plena atividade e expansão no mundo atual.
2- A mulher e a besta escarlata. Depois de falar sobre a grande prostituta, assentada sobre muitas águas, o anjo mostrou a João uma mulher montada sobre uma besta de cor escarlata: "E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres". Esta besta é a descrição da grande prostituta (Ap 17.3). Em Apocalipse 13, João viu uma besta, que saiu do mar, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia (Ap 13.1). João faz uma descrição detalhada da aparência deste monstro terrível e diz que o Dragão deu-lhe autoridade para dominar sobre tribos, nações e línguas e todos adoraram a besta dizendo: "Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?".
Este terrível animal e as suas características são simbólicos e se referem ao Anticristo, um governante mundial que, dominará o mundo e, pelo poder de Satanás, faz oposição a Jesus e aos seus servos (2 Ts 2.4,9,10). Este governante mundial representado pela besta com sete cabeças, dez chifres e sete diademas só se manifestará após o arrependimento da Igreja. Entretanto, conforme já falamos, o seu espírito, que é o espírito da Babilônia, já está atuando no mundo.
3- Mistério: a Grande Babilônia. Na visão que João teve de uma mulher montada em uma besta, ele viu uma inscrição em sua testa e nome da prostituta foi desvendado: “E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra". (Ap 17.5). O termo “mistério” indica que o nome “babilônia” não é geográfico, mas simbólico. Não se trata apenas de uma cultura sem Deus, mas de uma cultura contra Deus. O “espírito da Babilônia”, portanto, é um sistema global, não apenas ateu e sem Cristo, mas, deliberadamente militante contra Deus e contra Cristo. Esta militância anti-cristã está presente em toda parte no mundo atual, como veremos ao longo das lições deste trimestre.
O império babilônico tinha como principais características a imoralidade, o paganismo, o sincretismo religioso, a violência e a rebeldia contra Deus. O rei Nabucodonosor era um narcisista, extremamente arrogante, que fez uma imagem de ouro enorme e exigiu a adoração dos seus súditos, sob pena de serem lançados num forno de fogo ardente. Este mesmo espírito da Babilônia está presente no mundo atual, de forma sutil e disfarçada, se levanta contra tudo o que se chama Deus (2 Ts 2.4).
REFERÊNCIAS:
BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 11-14.
GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pág. 89-93.
HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.227-28).
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.2455.
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