07 março 2023

O AVIVAMENTO APÓS A RESSURREIÇÃO DE CRISTO


(Comentário do primeiro topico da Lição 11: O avivamento e a missão da Igreja).

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, falaremos sobre o avivamento após a ressurreição de Cristo. Quando Jesus foi crucificado, os discípulos ficaram decepcionados, pois tinham uma visão equivocada sobre o Messias, acreditando que Ele seria um líder político que os livraria da opressão de Roma. 

Após a ressurreição, Jesus apareceu a Maria Madalena, ela contou aos discípulos, mas eles não acreditaram, pois estavam desanimados. Finalmente, Jesus apareceu aos onze apóstolos, que estavam trancados em uma casa, num clima de derrota, com medo dos judeus. O evangelista Marcos registrou que Jesus os convocou para uma reunião na Galiléia e lá, o Mestre lhes entregou a Grande Comissão de pregar o Evangelho a toda criatura (Mc 16.11-20). 


1- O desânimo dos discípulos. O comentarista enfatiza aqui o desânimo e a incredulidade dos discípulos, após a ressurreição de Jesus. Na verdade, este desânimo deles era consequência da incredulidade em relação às próprias palavras de Jesus. Conforme falamos no início deste tópico, os discípulos de Jesus o seguiram, mas tinham uma visão equivocada a respeito da pessoa dele e da sua missão. Mesmo tendo ouvido inúmeras mensagens de Jesus, visto os milagres extraordinários que Ele fizeram, eles continuavam com a ideia fixa de que Jesus era um líder político que restauraria a dinastia de Davi e a independência de Israel (Lc 24.22; At 1.6). Ora, Jesus nunca havia prometido isso a eles!

Desde o início do seu ministério terreno, o Senhor Jesus pregou o Evangelho do Reino de Deus, convocando seguidores, a negarem-se a si mesmos, tomar a sua cruz e segui-lo. O Mestre deixou claro que o Reino dele não é deste mundo e que Ele seria crucificado pelos pecadores. Mas Ele prometeu que após três dias iria ressuscitar dos mortos e que voltaria para o Céu. Entretanto, não os deixaria órgãos e enviaria "Outro Consolador" (Gr. Allos Parakletos), outro da mesma espécie dele, para ficar com eles para sempre. A palavra grega "Parakletos" significa alguém que representa um cidadão num tribunal e o defende, como um advogado ou assistente jurídico. 

Os doze apóstolos andaram com Jesus por três anos, ouvindo estes ensinos. Com exceção de Judas Iscariotes, que traiu Jesus e se matou, os outros onze continuaram sendo discípulos de Jesus. Se tivessem crido realmente no que Ele falou, não haveria motivos para desânimo ou dúvidas em relação à ressurreição. Além das palavras que Jesus havia lhes falado que haveria de ressuscitar, agora eles tinham também o testemunho de Maria Madalena que afirmava ter visto Jesus ressuscitado e, mesmo assim, não creram. Jesus apareceu também para dois discípulos no caminho de Emaús e partiu o pão com eles. Eles contaram aos apóstolos o que viram, mas eles continuaram duvidando. 

Infelizmente, em nossos dias há pessoas dessa forma. A Palavra de Deus ensina uma coisa e eles preferem duvidar da Palavra de Deus e nutrir falsas expectativas, com base em ensinos distorcidos. Jesus nunca prometeu que os seus discípulos seriam prósperos neste mundo. Ao contrário, prometeu que seriam odiados de todos, perseguidos e mortos por causa do Seu Nome. Mas tem muitos crentes desanimados e até revoltados com Deus, por causa de perdas materiais ou por não serem prósperos neste mundo. Ora, se entendessem a mensagem do Evangelho saberiam que a promessa de Jesus é dar a Vida Eterna aos que nEle crerem. 


2- A aparição de Jesus aos discípulos. Jesus ressuscitou e deu várias provas individuais a alguns dos seus discípulos, mas o clima de incredulidade perdurava até mesmo no colégio apostólico. Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago viram também dois anjos na entrada do sepulcro, os quais lhes perguntaram: “Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou…” (Lc 24.5,6)

Elas haviam visto a pedra removida da entrada do sepulcro e viram que o túmulo estava vazio. Diante deste fato, mesmo sabendo das palavras que Jesus havia dito que iria ressuscitar, imaginaram que o corpo havia sido furtado. Diante desta conclusão precipitada, Maria correu e anunciou aos discípulos que furtaram o corpo de Jesus. Com a informação passada por Maria Madalena, Pedro e João correram e foram ver o sepulcro. Chegando lá constataram que estava vazio, mas em momento algum cogitaram a hipótese de que Ele havia ressuscitado. 

A primeira pessoa a ver Jesus após a sua ressurreição foi Maria Madalena. Enquanto ela chorava nas proximidades do sepulcro, Jesus apareceu-lhe e perguntou porque ela estava chorando. Ela não o reconheceu e pensou que era o jardineiro. Finalmente, Jesus a chamou pelo nome: 

- Maria! 

Então, ela o reconheceu e exclamou em aramaico: 

- Raboni (Mestre)! 

Jesus mandou que ela anunciasse isso aos discípulos. Ela foi e anunciou aos discípulos que tinha visto Jesus, mas eles não acreditaram e pensaram que ela estava delirando (Lc 24.11).  

No caminho de Emaús, uma aldeia que ficava a cerca de 11 km de Jerusalém, dois discípulos seguiam viagem, comentando a respeito da morte de Jesus. De repente, Jesus apareceu entre eles, entrou na conversa e perguntou-lhes sobre o que estavam falando. Eles se admiraram de que ele não soubesse dos últimos acontecimentos e perguntaram se ele era um peregrino em Jerusalém, para não saber disso e lhe contaram tudo o que aconteceu, mencionando inclusive o testemunho das mulheres, sobre a visão dos anjos (Lc 24.13-24).

Jesus, então, explicou-lhes tudo o estava escrito a respeito dele nas Escrituras,  desde Moisés até aos profetas, que era necessário que o Messias padecesse, para depois entrar em sua glória (Lc 24.25-27). Quando chegaram a Emaús, eles o convidaram a entrar, pois já era tarde. Jesus entrou e, enquanto partia o pão, eles o reconheceram e ele desapareceu. Eles lembraram que, enquanto Jesus lhes expunha as Escrituras, ardia-lhes o coração (Lc 24.32). Estes discípulos foram a Jerusalém e também anunciaram aos apóstolos tudo o que aconteceu., mas, eles continuavam céticos (Mc 16.13). 

Depois disto, os discípulos estavam trancados em uma casa, com medo dos judeus, Jesus apareceu no meio deles e disse: Paz seja convosco! (Jo 20.19). Em seguida, mostrou-lhes as mãos e os pés, para que não ficasse nenhuma dúvida de que era Ele mesmo. 

Um dos apóstolos, chamado Tomé, não estava presente neste encontro de Jesus com os discípulos. Quando ficou sabendo, Tomé disse que só acreditaria se colocasse o seu dedo nos sinais dos cravos em suas mãos, e colocasse a mão em seu lado, onde Ele foi ferido por uma lança. Uma semana depois, Jesus apareceu novamente aos discípulos e Tomé estava junto. Sem ninguém falar nada, Jesus se dirigiu a Tomé e mandou que ele colocasse o dedo e mão nos locais dos ferimentos. Somente assim Tomé creu. 


3- O avivamento após a ressurreição. Depois de todo este histórico de incredulidade e desânimo dos discípulos, o Senhor Jesus revelou-se claramente a todos eles na Galiléia, lançando-lhes em rosto toda a incredulidade deles, por não acreditarem nas evidências e nos testemunhos daqueles que afirmavam tê-lo visto ressuscitado (Mc 16.11-14). 

Depois de sanar todas as dúvidas quanto à sua ressurreição, o Senhor Jesus incumbiu os seus discípulos da chamada Grande Comissão e disse-lhes: Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura; quem crer e for batizado, será salvo. Mas quem não crer será condenado. (Mc 16.15,16). Na sequência, o Senhor Jesus garantiu- lhes que os seguintes sinais os seguiriam onde eles fossem pregar: "E estes sinais seguirão aos que crerem; em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão." (Mc 16.17,18). 

Alguns críticos da atualidade dos dons espirituais alegam que este texto de Marcos 16.15-20 não se encontra nos manuscritos gregos mais antigos. Entretanto, apenas dois manuscritos não contém essa parte do texto, enquanto outros 1700 contêm. Sendo assim, não há porque questionar, até porque em todo o livro de Atos vemos a confirmação destes sinais.

É importante esclarecer também que os sinais de pegar em serpentes ou beber coisa mortífera não significa que devemos sair por aí manuseando animais peçonhentos ou ingerindo substâncias venenosas. Em algumas seitas nós Estados Unidos acontecem estas práticas e algumas pessoas foram picadas por serpentes e morreram. O que Jesus falou é que, isso acontecer acidentalmente ou os discípulos fossem forçados a fazerem isso, não lhes causariam danos, como aconteceu com o apóstolo Paulo durante a sua viagem como prisioneiro a Roma (At 28.3-5). 


REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra: O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2a Impressão: 2010. Vol. 1. pág. 303-304; 475-476.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento: MATEUS A JOÃO. Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pag. 503-504.

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