14 setembro 2022

O FENÔMENO RELIGIOSO


(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 12: A sutileza da espiritualidade holística).

O ser humano é o único ser deste mundo que possui um espírito, que é a parte imaterial capaz de responder a Deus, através da fé e da consciência. Por isso, o ser humano tem em sua natureza a necessidade de se relacionar com Deus. Com a queda, a comunhão que havia entre Deus o ser humano foi rompida, pois Deus não pode conviver com o pecado. Entretanto, o homem continua tendo este vazio dentro do seu ser. Se não conhece o Deus Verdadeiro, irá buscar outras formas de espiritualidade e assim, entrega-se a vários tipos de crenças  e idolatria. 


1- A busca do sagrado. Desde os primórdios, o ser humano anda em busca do sobrenatural e do sagrado, na tentativa de preencher o vazio que existe em seu ser, desde que perdeu o relacionamento com Deus. Jesus sabendo dessa necessidade humana de reconciliação com Deus, veio a este mundo com o objetivo de "buscar e salvar o que se havia perdido'' (Lc 19.10) e reconciliar o ser humano com Deus. 


O apóstolo Paulo quando pregou no Areópago de Atenas, ficou extremamente comovido ao ver a idolatria daquelas pessoas. Havia ali uma quantidade enorme de altares, dedicados a vários tipos de deuses. Entre eles, o apóstolo viu um que era dedicado ao "Deus desconhecido". Paulo começou a pregar e eles, sem entenderem de quem o apóstolo estava falando, diziam uns aos outros: 

– O que quer dizer este paroleiro? E outros respondiam:

– Deve ser pregador de deuses estranhos. 

Finalmente, resolveram interpelar Paulo, para saber do que ele estava falando, pois, segundo eles, naquele local as pessoas "viviam em busca de novidades". Paulo disse que em tudo os achava muito "supersticiosos". A palavra traduzida por "supersticiosos" na Versão Almeida Revista e Corrigida, significa supersticioso ou religioso. Esta última se aplica melhor ao contexto e foi usada na Nova Almeida Atualizada. A palavra religião no latim é religare e traz a ideia da religação do homem a Deus. O religioso acredita na possibilidade de que alguma pessoa ou poder sobrenatural pode reconectar o ser humano ao divino. Por isso, busca incansavelmente, alguém que possa fazer este papel, sejam os espíritos dos que já morreram, os orixás, objetos sagrados, a própria natureza, etc. 


Entretanto, a Bíblia nos deixa muito claro que só existe um Único Mediador entre Deus e a humanidade: Jesus Cristo, o Filho de Deus, que se fez homem (1 Tm 2.5). Ele veio a este mundo pagar o preço da nossa  redenção e é único meio do homem ser reconciliado com Deus. João Batista disse que Ele é "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". (Jo 1.29). O próprio Jesus disse que "ninguém vem ao Pai senão por Ele" (Jo 14.6). O apóstolo Pedro disse que "em nenhum outro há salvação." (At 4.12). Portanto, toda religião que admitir outro mediador entre Deus e o ser humano, além de Cristo, é falsa e deve ser rejeitada. 

 

2- Deus e os deuses. Conforme vimos acima, há em todas as culturas a busca pelo sagrado. Mas, há apenas um único Deus verdadeiro, que é o Criador de todas as coisas. Quando uma pessoa não conhece o Deus Verdadeiro, acaba criando os seus próprios deuses para adorar e suprir esta carência espiritual, inerente ao ser humano. O primeiro dos mandamentos de Deus a Israel foi: “Não terás outros deuses diante de mim.” (Ex 20.3), ou como está na Nova Almeida Atualizada “além de mim”. Em Deuteronômio 6.4, no chamado “Shemah Israel”, que é a seção da Torah que expressa o monoteísmo judaico, está escrito: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4). 


O pecado da idolatria consiste exatamente em “ter outros deuses" além do Único Deus Verdadeiro. A palavra deriva dos termos gregos “eidolon”, (ídolo) e “latreuein” (adorar) Portanto, significa originalmente a adoração ou veneração a ídolos e imagens. Entretanto, o seu sentido é muito mais amplo e abrange a adoração a qualquer objeto, pessoa, instituição, ambição, etc., que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a glória que lhe é devida e exclusiva. Existem vários tipos de idolatria: O uso de objetos de cultos que representem a Deus; orações dirigidas a qualquer pessoa como mediadora entre Deus e a humanidade; prestação de culto a qualquer pessoa ou instituição; etc. O pecado da idolatria é duramente condenado na Bíblia, pois ele afronta a Santidade do Único Deus.


Com relação à crença na existência de Deus há várias perspectivas: 

a. Teísmo. Crença na existência de Deus como um ser pessoal. Dentro do Teísmo há vários pontos de vista. Os principais são: 

  • Monoteísmo, que acredita em um Único Deus pessoal; 

  • Politeísmo, que acredita na existência de vários deuses pessoais; 

  • Henoteísmo, que é a crença em vários deuses, sendo que um é superior a todos; 

  • Teísmo aberto, que crê em um Único Deus pessoal, mas retira os seus principais atributos incomunicáveis: onipotência, onisciência e onipresença. 

b. Deísmo. Diferente do Teísmo, o Deísmo acredita que Deus criou o Universo deu-lhe as suas leis de funcionamento e se afastou dele. O Deísmo endeusa a razão. 

c. Panteísmo. Acredita que Deus é uma energia cósmica e não uma pessoa. Confundem Deus com a própria criação.  

d. Ateísmo. Do grego “a” (negação) e “theós” (Deus) é a negação da existência de Deus. O ateísmo nega a existência de qualquer deus e do mundo espiritual. 

e. Agnosticismo. Do grego “a” (negação) e “gnosis” (conhecimento). É a filosofia que diz que o ser humano não possui conhecimento suficiente para provar que Deus existe ou negar a sua existência. É uma forma disfarçada de ateísmo. 

f. Dualismo. É a crença de que Deus existe, mas é finito. Acreditam que há duas forças igualmente poderosas, que se opõem no Universo: o bem e o mal. Deus seria o bem e Satanás, o mal.


Do ponto de vista bíblico, a perspectiva correta em relação a Deus é o Monoteísmo, que afirma a existência de um Único Deus verdadeiro, eternamente subsistente em Três Pessoas distintas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. (Ex 20.3; Dt 6.4; Mt 28.19; Jo 1.1; 2 Co 13.13 1 Pe 1.2). Qualquer crença diferente disso deve ser rejeitada. 


REFERÊNCIAS:

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 5. 11 ed. 2013. pág. 637-638.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pág. 370.

LOPES, Hernandes Dias. Atos: A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pág. 349.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. 11 ed. 2013. pag. 206-207.

MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 3. pag. 176-177.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 362.


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Weliano Pires

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