(Comentário do 3º tópico da Lição 11: A sutileza das mídias sociais).
Neste tópico falaremos dos pecados virtuais, que são aqueles cometidos através da internet. Daremos ênfase a dois deles que são os mais comuns: a sensualidade e o narcisismo. Estas duas condutas desencadeiam uma série de pecados que são extremamente destrutivos para a moralidade cristã. A facilidade de se comunicar escondido tem levado muitos a flertar com o pecado, trocando mensagens e imagens íntimas, que levam ao adultério e à fornicação.
1- Sensualismo. É a busca viciada por satisfação de desejos sexuais, de forma aventureira, pecaminosa e sem nenhum pudor. É o oposto de castidade e pureza sexual. É importante destacar que não estamos nos referindo à sensualidade entre marido e mulher dentro do casamento, respeitando os padrões bíblicos, como aparece no Livro de Cantares de Salomão.
O sensualismo tem dois aspectos, que são condenados na Bíblia: a lascívia e a impureza sexual. Ambos são obras da carne e estão na lista dos pecados que impedem a entrada no Reino de Deus, daqueles que os praticam (1 Co 6.10; Gl 19-21). A lascívia (Gr. aselgeia) é a exibição do próprio corpo com o objetivo de atrair o desejo sexual de outras pessoas. A impureza sexual (gr. akatharsia), por sua vez, inclui vários pecados de ordem sexual, inclusive olhar e desejar sexualmente uma pessoa que não é o seu cônjuge. Portanto, o sensualismo envolve, de um lado, a pessoa que exibe o seu corpo para atrair a cobiça sexual do outro, e por outro lado, o outro que olha e cobiça.
As redes sociais não são a origem destes pecados, pois, como disse Jesus, eles procedem do coração humano: “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” (Mt 15.19). Entretanto, as redes sociais multiplicam as possibilidades deles acontecerem, pois proporcionam o ambiente ideal para estas práticas. A possibilidade de conversar escondido e trocar imagens íntimas através de aplicativos de mensagens, acaba facilitando a prática de pecados sexuais.
Antigamente, a pornografia se restringia às revistas e filmes eróticos, que eram vendidos apenas a adultos e ficavam escondidos em bancas de jornais e locadoras de filmes. Era algo vergonhoso e, mesmo as pessoas que não serviam a Deus, tinham receio de serem descobertos nesse tipo de prática, principalmente as mulheres. Hoje, com a internet, a pornografia está por toda parte e gratuitamente.
O antídoto contra estas práticas é ter um vida de consagração a Deus, através das disciplinas cristãs, como a oração, o jejum e a meditação na Palavra de Deus. Aliado a isso, é preciso reconhecer as próprias fraquezas e manter constante vigilância. Quem tem fraqueza nessa área nunca deve manter conversas privadas com pessoas do sexo oposto, principalmente as que lhe parecem atraentes. Quem já teve problemas com a pornografia, deve colocar restrições nos equipamentos que utiliza, para bloquear conteúdos inadequados. É importante também evitar o acesso à internet em locais escondidos. Esta deve ser uma luta constante.
2- Narcisismo. A palavra narcisismo vem de "Narciso", um personagem da mitologia grega, que admirava muito a própria imagem e teria caído em um lago, contemplando e admirando a própria imagem. Portanto, dá-se o nome de narcisista a pessoas que têm profunda admiração pela própria imagem e sentem a necessidade de se auto exibir. Este é um comportamento natural em adolescentes, que estão em fase de grandes transformações físicas e emocionais. Mas se esse tipo de comportamento persiste na idade adulta é preocupante.
A personalidade de uma pessoa narcisista é marcada pelas seguintes características:
Noções de grandeza e superioridade de si mesmo;
Idéia de que possui "direitos" em relação aos demais;
Exibicionismo e ações voltadas para enaltecer a si mesmo;
Busca constante por admiração dos outros a si e anseio por dominar outras pessoas;
Tem a autoestima baixa e por isso, tem necessidade de admiração e autoafirmação.
O comportamento narcisista, portanto, é incompatível com a vida cristã. Enquanto o narcisista tem a necessidade de se auto afirmar, buscar admiração e exibir a própria imagem, o cristão é orientado por Jesus a "negar a si mesmo". (Lc 9.23). João Batista falou sobre Jesus: "convém que Ele cresça e eu diminua". (Jo 3.30). O apóstolo Paulo, por sua vez, disse: "Não sou mais eu que vivo, mas Cristo vive em mim" (Gl 2.20); e: "Mas longe de mim gloriar-me, a não ser na Cruz de Cristo" (Gl 6.14).
Este comportamento narcisista da sociedade atual, faz com que as pessoas busquem a todo custo o exibicionismo, os elogios e inflar o próprio ego. Para isso, vivem o tempo todo tirando fotos e editando-as com uma infinidade de filtros para melhorar a própria imagem. Segundo algumas estatísticas, no mundo todo as pessoas tiram mais de um trilhão de fotos digitais por ano. Nessas fotos, há todo tipo de pose, encenação e filtros, buscando arrancar elogios dos espectadores. Um dado curioso, é que até o ano de 1920, ninguém cogitava a possibilidade de sorrir para as câmeras. Mas a geração digital parece que vive para as fotos e vídeos. Tudo é motivo para selfies e lives. Nem os cultos escapam disso. Antigamente, as pessoas tiravam fotos apenas em momentos especiais como batismo, noivado, casamento, formatura e coisas desse tipo, para guardar como recordação. Vigiemos, pois, para não nos tornarmos idólatras da própria imagem.
REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.
REINKE, Tony. A guerra dos espetáculos o cristão na era da mídia. Editora Fiel. 1ª Ed. Português 2020.
CHATFIELD, Tom. Tradução de Bruno Fiuza. Como viver na era digital. Editora Objetiva
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Pb. Weliano Pires
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