(Comentário do 2º tópico da Lição 13: O mundo de Deus no mundo dos homens).
Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, falaremos sobre as bênçãos de uma vida no Reino de Deus. Antes de pertencermos ao Reino de Deus, éramos por natureza, filhos da ira e inimigos de Deus. Agora que entramos no Reino de Deus, através de Jesus Cristo, alcançamos as bençãos deste Reino.
A primeira bênção de uma vida no Reino de Deus é a remissão dos pecados. O pecado é uma ofensa contra Deus e, portanto, somente Ele pode remir ou perdoar esta ofensa. Somente através do sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário, alcançamos o perdão dos nossos pecados.
A segunda bênção é a adoção de filhos. Adotar um filho é conceder a alguém que não é filho biológico, todos os direitos inerentes a esta condição. Antes de conhecer a Cristo, éramos estranhos e inimigos de Deus. Mas, pela fé em Cristo, recebemos não apenas o perdão dos pecados, mas também o direito de sermos chamados filhos de Deus.
A terceira bênção é ser herdeiro de Cristo. Deus é o dono de todas as coisas, visíveis e invisíveis, pois Ele tudo criou. Portanto, Ele dá a quem quer e decidiu, soberanamente, conceder as riquezas da sua glória àqueles a quem adotou como filhos, por intermédio de Jesus Cristo, Seu Filho.
1. Remissão dos pecados. A palavra remissão deriva do latim remissio, que tem o sentido de perdão, renúncia, desistência, absolvição. O conceito de remissão é a libertação de um cativo, mediante pagamento de resgate, ou cancelamento de uma dívida ou sentença, por parte do credor ou juiz que o sentenciou.
Só quem pode fazer isso, evidentemente, é a parte ofendida. Eu não posso perdoar a ofensa feita a outra pessoa, ou anular uma sentença condenatória, imposta pela justiça a alguém. O pecado é uma ofensa contra Deus e, portanto, somente Ele pode remir ou perdoar esta ofensa. Somente através do sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário, alcançamos o perdão dos nossos pecados: “E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.” (Cl 2.13,14).
Há ideias equivocadas em relação ao pagamento dos nossos pecados, para a remissão deles. Todo cristão concorda que Cristo pagou o preço dos nossos pecados, mediante o seu sacrifício na Cruz do Calvário. Entretanto, há pessoas que dizem Jesus morreu para pagar o resgate ao diabo, para que ele nos libertasse da escravidão em que vivíamos, como se estivéssemos sequestrados pelo inimigo.
Ora, isso é um absurdo teológico, pois o preço dos nossos pecados foi pago à Justiça de Deus que exige a punição pelo pecado. Jesus, como o Cordeiro imaculado de Deus, foi sacrificado para nos purificar de todos os nossos pecados, mediante a fé nEle. Somente Ele poderia fazer isso. A morte de qualquer ser humano, pois mais justo que fosse, seria incapaz de salvar a si mesmo. As boas obras, o sofrimento, a pobreza, o dinheiro ou a religião, são igualmente insignificantes para libertar o ser humano do pecado.
2. Adotados por Deus em Cristo. Adotar um filho é conceder a alguém que não é filho biológico, todos os direitos inerentes a esta condição. Paulo é o único escritor do Novo Testamento que usa o termo adoção, em relação aos salvos em Cristo. Isto porque a prática da adoção não fazia parte do sistema legal judaico. Entretanto, era algo comum entre os romanos e bem conhecida dos gentios.
Antes de conhecer a Cristo, éramos estranhos e inimigos de Deus. Mas, pela fé em Cristo, recebemos não apenas o perdão dos pecados, mas também o direito de sermos chamados filhos de Deus. Muitas pessoas estão enganadas pensando que todos os seres humanos são filhos de Deus. A Bíblia é muito clara e afirma que filhos de Deus são apenas aqueles que crêem em Jesus (Jo 1.12). Jesus é o Filho Unigênito (Gr. monogenes) de Deus (Jo 3.16). Aqueles que nele crêem se tornam filhos de Deus por adoção. Os demais são apenas criaturas de Deus.
3. Herdeiros de Cristo. Deus é o dono de todas as coisas, visíveis e invisíveis, pois Ele tudo criou. Portanto, Ele dá a quem quer e decidiu, soberanamente, conceder as riquezas da sua glória àqueles a quem adotou como filhos, por intermédio de Jesus Cristo, Seu Filho. Cristo, como único Filho legítimo de Deus e o herdeiro de tudo: “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” (Hb 1.1,2).
Mas Deus colocou como co-herdeiros de Cristo, todos aqueles que se tornarem integrantes do Seu Reino pela fé nEle: “E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.” (Rm 8.17).
Infelizmente, em nossos dias, há pessoas ensinando que temos “direitos” diante de Deus e que podemos exigir tais direitos. Mas, o fato de sermos herdeiros de Cristo, por termos sido adotados como filhos por Deus, mediante a fé em Cristo, não nos dá tal prerrogativa. Isso deve ser motivo para sermos eternamente gratos a Ele, por ter nos adotado como filhos e feito herdeiros de Deus, sendo nós por natureza, inimigos de Deus. Exigir algo de Deus nesta conjuntura, seria semelhante alguém perdoar uma dívida nossa impagável, colocar-nos dentro da sua casa como se fôssemos um dos seus filhos e nós lhe fazermos exigências.
REFERÊNCIAS:
BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 145-156.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 42.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1806,1807.
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