27 maio 2021

AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PASTOR



No tópico anterior falamos sobre as caraterísticas de Jesus, o Sumo pastor, que é o nosso modelo e parâmetro como pastor. Vimos que Jesus é o “Grande” e “Sumo” Pastor. Ele é Deus, e Senhor absoluto. Devemos imitá-lo, mas, evidentemente, não se espera que seres humanos falíveis consigam atingir o mesmo patamar de Cristo. Neste segundo tópico, veremos as características de um verdadeiro pastor, do ponto de vista humano, como um padrão possível de ser alcançado. A Bíblia nos fornece os requisitos básicos para o episcopado, ou pastorado, nas Epístolas de Paulo a Timóteo e a Tito, que eram seus companheiros de ministério. A lição nos fornece três características de um verdadeiro pastor: caráter íntegro, exemplo para os fiéis e infiéis e exemplo para a família. 


1. Um caráter íntegro. O grande problema dos fariseus não era tanto o que eles ensinavam, mas, a diferença entre o ensino e a prática. A conduta do pastor deve estar de acordo com o seu discurso, senão não terá credibilidade. A filosofia do “faça o que eu digo, mas, não o que faço”, não funciona. A hipocrisia é a distância entre o discurso e a prática. 

No livro de apoio à lição, o Pr. Elinaldo Renovato de Lima se entende mais sobre este assunto e traz os requisitos morais exigidos para se exercer o episcopado, conforme 1 Timóteo 3.1-7 e Tito 1.7: 

a. Irrepreensibilidade. Um pastor deve ser íntegro em todos os aspectos. Paulo falou para Timóteo “apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar”. (2 Tm 2.15). 

b. Vida conjugal ajustada. O casamento de um pastor deve seguir o modelo bíblico e ser exemplo para a Igreja. Por isso deve ser heterossexual, monogâmico e vitalício. É inadmissível um pastor ser divorciado, ter amantes, ou viver um casamento de fachada. 

c. Vigilância. A vigilância consiste em estar atento para não ser apanhado de surpresa. Um pastor deve fechar todas as brechas e vigiar para não cair em tentação e não escandalizar a Igreja.

d. Sobriedade. Ser sóbrio significa ter equilíbrio, moderação e domínio próprio. Um pastor não pode perder as estribeiras e agir precipitadamente. 

e. Honestidade. A honestidade consiste em integridade, veracidade e franqueza e na ausência de mentiras, trapaças, roubos, etc. Um pastor tem a obrigação de ser honesto em tudo o que faz e fala. 

f. Aptidão para o ensino. O pastor é o responsável por alimentar a Igreja com o ensino da Palavra de Deus e também defendê-la contra os falsos ensinos. Portanto, é indispensável que esteja preparado para ensinar, pois, ninguém pode ensinar aquilo que não aprendeu. Lamentavelmente, muitos pastores nunca leram a Bíblia toda e tem um conhecimento muito limitado das doutrinas bíblicas, apesar da facilidade de se adquirir conhecimento nos dias atuais. 

g. Abstinência de vinho. O alcoolismo traz muitos prejuízos, não apenas financeiros e à saúde, mas também prejuízos morais, como a insensatez, agressividade e descontrole. Já nos tempos do Antigo Testamento, os sacerdotes não podiam beber vinho ou bebida forte. (Lv 10, 8-10; Is 28.7). Aos reis também não era recomendado o vinho, para não atrapalhar as decisões que eles tomavam (Pv 31.4-7). Portanto, o consumo de bebidas alcoólicas é incompatível com o ministério pastoral. 

h. Não violento (ou espancador). Jesus nos recomenda que aprendamos com Ele, que é manso e humilde de coração. (Mt 11.29). Pedro também recomenda que devemos responder com mansidão aos que se opõem (1 Pe 3.15). O pastor deve ser firme em seus ensinos e na defesa da verdade. Mas, não pode ser violento, mal educado e agressivo. 

i. Não contencioso. Paulo disse a Timóteo que “ao servo do Senhor não convém contender” (2 Tm 2.24). O pastor além de ser um servo do Senhor, é um exemplo para a Igreja e não pode viver em contendas, pois, isso é carnalidade. 

j. Não avarento. A avareza é tão grave que Paulo diz que o avarento é idólatra. (Ef 5.5). Ter dinheiro ou ganhá-lo não é errado. O problema está em amar o dinheiro. Paulo diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. (1 Tm 6;10). O avarento rouba, mata, aplica golpes e abre mão de qualquer princípio, por dinheiro. Por isso, é incompatível com o ministério pastoral.

l. Bom governante da própria casa. O pastor deve ter uma conduta exemplar para com a sua família. Paulo, escrevendo a Timóteo, disse que "aquele que não governa bem a sua casa não terá cuidado da Igreja de Deus." Um pastor, que a própria família não o respeita, não tem a menor condição de pastorear uma Igreja. 

m. Não neófito. Esta palavra “neófito” vem de duas palavras gregas: "neo" (novo) e “fide” (fé) e significa novo na fé, ou inexperiente. O tempo de crente é importante, pois, existem coisas que só se aprende com a experiência. Um pastor inexperiente pode se precipitar e tomar decisões equivocadas. 

n. De bom testemunho para com os de fora. Os cristãos são observados pelas pessoas de fora da Igreja e o pastor mais ainda. Por isso é importante que o pastor tenha uma boa reputação no bairro e na cidade onde mora. Hoje, em tempos de redes sociais, o pastor deve tomar muito cuidado com as opiniões que publica, para não manchar a sua reputação e a da Igreja que ele lidera. Jesus disse que devemos nos alegrar quando as pessoas “mentindo” disserem coisas más contra nós. Mas, se as coisas más que o mundo disser de nós for verdade, não é motivo para nos alegrarmos. 

2. Exemplo para os fiéis e os infiéis. Além de ter um bom caráter, o verdadeiro pastor deve ter uma boa reputação. Reputação é aquilo que as pessoas pensam que nós somos e caráter é aquilo que Deus sabe que nós somos. O pastor deve ser um exemplo para os fiéis e até para os infiéis. Isso é muito importante na vida de um pastor. Um pastor que tem boa reputação atrai pessoas à Igreja, mas, se tiver uma má reputação pode afastar as pessoas do Evangelho e causar escândalos. 

3. Exemplo para a família. A primeira Igreja que o pastor lidera é a sua família. Por isso, ele deve ser exemplo em tudo na sua casa: exemplo de honestidade, seriedade, educação e fidelidade a Deus. Deve ensinar a Palavra de Deus à sua família, não apenas no discurso, mas, principalmente nas atitudes. A família do pastor também deve colaborar, para não manchar a reputação do pastor, pois, também são observados pela Igreja e pelos de fora. Por isso, é muito importante que o pastor ensine primeiro em casa à sua família. O pastor nunca deve tratar a sua família diferente dos demais membros da Igreja. Muitos pastores erram nisso. São rigorosos demais com os membros da Igreja e brandos com a própria família. 


Quando falamos sobre o ministério de profeta, fizemos um alerta sobre os falsos profetas. O mesmo acontece com o ministério pastoral. Assim como há os verdadeiros pastores, há também os falsos pastores que são lobos em pele de ovelhas. Falaremos disso no próximo tópico.


Pb. Weliano Pires

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