31 janeiro 2025

IMPLICAÇÕES DO ARIANISMO NA ATUALIDADE

(Comentário do 3º tópico da Lição 05: Jesus é Deus).

Ev. WELIANO PIRES 

No terceiro tópico, falaremos das implicações do Arianismo na atualidade. Inicialmente falaremos das adulterações do texto bíblico feitas na Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, versão usada somente pelas Testemunhas de Jeová, com o objetivo de adequar a Bíblia às suas heresias. Na sequência, falaremos de alguns movimentos religiosos orientais que são panteístas e também negam a divindade de Cristo. Por último, falaremos de outros grupos religiosos da atualidade que também negam a divindade de Cristo, especialmente o Islamismo e as religiões reencarnacionistas.

1. A Tradução do Novo Mundo. Um dos movimentos religiosos da atualidade que mais se assemelham ao Arianismo são as Testemunhas de Jeová. O fundador desta religião foi Charles Taze Russell, que nasceu no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, em 1854. Russell era presbiteriano, mas incomodado com a doutrina do tormento eterno para os ímpios, simpatizou-se com o Adventismo, com o qual tinha muitos pontos doutrinários em comum. Entretanto, não demorou muito e Russell rompeu também com o Adventismo e fundou um grupo denominado “Estudantes da Bíblia”. Posteriormente, o grupo passou a se chamar Testemunhas de Jeová. Eles se autodenominam assim por causa da defesa que fazem do nome de Jeová, como sendo o nome próprio de Deus. 

As Testemunhas de Jeová são um grupo religioso heterodoxo, que propagam várias doutrinas contrárias à ortodoxia bíblica. Evidentemente, não iremos tratar de todas as heresias ensinadas por eles aqui, por questão de espaço e tempo. Em relação ao tema desta lição eles são unitaristas, pois defendem que somente o Pai é Deus, que Jesus Cristo foi a primeira criatura de Deus e que o Espírito Santo não é uma pessoa, mas é a força ativa de Jeová. 

Conforme vimos no primeiro tópico, há muitas provas irrefutáveis na Bíblia de que Jesus é Deus. Mesmo com interpretações forçadas e equivocadas da Bíblia, como fazia o Arianismo, fica muito difícil negar que Jesus é Deus, sem negar a Bíblia. Por causa disso, a Sociedade Torre de Vigia, que é a editora oficial das Testemunhas de Jeová, resolveu criar a sua própria versão da Bíblia, chamada de Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas. Nesta versão foram alterados vários textos bíblicos, para adaptá-los às crenças da organização. 

Nos textos onde há menção ao Espírito Santo, todos foram colocados com iniciais minúsculas e onde havia a expressão “do Espírito Santo”, foi substituído por “de Espírito Santo”, para reforçar a crença de que Ele não é uma pessoa. Os textos que comprovam a divindade de Cristo também foram alterados e alguns excluídos. No texto de João 1.1, onde diz: “... E o Verbo era Deus”, acrescentaram o artigo indefinido “um”, que não existe no texto grego, e colocaram a palavra “deus” com “d” minúsculo, para transmitir a ideia de que Jesus não é Deus igual ao Pai. Da mesma forma, onde os textos bíblicos dizem: “Grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13); e: “nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 1.1), acrescentaram a palavra “do”, que também não existe no texto grego, para negar que o texto afirma que Jesus é Deus. 

O texto de 1 João 5.20, diz: “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” Não tendo como negar que este texto afirma com todas as letras que Jesus é Deus, simplesmente o retiraram da Tradução do Novo Mundo. 

Há muitas outras palavras que  foram alteradas para não mostrar a divindade de Jesus. A palavra adorar, por exemplo, quando se refere a Jesus, foi modificada para “prestar homenagem”. Na verdade esta versão é uma interpretação tendenciosa da Sociedade Torre de Vigia, com várias alterações dos textos bíblicos e não uma tradução da Bíblia. 

Os Adventistas do Sétimo Dia não negam diretamente a divindade de Jesus e declaram que crêem na Trindade, mas dizem que Jesus e o Arcanjo Miguel são a mesma pessoa. Isso equivale a negar a divindade de Cristo e a sua igualdade com o Pai, pois o arcanjo Miguel é criatura em lugar algum das Escrituras é chamado de Deus. Jesus é Deus, Eterno, Criador, igual ao Pai. 

2. Os movimentos orientais. As religiões orientais, em sua grande maioria, não são cristãs. No Oriente Médio, o Judaísmo e o Islamismo são monoteístas, mas não crêem na divindade de Cristo, nem o aceitam como salvador. Em outras partes do Oriente há outras religiões como o hinduísmo e as religiões africanas que são politeístas. Estas têm uma infinidade de deuses e mediadores, portanto, não crêem em Cristo como o Filho de Deus e Mediador entre Deus e a humanidade. 

Aqui neste subtópico o comentarista trata a respeito das religiões orientais que são panteístas monistas. O que isso significa? A palavra panteísmo vem de dois termos gregos: pan (tudo) e theos (Deus). É a crença de que tudo é Deus e Deus é tudo. Os panteístas não crêem em um Deus pessoal, mas em um energia cósmica que está presente na natureza. São chamados de monistas porque acreditam que Deus e a natureza são uma coisa só. 

Como exemplo destes movimentos religiosos orientais, o comentarista mencionou o Hare Krishna, que é uma seita do hinduísmo bastante confusa, que não daria para explicá-la aqui. Este grupo crê em um deus lendário chamado Krishna. São reencarnacionistas, seguem uma rigorosa dieta ascética e vegetariana, têm várias proibições e exigências e adotam o sistema de castas na sociedade. Com relação ao tema desta lição, não acreditam que Jesus é Deus, nem tampouco no seu sacrifício expiatório. Ensinam que Jesus foi apenas uma das muitas reencarnações de Krishna. O Budismo e outros movimentos orientais também têm posição semelhante sobre a Pessoa de Jesus. 

3. Outros grupos. Há muito mais grupos religiosos que têm ensinos contrários à divindade de Cristo. Neste subtópico, o comentarista cita o Islamismo e as religiões reencarnacionistas. O Islã é uma religião monoteísta, fundada em Meca, na Arábia Saudita, por Abul Al-Qasim Muhammad ibn Abd Allah ibn Abd Al-Muttalib ibn Hashim, ou simplesmente Muhammad, que viveu entre 571 E 632 d. C. É popularmente conhecido como Maomé, mas os seus adeptos não gostam que o chamem por este nome. Os muçulmanos, como são chamados os seguidores do Islã, aceitam Jesus como um profeta de Alá, inferior a Muhammad, mas jamais como Filho de Deus e divino. 

O Judaísmo, por sua vez, crê que apenas Yahweh é Deus e não aceita Jesus nem como profeta ou Messias. Dizem que Ele era um impostor que se apresentou como Filho de Deus e por isso foi morto. Eles ainda estão aguardando a vinda do Messias, mas não crêem que Ele será divino. Para os judeus o Messias será um enviado de Deus como Moisés, que virá para restaurar o povo de Israel política e religiosamente. 

As religiões reencarnacionistas são muitas e há muitas diferenças entre elas. Mas elas têm em comum a crença na reencarnação e em entidades ou espíritos, que se comunicam com o mundo material. Todas estas religiões negam a divindade de Jesus, a sua ressurreição e a eficácia do seu sacrifício para a salvação. O Espiritismo Kardecista e a Legião da Boa Vontade até se apresentam como cristãos, mas de cristãos eles não tem nada, pois negam ou distorcem as verdades fundamentais da fé cristã.


REFERÊNCIAS:

SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025. 
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 100, 2025, p. 38.
Declaração de Fé das Assembleias de Deus. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2017, p.43.
ANDRADE, Claudionor. Dicionário Teológico. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2004, pp.52,88,89.

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