(Comentário do 2º tópico da Lição 04: Deus é Triúno)
Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, falaremos das duas heresias antigas contra a doutrina da Trindade que são o Unicismo e o Unitarismo. Veremos o que é o Unicismo, como ele era conhecido nos primeiros séculos da Igreja e quais foram os principais heresiarcas deste movimento. O comentarista não falou a respeito da heresia do Unitarismo, mas é importante explicar, pois há seitas na atualidade que ensinam esta heresia. Por último, apresentaremos as contestações bíblicas a estas heresias.
1.
O Unicismo. O Unicismo é uma heresia que defende que Pai,
Filho e Espírito Santo são, na verdade, uma única pessoa que se manifestou de
três modos diferentes. Segundo dizem, Deus era o Pai no Antigo Testamento, no
Novo Testamento era o Filho e após a ascensão de Cristo, Deus é o Espírito
Santo. Os principais propagadores desta heresia foram Noeto, Praxeas e
Sabélio.
Os
primeiros nomes dados a esta heresia foram os seguintes:
a)
Monarquianismo. Vem de monarquia, onde o poder se concentra em
uma única pessoa. Houve duas escolas dentro do Monarquianismo: o Monarquianismo
Dinâmico, que afirmava que Jesus nasceu como homem comum, foi adotado pelo Pai
e recebeu poderes divinos após o batismo, mas não era divino. Esta heresia
também é chamada de Adocionismo; Havia também o Monarquianismo Modal, ou
Modalismo, do qual falaremos abaixo.
b)
Modalismo. Vem de “modo”, porque os seus proponentes
defendiam que Pai, Filho e Espírito Santo são modos diferentes de manifestações
divinas e não três pessoas.
c)
Patripassionismo. Vem de duas palavras latinas “Patri” (Pai) e
“Passus” (sofrimento). O Patripassianismo defendia que foi o Pai que sofreu na
Cruz e não o Filho.
d. Sabelianismo. É o mesmo Modalismo e recebeu este nome, porque era propagado pelo bispo Sabélio de Ptolemaida.
2. O Unitarismo. O comentarista citou, mas não explicou o que é o Unitarismo, porque ele será estudado na próxima lição, quando falaremos da divindade de Jesus. Por isso, eu vou apenas trazer uma explicação básica sobre esta heresia. O Unitarismo também nega a doutrina da Trindade e afirma que somente o Pai é Deus. Crêem que Jesus é o Filho de Deus, mas não é divino. Esta heresia é chamada também de Arianismo, pois foi defendida inicialmente pelo presbítero Ário de Alexandria.
3. A verdade bíblica. A distinção entre as três pessoas da Santíssima Trindade está muito clara no Novo Testamento. O comentarista nos apresentou aqui uma série de referências bíblicas que comprovam que Pai, Filho e Espírito Santo são três pessoas distintas, embora não sejam diferentes e sejam um só Deus. As palavras “distinto” e “diferentes” parecem ser sinônimas, mas não são. Distinto significa que é outro, mas pode ser igual. Diferente significa outro que não é igual. Por exemplo, eu tenho duas canetas esferográficas, da marca Bic e da cor azul. Elas são distintas, pois são duas. Mas não são diferentes.
A
primeira distinção clara das três pessoas da Trindade pode ser percebida no
batismo de Jesus: “E sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se
lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre
ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo.” (Mt 3.16,17). Nesta ocasião, o Filho estava sendo batizado no
Rio Jordão, o Pai falou dos Céus e o Espírito Santo desceu sobre o Filho em
forma corpórea de uma pomba.
Temos
também os casos das orações que Jesus fez ao Pai, principalmente, a Oração
Sacerdotal em João 17, onde o Filho fala com o Pai deixando claro que são duas
pessoas: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a
fazer. E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que
tinha contigo antes que o mundo existisse.” (Jo 17.4,5). Jesus não estava
falando consigo mesmo, mas com o Pai. Ele deixa claro que antes da fundação do
mundo, o Pai e Ele eram duas pessoas, quando fala “a glória que tinha
contigo”.
Nos discursos de Jesus, principalmente na promessa do envio do Consolador, Jesus menciona as três pessoas da Trindade: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.26). Jesus foi claro quando falou que Ele (o Filho) rogaria ao Pai (não a Si mesmo) e o Pai enviaria o Espírito Santo. Há muitas outras referências bíblicas que deixam claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são três pessoas e não três modos diferentes de Deus se manifestar.
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 100, 2025, p. 38.
Bíblia de Estudo Apologia Cristã. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2016, p.1535.
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