Hoje, primeiro de fevereiroPara mim, é um dia especialDia de alegria descomunalLembra-me o amor verdadeiroSacrificial e desinteresseiroDa mulher que me concebeuCom muito amor me recebeuCujos braços me carregaramOitenta anos já se passaram
Do dia em que mamãe nasceuO casal Quinca de Neco e MariaNa fazenda Riacho dos CavalosCom dificuldade e sem regalosLutavam pelo pão de cada diaTinham um filho e muita alegriaEis que um fato novo aconteceuPois Maria novamente concebeuOs parentes, muito se alegraramOitenta anos já se passaram
Do dia em que mamãe nasceu
Veio a primeira filha do casalMaria Eunice, vulgo NicinhaAs suas avós Lica e ZefinhaCom alegria e amor sem igualAgradeciam a bênção divinalCom os avós paternos cresceuA quem considerou e obedeceuOs tios e tias sempre a amaramOitenta anos já se passaram
Do dia em que mamãe nasceu
Nicinha cresceu em dificuldadesVivendo em extrema pobrezaNão conhecia luxo nem riquezaÀs vezes passava necessidadesTrabalhava desde a menoridadeA sua mãe também muito sofreuAos quarenta e dois anos morreuE os seus filhos se espalharamOitenta anos já se passaramDo dia em que mamãe nasceu
Nicinha contraiu o casamentoCom seu primo José de IaiáQue era bem conhecido por láHomem de bom comportamentoSério e trabalhador a contentoZé, à preguiça nunca se rendeuMuitos percalços na vida sofreuEm terras alheias eles moraramOitenta anos já se passaramDo dia em que mamãe nasceu
Cinco filhos, Deus deu ao casalQuatro meninos e uma meninaCriados no trabalho e disciplinaNum ambiente puro e naturalO leite vinha direto do curralO seu terreno Deus lhes deuVários anos a família ali viveuDepois para a cidade mudaramOitenta anos já se passaramDo dia em que mamãe nasceu
Os seus filhos foram criadosNos ensinamentos do SenhorDesenvolvendo a fé e o amorNa vida foram encaminhadosE por todos muito respeitadosUm duro golpe a vida lhe deuFoi quando a sua filha faleceuOs corações se dilaceraramOitenta anos já se passaram
Do dia em que mamãe nasceu
Os anos foram se passandoOs filhos cresceram e casaramAlguns, para longe se mudaramA saudade sempre maltratandoMas, os netos foram chegandoAté um bisneto Deus já lhe deuRelembro tudo o que aconteceuAs lembranças boas que ficaramE as tristezas que a maltrataramOitenta anos já se passaramDo dia em que mamãe nasceu
(Weliano Pires)
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