(Comentário do 3° tópico da Lição 03: A encarnação do Verbo)
Ev. WELIANO PIRESNo terceiro tópico, veremos como estas heresias se apresentam na atualidade. Falaremos das heresias dos Mórmons e Igreja da Unificação que, segundo o comentarista, negam o nascimento virginal de Jesus e são a versão moderna da heresia de Cerinto. Na sequência, falaremos das heresias modernas que negam a crucificação e ressurreição de Jesus, propagadas pelo Islamismo. Por fim, falaremos da confirmação histórica da morte de Jesus por historiadores que não eram cristãos, como Flávio Josefo e Tácito.
1. Quanto ao nascimento virginal de Jesus. Neste ponto, o comentarista cita os mórmons e a Igreja da Unificação como exemplos de grupos heterodoxos que negam o nascimento virginal de Jesus e que seriam, portanto, o ensino moderno de Cerinto. Entretanto, nós professores da Escola Dominical, temos compromisso com a verdade. Precisamos ter responsabilidade e pesquisar sobre as informações fornecidas pelo comentarista, para saber se elas são verídicas, para não reproduzirmos informações inverídicas ou deturpadas.
Evidentemente, o pastor Esequias Soares é um estudioso de apologética há muitos anos e um ensinador sério. Entretanto, com relação à crença dos Mórmons em relação ao nascimento de Cristo, eu assisti a aula do Ev. Tiago Rosas, onde ele apresentou o que os mórmons crêem a respeito de Jesus. Eu fiz questão de conferir no site oficial da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que é o nome oficial da Igreja e encontrei o seguinte:¹
“Acreditamos na divindade de Jesus Cristo como o Filho literal de Deus e um membro distinto da Trindade juntamente com Deus, o Pai, e o Espírito Santo. Jesus veio à Terra para passar pelas provações de uma vida mortal, ensinar e testificar sobre Deus, realizar milagres grandiosos e realizar Seu sacrifício expiatório, que nos permitiria ser purificados do pecado e ressuscitar.”
Em outro artigo², escrito por Joseph Fielding Smith, encontrei a seguinte declaração sobre o nascimento de Jesus:²
“(…) Jesus foi a única pessoa nascida neste mundo que não teve um pai terreno. O Pai de Seu corpo é também o Pai de Seu Espírito e o Pai dos espíritos de todos os homens.”
É claro que esta Igreja é uma seita, pois ensina várias heresias. Mas, pelas informações que vi no credo deles, não negam a corporeidade de Jesus, nem o seu nascimento virginal. Eles dizem que Jesus não foi gerado pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria e sim pelo Pai. Mas não negam que o nascimento virginal de Jesus.
Quanto à Igreja da Unificação temos poucos documentos oficiais para consulta. O principal manual de doutrina desta denominação é o Livro “Princípio Divino”, escrito pelo seu fundador, o reverendo Moon. Neste livro, que está disponível na internet, há muitas coisas confusas e sem nenhum nexo. Há também heresias grotescas como a negação de que o sacrifício de Jesus teve o objetivo salvífico. Ele diz que Jesus foi crucificado por causa da incredulidade do povo e que fracassou em sua missão. Entretanto, eu não encontrei uma negação expressa do nascimento virginal de Jesus e de sua corporeidade, que é o assunto desta lição. Pode ser que o pastor Esequias Soares tenha outras fontes que comprovem estas afirmações, mas se tem, não as citou.
Quem de fato nega o nascimento virginal de Jesus são os teólogos liberais e o judeus. Os primeiros negam a inerrância das Escrituras e só acreditam naquilo que pode ser comprovado empiricamente. Evidentemente, não é possível comprovar em laboratório que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo, pois não havia exame de DNA naqueles tempos. Os Judeus, por sua vez, embora admitam a humanidade de Jesus, negam a Sua divindade e dizem que Ele era um ser humano normal, filho de Maria e José.
2. Quanto à morte e à ressurreição de Cristo. Neste ponto, o comentarista cita a heresia de Basilides, um heresiarca gnóstico egípcio, que negava a crucificação de Jesus e dizia que Jesus havia sido confundido com Simão Cirineu, o homem que o ajudou a carregar a cruz, e este teria sido crucificado em seu lugar. Na atualidade, os muçulmanos defendem esta tese, dizendo que a crucificação não passou de uma simulação. Certamente foram influenciados por esta antiga heresia de Basilides.
Interessante que a Bíblia ensina exatamente o contrário. Foi Jesus quem morreu em lugar dos pecadores e não o contrário. O sacrifício de Cristo foi um sacrifício expiatório (substitutivo). Várias pessoas que conheciam Jesus e andavam com Ele, testificaram a sua crucificação como Maria, sua mãe, outras mulheres que o seguiam, João, Pedro, José de Arimatéia e muitas pessoas de Jerusalém que o conheciam. Depois que ressuscitou, Jesus foi visto por mais de quinhentas pessoas.
3. Confirmação histórica. Do ponto de vista bíblico, conforme vimos acima, é impossível negar a morte de Jesus, pois há abundantes comprovações. Não há como negar a morte de Jesus sem negar as Escrituras. No Antigo Testamento foram preditos os sofrimentos na sua morte, com riqueza de detalhes nos Salmos e no Livro do Profeta Isaías (Cf. Sl 22 e Is 53). No Novo Testamento temos registros de cada passo de Jesus desde sua prisão no Getsêmani, até a sua ressurreição e assunção ao Céu, com a presença de muitas testemunhas que posteriormente confirmaram os fatos que viram.
Além da confirmação bíblica, a morte de Jesus é confirmada também pela história, inclusive por historiadores que não eram cristãos. O comentarista citou dois deles: Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século que escreveu mencionou a condenação de Jesus por Pilatos e a sua crucificação; e o historiador romano Tácito, que viveu entre a segunda metade do século I e o início do século II, que também mencionou execução de Jesus durante o reinado de Tibério, pelo procurador Pôncio Pilatos. Estes dois relatos de historiadores que não eram cristãos, confirmam a narrativa bíblica.
REFERÊNCIAS:
SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 100, 2025, p. 37.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp.324,325.
OLSON, Roger. Contra a Teologia Liberal: Uma defesa cristã bíblica tradicional. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pp.54,55.
² Capítulo 25: O Nascimento de Jesus Cristo: ‘Novas de Grande Alegria’
https://unification.net/portugues/pd1994/
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