29 janeiro 2025

A DOUTRINA BÍBLICA DA DIVINDADE DE JESUS

(Comentário do 1º tópico da Lição 05: Jesus é Deus) 

Ev. WELIANO PIRES 

No primeiro tópico, estudaremos a doutrina bíblica da divindade do Senhor Jesus. Analisaremos vários textos bíblicos que mostram claramente que Jesus é Deus como João 1.1; Jo 20.28; Fp 2.6; Cl 2.2; Tt 2.13; 2 Pe 1.1 e 1 Jo 5.20). Diante de tantos textos que afirmam que Jesus é Deus, não há como negar esta verdade, sem negar ou deturpar as Escrituras. Na sequência, veremos que os atributos absolutos ou exclusivos de Deus são atribuídos a Cristo, em vários textos bíblicos. Isso também prova que Jesus é Deus. 

1. Jesus é Deus. Na lição passada, quando estudamos sobre a doutrina da Trindade, vimos que as Escrituras mostram claramente que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. Não são três deuses, mas um Único Deus, que subsiste em três pessoas. Entre os textos bíblicos estudados que comprovam que o Filho é Deus, vimos que Ele é chamado de Deus e de Senhor. Na ocasião, não entramos em detalhes sobre a divindade do Filho, porque o assunto seria estudado nesta lição. 

No Antigo Testamento não temos muitas informações a respeito da Pessoa do Filho de Deus, pois isso só foi revelado no Novo Testamento. Deus usou os profetas para falar sobre a sua vinda e revelou muitos detalhes do seu nascimento (Is 7.14; Mq 5.2) e sobre os seus sofrimentos, morte e sepultura (Sl 22; Is 53). Os próprios profetas não tinham ideia de quem, de fato, era a pessoa do Messias. Mas algumas afirmações do Antigo Testamento, que não foram compreendidas pelos judeus, foram explicadas no Novo Testamento. O profeta Isaías, por exemplo, mencionou alguns títulos do Messias que deixam claro que Ele é Deus, como “Pai da Eternidade” e “Deus Forte” (Is 9.6). No Salmo 45.7, o salmista declara: “O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de equidade”. O escritor da Epístola aos Hebreus, inspirado pelo Espírito Santo,  cita este texto e diz que esta afirmação se refere ao Filho: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino”. (Hb 1.8).

O Novo Testamento não deixa dúvidas da divindade de Jesus. O texto mais claro sobre a divindade de Jesus, obviamente, é João 1.1: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus”. No versículo 14, do mesmo capítulo, João esclarece que o Verbo é Jesus: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” Nestes dois versículos, vemos claramente quatro verdades fundamentais e inegociáveis sobre a Pessoa de Jesus: 

a) A preexistência de Jesus (No princípio era o verbo). Aqui não é uma referência ao início da criação em Gênesis 1.1 e sim, à eternidade passada, onde Pai, Filho e Espírito Santo sempre existiram. 

b) A distinção entre Jesus e o Pai (O Verbo estava com Deus). Deus aqui é o Pai. Jesus estava com o Pai, mas Ele é outra Pessoa e não o Pai, como dizem os unicistas. 

c) A divindade de Jesus (O Verbo era Deus). Jesus sempre existiu, junto com o Pai e não é o Pai. Mas Ele é Deus. Não outro deus, mas o mesmo Deus. Esta Verdade ficou tão difícil de negar que as Testemunhas de Jeová alteraram este versículo, como veremos no terceiro tópico. 

d) A humanidade de Jesus (O verbo se fez carne). Como Deus, Jesus é preexistente e sempre existiu. Mas, Ele tomou a forma humana e se tornou um corpo humano, como vimos na lição 3. 

Além do texto de João 1.1, o comentarista menciona vários textos do Novo Testamento que deixam muito claro que Jesus é Deus. O primeiro deles é João 20.28. Depois de comprovar que Jesus havia realmente ressuscitado, Tomé declarou: “Senhor meu, e Deus meu”. Os que negam a divindade de Jesus, costumam argumentar que Tomé teve apenas uma reação de admiração, como muitos fazem atualmente dizendo: Meu Deus! Mas, isso não tem nenhum fundamento, pois Tomé era um judeu e os judeus não usam o nome de Deus em reações de admiração. O que Tomé fez foi chamar Jesus de “Senhor” (Gr. Kyrios) e “Deus” (Gr. Theós). Estas duas palavras os judeus só aplicam a Deus e não as usam em vão. 

No texto de Filipenses 2.6, na Versão Almeida Revista e Corrigida (ARC), o apóstolo Paulo disse o seguinte, referindo-se a Jesus: “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus”. A Nova Versão Internacional (NVI) traduziu assim: “Que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se”. Em outro texto citado, o apóstolo Paulo declara: “E a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tt 2.13). Ainda em Colossenses 2.9, Paulo escreveu: “Porque nele [em Jesus] habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. Nestes versículos, Paulo afirma claramente que Jesus é Deus. 

O apóstolo Pedro, em sua saudação, na segunda Epístola, declarou: “...aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”. (2 Pe 1.1). Em sua primeira Epístola, o apóstolo João também deixa muito claro que Jesus é Deus: “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que conheçamos ao Verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” (1 Jo 5.20). Não há como negar que a Bíblia afirma a divindade de Jesus, lendo um texto como este. A não ser que se altere a Bíblia, ou exclua estes versículos, como alguns fazem. 

2. Seus atributos absolutos. Deus possui dois tipos de atributos ou qualidades que fazem parte da Sua essência: 

a) Os atributos comunicáveis. São aqueles que Ele possui plenamente, mas compartilha até certo ponto com as suas criaturas. Por exemplo: Amor, bondade, santidade, benignidade, etc. Evidentemente, nenhuma criatura possui estes atributos na mesma proporção que Deus, pois Ele é perfeito em tudo. 

b) Os atributos incomunicáveis. São características exclusivas de Deus que nenhuma de suas criaturas as possui, nem mesmo os seres espirituais: Autoexistência, Eternidade, Onipotência, Onisciência, Onipresença, Unicidade, Imutabilidade e Soberania. 

Além das muitas afirmações diretas do Novo Testamento de que Jesus é Deus, vemos também alguns atributos que são exclusivos de Deus sendo atribuídos a Jesus Cristo. Por exemplo, a Bíblia nos mostra claramente que Jesus é eterno, quando diz: “Ele estava no princípio com Deus” (Jo 1.1). Além deste versículo, Jesus disse em João 8.58: “Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, Eu sou.” Os judeus entenderam claramente o que Ele estava dizendo e pegaram em pedras para apedrejá-lo. 

Vemos ainda na Bíblia que Jesus é Onipotente, ou seja, Ele é o Todo-poderoso: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.” (Ap 1.8). Ele também é Onipresente, pode estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo: “...E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”. (Mt 28.20). Jesus também é Onisciente, pois Ele conhece todas as coisas: “Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia; E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem.” (Jo 2.24,25). Há muitos textos também que mostram que Jesus conhecia os pensamentos das pessoas, como em Mateus 9.4: “Mas Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, questionou: “Por que cogitais o mal em vossos corações?”. 

REFERÊNCIAS:

SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025. 
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 100, 2025, p. 38.
Declaração de Fé das Assembleias de Deus.| RIO DE JANEIRO: CPAD, 2017, p.43.
ANDRADE, Claudionor. Dicionário Teológico. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2004, pp.52,88,89.

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