11 janeiro 2025

A TENDÊNCIA JUDAIZANTE HOJE

(Comentário do 3° tópico da Lição 02: Somos Cristãos).

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, falaremos da tendência judaizante nos dias atuais. Veremos que o Evangelho é um só e que as expressões “Evangelho da circuncisão” e “Evangelho da incircuncisão”, usadas por Paulo, são meramente formas diferentes de apresentação. Na sequência, falaremos do perigo da tendência judaizante que além de ameaçar a liberdade cristã, pode reduzir o Cristianismo a mais uma seita judaica. Por último, falaremos das práticas judaizantes da atualidade de grupos que se dizem evangélicos e querem introduzir práticas e costumes judaicos. 


1. O mesmo Evangelho (vv.7-9). Após discussão acirrada, sob pressão dos judaizantes, os apóstolos reconheceram que assim como Pedro havia sido chamado para exercer o seu apostolado entre os judeus, Paulo e Barnabé foram chamados para exercer os seus ministérios entre os gentios, em missões transculturais. Para explicar isso, Paulo falou que o Evangelho da incircuncisão lhe foi confiado, assim como o Evangelho da incircuncisão foi confiado a Pedro. 


Isto não significa, evidentemente, que se trata de dois Evangelhos, pois o Evangelho de Cristo é um só para todos os povos. Também não significa que Pedro pregaria apenas aos judeus e Paulo apenas aos gentios. Pedro pregou o Evangelho aos gentios na casa de Cornélio e as Epístolas são universais. Paulo também pregou aos judeus em vários lugares. Onde ele chegava, procurava uma Sinagoga e ali pregava. Entretanto, o ministério apostólico de Pedro foi exercido entre os judeus e o de Paulo entre os gentios, pois Deus assim os vocacionou. 


2. O perigo da doutrina judaizante. Alguns cristãos incautos e “tolerantes” com doutrinas heterodoxas podem pensar que não haveria problemas se alguém quisesse seguir estes ensinos. Mas, será que há algum problema em alguém adotar práticas do Judaísmo? Quais seriam os problemas do ensino judaizante e que perigos que ele representa para o cristão? O grande problema é que este ensino altera a base do Evangelho, que é a Justificação pela fé. 


O ensino judaizante representa um complemento ao sacrifício de Cristo na Cruz. Quando se coloca algo a mais como condição para a Salvação, isso anula o sacrifício de Cristo. Se houvesse a possibilidade de algum ser ser justificado pelas obras da Lei, não haveria necessidade de Jesus vir a este mundo e padecer em nosso lugar. Bastaria o ser humano se converter ao Judaísmo e praticar os preceitos da Lei Mosaica. Mas tudo aquilo eram apenas sombras e figuras do que estava por vir na Nova Aliança. 


O outro problema do ensino judaizante é que ele ameaça a liberdade cristã. Cristo veio nos libertar e não nos escravizar. Os judaizantes são legalistas, embora nem todos os legalistas sejam judaizantes. Todo legalista cria regras e obrigações como meio de obter o favor de Deus. Na verdade, fazem sacrifícios de tolos, pois o favor de Deus se manifestou através do Seu Filho Jesus Cristo, o Único que pode nos reconciliar com Deus. Portanto, devemos rejeitar quaisquer exigências e acréscimos para se obter a Salvação, além da Graça de Deus e fé em Cristo. 


3. As práticas judaizantes atuais. Neste ponto, o comentarista menciona as principais práticas judaizantes da atualidade. As principais são a exigência da guarda do sábado e a observância das leis dietéticas do Judaísmo, chamadas de Kashrut. Estes dois pontos são seguidos principalmente pela Igreja Adventistas do Sétimo Dia e outros grupos que exigem a guarda do sábado e a abstinência de certos tipos de alimentos, como condição para a salvação. 


Estes grupos não exigem a prática da circuncisão e a observância de outros rituais judaicos nos cultos. Mas a exigência da guarda do sábado e a abstinência de alimentos proibidos na Lei como condição para a salvação, configura-se em “outro evangelho”, como disse Paulo. Nem Jesus, nem os apóstolos nunca ensinaram estas coisas. Paulo escreveu aos Colossenses: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”. (Cl 2.16,17).


Há atualmente também Igrejas que adotam outras práticas e símbolos religiosos do Judaísmo, como a liturgia da sinagoga e o uso do kippar, do shofar e do manto para oração. O uso destes elementos fazem parte da cultura judaica. Se um judeu convertido os usar, de forma cultural e sem colocá-los como condição para a salvação, não há nenhum problema. Mas não faz sentido um cristão brasileiro querer se vestir como judeu, seguir a liturgia das sinagogas ou orar em hebraico. Nós vivemos na dependência do Espírito e não estamos sob o jugo da lei. 


REFERÊNCIAS:


SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025. 

Revista Ensinador Cristão. Ed. 100, p. 37 . RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025. 

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2004, p. 1633. 

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2012, p. 843. 

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, pp. 2153-54. 


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