Ev. WELIANO PIRES
No terceiro tópico, falaremos de Jesus como o nosso maior modelo, no uso destas três armas espirituais. Veremos que Jesus, ao ser tentado pelo inimigo, venceu-o com a Palavra de Deus e ordenou que ele fosse embora. Na sequência, veremos que Jesus usou também a arma da oração. Ele passava noites em oração e orou em várias ocasiões. Por último, veremos que Jesus também praticava o jejum e espera que nós também o pratiquemos.
1. Vencendo o Diabo com a Palavra. Jesus é a nossa maior referência no uso da Palavra, para ter vitória nas batalhas. Quando foi tentado pelo diabo no deserto, o texto bíblico nos diz que Ele foi tentado durante quarenta dias. No final dos quarenta dias, a Bíblia cita três investidas do inimigo contra Jesus e nas três, o Mestre usou a Palavra de Deus dizendo: está escrito.
O inimigo citou a Bíblia para Jesus, distorcendo o seu sentido. Ele usou o Salmo 91, de forma distorcida, dizendo que estava escrito a respeito de Jesus, que Deus daria ordem aos anjos para protegê-lo. O texto bíblico, realmente diz isso. Mas não apóia a atitude irresponsável de correr perigos desnecessários, confiando que Deus irá nos proteger. Aqui, aprendemos com Jesus, a importância da exegese bíblica, ou seja, examinar o verdadeiro sentido do texto bíblico, para não distorcê-lo.
Na atualidade também, muitas pessoas usam textos bíblicos fora dos seus contextos e de forma distorcida, para criar falsas doutrinas. Não basta ler a Bíblia, ou citar capítulos inteiros de cor. É preciso ler, fazer a exegese e interpretá-la corretamente. Conforme já falamos anteriormente, o diabo é especialista em distorcer a Palavra de Deus.
2. Vivendo em oração. O Senhor Jesus, sem nenhuma dúvida, é o nosso maior exemplo de uma vida de oração. Mesmo sendo o Filho de Deus, Ele passava noites em oração e quando a multidão o cercava, ele fugia para lugares desertos a fim de orar. Em várias ocasiões, vemos nos Evangelhos que Jesus estava em oração.
O Divino Mestre orou antes de tomar decisões importantes, como por exemplo, escolher os seus doze apóstolos. Ele fez também, uma longa oração, chamada de oração sacerdotal, em favor dos seus discípulos. Nesta oração, Jesus intercedeu pelos discípulos que andaram com Ele em seu ministério terreno, mas também pelos que ainda iriam crer nele, como nós.
Jesus orou também quando se aproximava o momento da crucificação. No Getsêmani, estando em profunda agonia, o Mestre orou ao Pai dizendo: “Pai, se possível, passa de mim este cálice, todavia, faça-se a Tua Vontade e não a minha.” (Mt 26.39-44). Por fim, quando Ele estava na Cruz, orou pelos seus algozes, dizendo: Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o que fazem.” (Lc 23.24).
3. Vivendo em jejum. Além de usar a Palavra de Deus, como arma de ataque e de defesa, e ter uma vida de oração, Jesus também praticava o jejum. Quando foi tentado pelo diabo, Ele estava em jejum havia quarenta dias. No final dos quarenta dias, certamente Ele estava debilitado fisicamente, pois Ele era plenamente humano. Entretanto, este período de oração e jejum o fortaleceu espiritualmente, para enfrentar e vencer as investidas do inimigo contra Ele.
Não temos outros registros nos Evangelhos de períodos de jejum de Jesus. Mas esta era uma prática comum dos judeus piedosos, que jejuavam duas vezes por semana (Lc 18.12). O fato de Jesus jejuar por quarenta dias indica que Ele tinha este hábito. Além disso, quando Ele falou sobre o jejum aos seus discípulos, da mesma forma que falou que falou sobre a oração, a oferta, a ajuda aos necessitados e outras práticas. Ele jamais falaria para os seus discípulos sobre algo que Ele mesmo não praticasse.
O jejum é um arma poderosa, que aumenta a nossa intimidade com Deus, pois durante o período de jejum subjugamos a nossa carne e estamos em oração, leitura e meditação na Palavra de Deus. O jejum e oração também são armas eficientes para expulsar certas castas de demônios, que só são expulsos desta forma (Mt 17.21).
A Igreja Primitiva também praticava o jejum. Certamente, seguiram o exemplo do Seu Mestre. Saulo de Tarso, após ter um encontro com Jesus no caminho de Damasco, ficou cego e foi conduzido à cidade. Enquanto aguardava as orientações do que deveria fazer, passou três dias em jejum e oração, até a chegada de Ananias (At 9.9).
A Igreja de Antioquia também estava em jejum e oração, quando o Espírito Santo ordenou que eles separassem Barnabé e Saulo para a obra missionária. Depois que ouviram a voz do Espírito Santo, eles jejuaram e oraram novamente, antes de enviá-los ao campo missionário. Vê-se, portanto, que o jejum é uma disciplina na vida cristã que nos aproxima de Deus e nos torna sensíveis à sua voz.
REFERÊNCIAS:
GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 39, 2º Trimestre de 2024.
RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra: O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pág. 163-166.
Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1607, 2191,2192
Comentário Bíblico Beacon. RIO DE JANEIRO, CPAD, Vol. 8, 2006, p.459.
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