31 maio 2024

RESISTINDO À TENTAÇÃO

(Comentário do 3º tópico da Lição 09: Resistindo à tentação no caminho).

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos da resistência à tentação. Veremos que todos nós, sem exceção, seremos tentados, mesmo que observemos as disciplinas da vida cristã. Na sequência, veremos que a melhor estratégia para vencer a tentação é rejeitá-la e fugir dela. Por último, veremos que, se não conseguirmos vencer a tentação e pecarmos, jamais devemos culpar os outros, ou tentar justificar o nosso pecado. O caminho é a confissão do pecado e o arrependimento.

1. Todos somos tentados. A tentação não é exclusividade de alguns e não é possível evitar a tentação. A questão não é se nós seremos tentados, mas quando e de que forma, seremos tentados. Em alguns casos, há a possibilidade de evitarmos algumas situações que nos deixam vulneráveis e expostos ao pecado. Mas, de uma forma ou de outra, seremos tentados a pecar, ou a desviar o nosso foco daquilo que Deus traçou para a nossa vida. 

É importante sabermos que o inimigo tem uma multidão de demônios a seu serviço para fazer o trabalho sujo da tentação. Evidentemente, ele não é onisciente como Deus, para conhecer os nossos pensamentos e intenções. Também não é onipresente para estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Mas, como vimos na lição 06, quando falamos das armas do cristão, o inimigo tem um reino organizado com servos, emissários e potestades (Lc 11.17-22). Ao contrário de muitos cristãos, o reino das trevas não luta contra o seu próprio grupo, o chamado “fogo amigo”. 

Conforme colocou o comentarista, uma das principais características da sociedade pós-moderna é o relativismo, ou seja, dizem que não há valores e regras absolutas, tudo é relativo. O multiculturalismo, predominante no mundo atual, prega a tolerância a todo tipo de cultura e comportamentos. Isso faz com que filósofos, artistas e até teólogos, minimizem ou naturalizem o pecado. Práticas que até pouco tempo atrás eram abominadas até pelas pessoas que não serviam a Deus, hoje são vistas como normais até por certos cristãos. 

Valendo-se deste relativismo da sociedade pós-moderna, o inimigo tenta moldar os cristãos valores deste mundo, fazendo-os pensar que certos comportamentos são normais e “não tem nada a ver”. Quando são confrontados por alguém, chamam tal pessoa de radical e fundamentalista religioso. Mas a orientação bíblica continua sendo a mesma: “Não vos conformeis com este mundo”. (Rm 12.2). O verbo “conformeis”, neste texto de Romanos 12, no grego é “schmatizo”, que significa “tomar a forma” “amoldar-se”. Portanto, não se conformar com este mundo (sistema maligno) é não se adaptar ao estilo de vida dele. 

2. Rejeite a tentação! Com todo o seu exército organizado, o inimigo tem condições de vigiar a nossa vida, investigar os nossos pontos fracos e preparar a dose de tentação adequada para cada um de nós. Por exemplo, se você sempre detestou cigarro, mesmo quando não era crente, evidentemente, o tentador não perder tempo oferecendo cigarro para fazer você pecar. Ele pode colocar uma linda mulher para se insinuar para você. Ou quem sabe, oferecer vantagens financeiras por meios ilícitos. 

Conforme falamos acima, todos nós seremos tentados de alguma forma e não há como evitar ou impedir que a tentação aconteça. Entretanto, podemos impedir que a tentação nos domine. Conforme vimos no primeiro tópico existem tentações que se originam dentro do ser humano, em sua natureza que foi corrompida pelo pecado. Esse tipo de tentação pode ser evitada, e nós podemos fugir dela. 

Temos na Bíblia, exemplos de pessoas que se desviavam do mal, como por exemplo, o patriarca Jó (Jó 1.1). Temos também o caso de José, que foi assediado sexualmente pela sua patroa, e fugiu para não pecar (Gn 39.12). Daniel, por sua vez, decidiu em seu coração, não comer do cardápio do Palácio de Nabucodonosor, pois sabia que ali havia comidas oferecidas aos ídolos (Dn 1.8). O apóstolo Paulo recomendou que devemos “fugir de toda a aparência do mal”. (1 Ts 5.22). 

Por outro lado, temos também os casos de pessoas que não fugiram da tentação, ou brincaram com o pecado e acabaram sendo tragados por ele. Sansão, por exemplo, era nazireu de Deus desde o seu nascimento e tinha regras a seguir (Jz 13.7). Mas, mesmo sendo alertado pelos pais, ele se envolveu com mulheres estrangeiras (Jz 14.1-3) e o seu fim foi trágico(Jz 16.21-31). Davi também, mesmo sendo um homem segundo o coração de Deus, ficou ocioso no palácio e viu a mulher do seu soldado se banhando. Ele poderia simplesmente ter fugido daquele local, ou ter ordenado que a mulher fosse se banhar em outro local. Entretanto, ele mandou perguntar quem era aquela mulher e, mesmo descobrindo que era casada, mandou buscá-la para si (2 Sm 11.1-5).

Existem muitos pecados que podem ser evitados com um pouco de prudência, vigilância e fuga. Um dos pecados que mais tem derrubado crentes na atualidade, inclusive obreiros, é o adultério. Isso acontece muitas vezes, porque as pessoas não fecham as brechas. O inimigo se aproveita de momentos de vulnerabilidade, quando a pessoa enfrenta algum tipo de crise no casamento, para induzir a pessoa ao adultério. 

O homem ou a mulher que for casado, na medida do possível, deve sempre andar com o seu cônjuge. Deve também usar a aliança e jamais ficar a sós, conversando com pessoas do sexo oposto, principalmente pessoas que lhe são atraentes. Até os que não são atraentes, podem oferecer perigo. Eu já vi casos de pessoas que traíram os seus cônjuges com outra pessoa, desprovida de beleza. 

Uma mulher, cujo marido não a trata bem, pode ser tentada ao ser bem tratada e elogiada por outro homem. Isso pode levá-la a se apaixonar. Da mesma forma, um homem, cuja mulher não se arruma e não o satisfaz sexualmente, pode ser tentado por mulheres atraentes. Portanto, casais, fechem as brechas e fujam de qualquer situação de perigo. 

Eu citei o caso do pecado do adultério, pois é obra da carne que tem levado muitos crentes à ruína, principalmente por causa da imoralidade e erotização da sociedade pós-moderna. Mas há muitos outros tipos de tentação, das quais podemos fugir e evitar o pecado. Por exemplo, o crente nordestino que era viciado em forró, nos primeiros anos de fé, quando ouve um barulho de sanfona, mesmo em um hino, começa a se balançar, lembrando do Luiz Gonzaga. O ex-pagodeiro, quando ouve o barulho do pandeiro. Alguém que foi viciado em jogos e loterias, quando passa em frente a uma lotérica, é tentado, quando vê o anúncio da Mega Sena acumulada. O mesmo acontece com ex-drogados, ex-alcoólatras, etc. Cabe a cada um identificar os seus pontos de fraqueza e fugir do perigo. 

E se acontecer de não vigiarmos, não fugirmos da aparência do mal, ou não sermos fortes o suficiente para vencer a tentação? Pequei, e agora? Será que tudo está perdido para mim? Bem, esta é outra arma do inimigo para nos afastar totalmente de Deus. Primeiro, ele faz de tudo para convencer a pecar. Depois que pecamos, ele passa a nos acusar, a dizer que somos indignos de servir a Deus, e que a melhor coisa a fazer, é mergulhar de vez no pecado. 

Se acontecer de pecarmos contra o Senhor, devemos voltar ao assunto da lição passada: Confessar e abandonar o pecado. O apóstolo João, em sua primeira Epístola, falando sobre isso, disse: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” (1 Jo 1.9). No capítulo seguinte, ele escreveu: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.” (1 Jo 2.1,2). Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal, disse Paulo (1Tm 1.15).

Infelizmente, há crentes que querem ser mais rigorosos contra o pecado que o próprio Deus. Este rigor, no entanto, é apenas contra o pecado dos outros. Quando é ele, ou alguém da sua família que peca, ele fala em amor e compaixão. É evidente que Deus é absolutamente santo e não tolera o pecado. Mas, Ele é também misericordioso e se compadece do pecador arrependido, e está pronto a perdoá-lo. No Salmo 103, o salmista diz: “Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade. Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira. Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades.” (Salmo 103.8-10). Portanto, se você pecou, confesse o seu pecado, arrependa-se e busque o perdão de Deus.

REFERÊNCIAS: 

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 40.

Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.1908. 

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento — Mateus-Atos. Volume 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.31,32. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A ESPERANÇA CRISTÃ COMO ÂNCORA DA ALMA

(Comentário do 3º tópico da Lição 12: A Bendita Esperança – A Marca do Cristão)  Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, falaremos da esperanç...