(Comentário do 1º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)
Ev. WELIANO PIRES
No primeiro tópico, falaremos sobre as armas do crente. O comentarista citou vários tipos de armas mencionadas na Bíblia. Mas estas não são as armas do cristão, pois a nossa luta é espiritual e as armas também o são. Falaremos das estratégias do principal inimigo das nossas almas, que é o diabo. Por último, veremos que o diabo é o chefe das forças do mal e o que o seu reino é organizado.
1. As armas. O comentarista citou aqui vários tipos de armas que eram usadas nos tempos bíblicos, principalmente no Antigo Testamento, pelo povo de Israel: espada, vara, funda, arco e flecha, lança e dardos, como armas de ataques; escudo, capacete, couraça e caneleiras, como armas de defesa. Naqueles tempos, as batalhas eram travadas no corpo a corpo e os armamentos eram primitivos, feitos à mão, pois não havia indústrias.
No caso do exército de Israel, as suas armas eram muito inferiores às dos seus adversários. As vitórias do povo de Israel não provinham do seu poder bélico, mas, do Senhor. Davi, antes de enfrentar o gigante Golias, disse: “E saberá toda essa congregação que o Senhor salva, não com espada, nem com lança; porque do Senhor é a guerra, e ele vos entregará na nossa mão” (I Sm 17.47). No Salmo 20.7, o mesmo Davi disse: “Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor”.
Segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, “armas são instrumentos, mecanismos, aparelhos ou substâncias especialmente preparados ou adaptados, para proporcionar vantagem no ataque e na defesa em uma luta, batalha ou guerra”. Portanto, as armas são instrumentos preparados para proporcionar vantagem ao seu usuário em uma batalha. As armas servem para a defesa do usuário e para o ataque ao inimigo.
O tipo de arma que vamos usar depende do tipo de inimigo e do local de combate. É importante destacar também que, mais importante do que ter uma arma, é saber manuseá-la corretamente. Uma arma de fogo nas mãos de quem não sabe atirar oferece mais perigo ao seu portador que ao inimigo. Da mesma forma, uma espada, um arco e outros tipos de armas. Há inúmeros exemplos de pessoas que se feriram com a própria arma, ou o inimigo conseguiu dominá-las e tirou-lhes a arma.
A Bíblia deixa claro em vários textos que o crente está em um campo de batalha neste mundo. Se estamos em uma batalha e temos inimigos, como vimos na lição passada, evidentemente, precisamos também de armas para guerrear. Entretanto, tanto a nossa batalha, como os nossos inimigos e as nossas armas não são carnais.
Como bem colocou o comentarista, as armas para o crente tem um sentido metafórico, pois não lutamos contra as pessoas deste mundo. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios, no texto que está em nosso texto áureo, disse: “as armas da nossa milícia não são carnais, mas são poderosas em Deus, para a destruição das fortalezas”. (ICo 10.4).
2. As estratégias do Inimigo. Conforme falamos na lição passada, um erro fatal em uma guerra é não conhecer o inimigo e as suas estratégias de guerra. Um exército que possui um armamento superior, pode ser facilmente derrotado, se entrar em um campo desconhecido. Por isso, tanto as forças armadas, quanto as polícias têm os seus departamentos de inteligência, que fazem investigações sigilosas e fornecem as informações ao comando.
Muito mais importante do que ter armas poderosas, é vigiar para não ser apanhado de surpresa pelo inimigo e ser morto com a própria arma. Normalmente, os inimigos atacam no momento de descuido do oponente. Os ladrões, antes de realizarem um assalto, passam meses estudando os pontos fracos da segurança e montando o seu plano de ação, contando até mesmo o tempo que durará a ação, para que a fuga se dê antes da chegada da polícia.
Nos casos de sequestros, por exemplo, os atiradores de elite se posicionam em locais estratégicos, enquanto a equipe de negociação tenta convencer o sequestrador a se render. Quando percebem que ele não dá sinais de que irá se entregar, os atiradores esperam o momento de descuido do sequestrador para neutralizá-lo.
No caso do inimigo das nossas almas, ele é astuto, mentiroso e enganador. Uma das suas especialidades é imitar as ações de Deus e transfigurar-se em outra pessoa. Ele é tão ardiloso que conseguiu enganar um terço dos anjos e os convenceu a se rebelar contra Deus.
Se ele revelasse a sua verdadeira identidade e aparecesse com chifres, com uma cauda enorme e soltando fogo pelas narinas como muitos imaginam que ele é, ninguém se deixaria enganar por suas investidas. Mas ele é perigoso, justamente porque age de forma sutil, sem revelar quem realmente é. A estratégia dele consiste em tornar o pecado atrativo, distorcer a Palavra de Deus e negar que Deus irá condenar as pessoas.
Foi assim que ele agiu contra Eva. Primeiro, ele colocou em dúvida o que Deus havia falado (Deus falou para não comerem dos frutos das árvores do jardim?). Depois, convenceu Eva de que desobedecer a Deus seria vantajoso (sereis como Deus, sabendo o bem e o mal) Por último, convenceu-a de que o pecado não lhe traria as consequências que Deus havia falado (Certamente não morrereis).
3. O chefe de toda força do mal. Escrevendo aos Efésios, o apóstolo Paulo disse: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”. (Ef 6.12). Este texto nos deixa claro que o reino das trevas é organizado e possui hierarquia, sob o comando do diabo.
Os anjos de Deus têm hierarquia e categorias diferentes. Existem anjos, querubins, serafins e arcanjos, que significa comandante de anjos. Da mesma forma, o inimigo tem os seus demônios ao seu comando, chamados por Paulo de “principados, potestades, príncipes das trevas e hostes espirituais da maldade”.
É importante esclarecer que, apesar de ser um estrategista inteligente e astuto, e ter exércitos de demônios sob seu comando, o diabo não é onipresente, onisciente e onipotente como Deus é. Ele não pode estar em vários lugares ao mesmo tempo, não conhece pensamentos e intenções dos corações, e o seu poder é limitado por Deus. Precisamos tomar cuidado para não incorrermos no erro do dualismo e pensar que Deus e o diabo são duas forças equivalentes.
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REFERÊNCIAS:
GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 97, pág. 39, 2º Trimestre de 2024.
Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1607, 2191,2192
Comentário Bíblico Beacon. RIO DE JANEIRO, CPAD, Vol. 8, 2006, p.459.
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