12 outubro 2023

O AMOR DE DEUS PARA COM OUTRAS NAÇÕES

(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 03: A Missão Transcultural no Antigo Testamento).

Ev. WELIANO PIRES 


No segundo tópico, falaremos do amor de Deus para com outras nações. Veremos que desde o princípio, os olhos de Deus estão voltados para todos os povos, como podemos notar nos livros proféticos, que contêm profecias de um futuro glorioso, no qual outras nações estão incluídas. Na sequência, falaremos do caso de Elias e a viúva de Sarepta, uma mulher estrangeira, que foi socorrida por Deus e experimentou os seus milagres. Por último, falaremos da missão do profeta Jonas em Nínive, capital da Assíria. Jonas foi enviado por Deus a esta cidade ímpia e perversa e eles se arrependeram com a sua pregação.


1- Os olhos de Deus sobre todos os povos. No segundo tópico da Lição passada, vimos que o Amor de Deus é o princípio fundamental da história da redenção da humanidade. Este amor foi demonstrado na formação de Israel e no relacionamento de Deus com este povo. Entretanto, isso não significa que no Antigo Testamento Deus não ligava para as outras nações como muitos imaginam. 


Deus sempre amou toda a humanidade e elaborou o seu plano salvífico a fim de salvar a todos, como vimos no tópico anterior. Conforme citou o comentarista, podemos ver nas profecias, principalmente as de Isaías, Deus prometendo a restauração de Israel e um futuro glorioso para esta nação, que inclui a participação dos gentios. 


Temos ainda os casos da viúva de Sarepta, uma estrangeira que foi socorrida pelo profeta Elias, nos dias do rei Acabe; o caso de Naamã, o general do exército da Síria, que era leproso e foi curado por Eliseu; o caso de Hazael, que foi ungido rei da Síria por Eliseu; e principalmente, o caso do profeta Jonas, que foi enviado por Deus para profetizar contra Nínive, capital da Assíria. Em todos estes casos, vemos Deus tratando com pessoas que não eram israelitas. 


2- A viúva de Sarepta e o profeta Elias. Este episódio aconteceu no início do perverso  reinado de Acabe, o pior dos reis de Israel. Acabe era filho do rei Onri, fundador da cidade de Samaria. Era um rei ímpio e, para piorar, casou-se com Jezabel, princesa dos sidônios, devota das divindades pagãs, Baal e Aserá. O casal Acabe e Jezabel buscava a todo custo, eliminar definitivamente a adoração a Yahweh. Neste período de apostasia e idolatria generalizada, Deus levantou um profeta chamado Elias, cujo nome significa “Yahweh é Deus”, que até aquele momento era desconhecido. Não temos informações sobre a sua ascendência. Sabemos apenas que ele era do povoado de Tisbe, na região de Gileade. 


Elias confrontou, corajosamente, a idolatria do rei Acabe, profetizando que haveria uma grande seca no país e que, só voltaria a chover, quando ele profetizasse de novo (1 Rs 17.1). As principais atividades econômicas de Israel eram a agricultura e a pecuária, que eram executadas de forma primitiva, sem irrigação, e dependiam exclusivamente da chuva. Com três anos e meio sem chuvas, inevitavelmente viria a fome e a escassez generalizada. 


Depois de pronunciar esta sentença de que não iria chover em Israel, Elias recebeu a orientação de Deus para se esconder junto ao ribeiro de Querite, pois o Senhor havia ordenado aos corvos que o sustentassem e ele beberia água do ribeiro. Com a falta de chuvas em Israel, em pouco tempo o ribeiro secou-se e Deus deu nova orientação a Elias, para que fosse a Sarepta, uma cidade fenícia que fazia parte do território controlado por Etbaal, pai de Jezabel, que era rei e sacerdote na região de Tiro e Sidom naquele tempo. 


Deus ordenou a Elias que fosse a Sarepta, pois Ele havia ordenado a uma mulher viúva que o sustentasse. Esta mulher era viúva e tinha apenas um filho menor de idade. Ela era estrangeira e não sabia nada sobre o que acontecera em Israel. Mas a seca castigou também a região dela e, por isso, não tinha mais nada para comer. Quando o profeta chegou, ela estava apanhando lenha, para preparar a última refeição, pois sabia que depois ela e o seu filho morreriam de fome. 


Deus usou o profeta Elias para operar o milagre da multiplicação na casa desta viúva estrangeira. Não faltou farinha na panela, nem azeite na botija, até o dia em que as chuvas voltaram a cair. Durante o período em que Elias ali esteve, o filho desta mulher faleceu e Deus o ressuscitou. Portanto, foram dois milagres realizados na casa desta viúva, que não era israelita e não conhecia ao Deus de Israel. 


3- A Missão de Jonas em Nínive. O profeta Jonas, cujo nome hebraico é “yonah”, que significa “pomba”, é apresentado em seu livro apenas como "filho de Amitai" (Jn 1.1). Ele também é mencionado em outra parte da Bíblia como um profeta do Reino do Norte, natural de Gate-Hefer, da tribo de Zebulom. Jonas profetizou durante o reinado de Jeroboão II, que era um rei ímpio, porém próspero (2 Rs 14.23-25). 


Deus enviou o profeta Jonas à grande e temida cidade de Nínive, capital da Assíria (Jn 1.2), com uma mensagem de destruição, por causa da maldade extrema daquele povo (Jn 1.3), que eram cruéis inimigos do povo de Israel. Os assírios eram conhecidos pela violência e crueldade com que tratavam os seus prisioneiros de guerra: torturavam barbaramente os seus inimigos, ao ponto de empalar os homens, jogar bebês para cima e apará-los com a espada e abrir o ventre de mulheres grávidas vivas. 


Quando recebeu esta ordem de Deus para profetizar contra este povo, que na época já era inimigo de Israel e ameaçava invadir o país, Jonas resolveu pegar um navio para Társis e ‘fugir da presença do Senhor’. Mas Deus enviou uma grande tempestade na região em que ele navegava. Enquanto a tempestade acontecia, Jonas dormia profundamente no porão do navio e foi acordado pelos marinheiros, que lhe indagaram sobre a sua origem e crença. 


O profeta, então declarou que era judeu, que estava fugindo de Deus e, por isso, veio aquela tempestade. Orientou também os marinheiros para que o lançassem ao mar e a tempestade cessaria. Os marinheiros obedeceram e assim aconteceu. O Senhor enviou um grande peixe para que tragasse Jonas. No ventre do peixe, Jonas fez uma oração, confessando o seu pecado e pedindo a Deus que o livrasse, que ele iria cumprir a ordem de Deus. 


O peixe, então, vomitou a Jonas na terra seca. Pela segunda vez, Deus ordenou a Jonas que fosse a Nínive e proclamasse a sua destruição. Desta vez Jonas foi e, por três dias, entregou a mensagem que Deus lhe mandou. Esta mensagem tocou profundamente o coração dos ninivitas e o rei decretou um jejum de três dias para as pessoas e os animais no país. Deus teve misericórdia e não destruiu a cidade, retardando este julgamento. Depois, Nínive voltou à maldade e a cidade foi destruída, 150 anos depois.


Jonas ficou chateado porque Deus não destruiu a cidade e quis morrer. Através de uma ilustração, Deus demonstrou ao profeta o Seu infinito amor. A mensagem do livro de Jonas continua atual. Deus continua se compadecendo dos mais terríveis pecadores e deseja salvá-los. Para isso, Ele envia os seus servos para que lhes preguem a mensagem de arrependimento para a salvação. Entretanto, muitos não querem ir e até desejam que Deus os destrua, por causa da maldade. 


REFERÊNCIAS:

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. Págs. 24-31.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.37. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.

PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.120-21.

Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global. 1° ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp. 349-50.

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