Professor(a), a paz do Senhor.
Na lição anterior, analisamos o propósito missionário para Israel no Antigo Testamento. Nesta lição, veremos que no Novo Testamento esse propósito foi consolidado por meio do envio de Jesus, o Filho Unigênito de Deus, e depois comissionado aos discípulos, que deveriam prosseguir com missão evangelizadora após a ascensão do Senhor.
O ponto inicial da missão outorgada aos discípulos é o encontro da Grande Comissão. Observe que o dever de anunciar a mensagem da salvação não estava restrita às regiões de Israel. Os discípulos tinham o compromisso de “fazer discípulos de todas as nações” (Mt 28.19). Nesse sentido, o empenho por pregar a mensagem do Reino não deveria delimitar barreiras geográficas, étnicas ou culturais. Ao contrário, a missão exigia dos discípulos a flexibilidade de adequar não o conteúdo da mensagem regeneradora, mas a estratégia missionária para alcançar o maior número de pessoas em todos os lugares.
“A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer discípulos que se separam do mundo, que observam os mandamentos de Cristo e que o seguem de todo o coração, mente e vontade (cf. Jo 8.31)” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 1995, p.1452). Nesse sentido, os discípulos deveriam trabalhar pela consistência da fé e fidelidade à prática dos princípios na nova vida cristã, independentemente se eram judeus convertidos ou gentios (Cl 3.10,11).
Nessa mesma perspectiva, o apóstolo Paulo foi um missionário transcultural que, diga-se de passagem, fazia-se servo de todos, mesmo sendo livre, para alcançar a todos; fazia-se judeu para ganhar os judeus; fazia-se como se estivesse debaixo da lei para os que consideravam a lei; fazia-se sem lei para alcançar os que estavam sem lei (1Co 9.19-23). O propósito do apóstolo não era transgredir os princípios cristãos ou conformar-se com o mundo (Rm 12.2), mas abnegar da sua condição para considerar as convicções do próximo com o fim de trazê-lo ao conhecimento da verdade de Cristo. Esse entendimento é importante para aqueles que exercem o chamado missionário em regiões nas quais a cultura, os costumes, as leis e as relações são completamente diferentes das que conhecemos no Ocidente. Mesmo assim, o amor de Deus por cada pessoa, independentemente da sua condição, permanece inabalável. Da mesma forma, a igreja desses últimos dias não pode negligenciar a missão que justifica a sua existência.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p. 38, CPAD, 2023.
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