(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 10 – Renovação cotidiana do homem interior)
Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, falaremos sobre a renovação interior. Falaremos sobre o fortalecimento diário, que o Espírito Santo opera em nosso interior, mesmo em meio ao enfraquecimento do homem exterior, que ocorre nas tribulações. Depois, falaremos do eterno peso de glória. Se for comparada com o peso da glória indizível e eterna que nos espera, a nossa tribulação se torna leve e passageira. Por último, falaremos sobre a visão da eternidade. O foco do crente deve ser sempre a eternidade, pois se o nosso foco estiver nas coisas terrenas, não suportaremos as lutas e tribulações.
1. O fortalecimento diário. Jesus, pouco antes de subir ao Céu, revelou aos seus discípulos que seria crucificado e morto pelos judeus. Mas, ressuscitaria e voltaria para o Pai. Desde então, os discípulos começaram a entristecer-se, pois pensavam que ficariam sem a presença do Mestre com eles. Foi aí que Jesus lhes prometeu que eles não ficariam órfãos com a sua partida, pois, Ele enviaria "outro Consolador", que ficaria para sempre com eles (Jo 14.16).
A expressão grega traduzida por “outro consolador”, é “Allos parákletos”. Allos, significa “outro da mesma espécie”. É diferente de “heteros”, que significa “outro diferente”. “Parakletos” vem de “para” (ao lado de) e “kaleo” (chamar, convocar). Portanto, esta palavra significa um defensor, advogado, intercessor ou ajudador, que foi chamado para representar outra pessoa em um tribunal. A palavra "parakletos'' aparece cinco vezes no Novo Testamento. Em quatro delas se refere ao Espírito Santo (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7) e em uma, se refere a Jesus (1 Jo 2.1).
O Espírito Santo não é Jesus, nem é o Pai, como ensinam os unicistas. O Espírito Santo também não é outro Deus, como ensina o triteísmo. A Bíblia mostra claramente que Pai, Filho e Espírito Santo são três pessoas distintas, mas, um único Deus. Isso fica claro no batismo de Jesus, quando o Filho está na terra sendo batizado, o Pai fala dos Céus e o Espírito desce sobre o filho em forma corpórea de uma pomba.
Entretanto, mesmo sendo três pessoas distintas, Pai, Filho e Espírito Santo são iguais e inseparáveis. Há um conceito teológico chamado “Pericorese”, que significa a habitação das Pessoas da Trindade uma na outra. Cada pessoa da Trindade está nas outras e cada uma se dá às outras duas. É assim que acontece a eterna intimidade entre o Filho e o Espírito Santo.
Jesus falou desse relacionamento, que já existia antes da fundação do mundo: (Jo 17.5). Jesus também falou também dessa intimidade, que sempre teve com o Pai: "Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?" (Jo 14.10). O Espírito está também nessa Trindade (1 Co 2.10).
O Espírito Santo é alguém da mesma natureza de Jesus, chamado para nos defender e interceder por nós diante de Deus e nos ajudar em nossas fraquezas (Rm 8.26). Precisamos manter a comunhão diária com o Espírito Santo e ser fortalecidos por Ele. O apóstolo Paulo diz que “se alguém não tem o Espírito de Deus, esse tal não é dele” (Rm 8.9).
2. O eterno peso de glória. Paulo diz que “a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Co 4.17). Ora, se olharmos para as tribulações, perseguições e aflições sofridas por Paulo, conforme vimos no tópico anterior, não dá para dizer que foram leves e momentâneas.
Vejamos um pequeno resumo do que ele sofreu, para termos uma idéia: cinco vezes ele foi açoitado com 39 açoites; sofreu três naufrágios (sem contar o que aconteceu durante a sua prisão, quando foi levado a Roma, que aconteceu depois que ele fez esta relação de sofrimentos); foi apedrejado algumas vezes; passou por estradas perigosas, sujeito à ação de marginais; passou fome, frio e sede; lutou com feras em Éfeso; foi preso várias vezes e na última prisão foi executado em Roma (2 Co 22.23-27).
Se comparado com o peso da glória indizível e eterna, as nossas tribulações se tornam leves e passageiras. No Céu, não haverá mais dores, tristezas, nem mortes. Viveremos eternamente com o Senhor e o veremos como Ele é. A alegria, a paz e a felicidade que haverá na eternidade são indescritíveis. É algo glorioso que está muito além da compreensão humana.
3. A visão da eternidade. Paulo exorta o cristão a não atentar “nas coisas que se veem, mas nas que não se veem; por que as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Co 4.18). Isto significa que o foco do crente deve ser a eternidade e não as coisas deste mundo. Conforme vimos no tópico anterior, uma das coisas que nos faz permanecer de pé em meio às lutas e tribulações, é a esperança que temos da vida eterna.
Os crentes mais antigos eram perseguidos, zombados e o sistema dentro da Igreja era muito rigoroso, principalmente na questão de usos e costumes. Mas, eles não desanimavam, principalmente, porque tinham uma comunhão profunda com Deus, através da oração, jejum e meditação na Palavra de Deus.
Entretanto, uma coisa que fazia com que eles suportassem muitas tribulações, sem murmurar e sem desanimar, é que os olhos deles estavam postos na eternidade. Desde o início da conversão, ele eram ensinados a renunciar tudo nesta vida e aguardar o arrebatamento da Igreja. Se o nosso foco estiver nas coisas terrenas, não suportaremos as lutas e tribulações.
REFERÊNCIAS:
BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 121-132.
ARRINGTON, F. L. STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 287.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.887
CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo: Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.
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