(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 06: A desconstrução da masculinidade bíblica)
Ev. WELIANO PIRES
No terceiro tópico, falaremos sobre Boaz, um símbolo de masculinidade. Boaz era parente do falecido Elimeleque, esposo de Noemi e foi o remidor que casou-se com Rute, a moabita. Veremos neste tópico, que Boaz foi um modelo de generosidade. Noemi havia perdido o esposo e os dois filhos em Moabe. Rute, uma das suas noras, a acompanhou na volta para a sua terra. Rute foi trabalhar nos campos de Boaz e ele a tratou com generosidade, ternura e proteção. Por último, veremos que Boaz foi também um modelo de responsabilidade. Ciente de que havia outro remidor para Rute, Boaz levou o caso aos anciãos da cidade e fez tudo dentro da legalidade.
1- Modelo de generosidade. Antes de falarmos de Boaz, precisamos entender o contexto em que aparece na história bíblica. O pequeno livro de Rute narra a dramática e emocionalmente história de Elimeleque e Noemi, uma família israelita, de Belém de Judá, que saiu da terra de Israel por causa da fome e foi para a terra de Moabe. Chegando lá, os filhos Malom e Quiliom, casaram-se com as moabitas Orfa e Rute. Depois, morreram Elimeleque, o patriarca da família, e os filhos Malom e Quiliom, deixando três mulheres viúvas.
Noemi, a matriarca da família, diante destas tragédias, resolveu voltar à sua terra. As suas noras gostavam muito dela e quiseram acompanhá-la. Mas, ela explicou que não tinha mais filhos para se casarem com elas e ainda que casasse novamente e os tivesse, elas não iriam esperá-los crescer. Orfa, uma das noras, resolveu ficar e voltar para os seus parentes. Entretanto, Rute, a outra nora de Noemi, apegou-se tanto a ela que não quis ficar. Decidiu acompanhar a sogra aonde quer que ela fosse e servir ao Seu Deus. Assim, ambas voltaram para a terra de Israel
Depois de dez anos de sofrimento em terra estranha, Noemi voltou à sua terra, acompanhada de Rute, a sua nora moabita. O retorno de Noemi à sua terra, causou alvoroço entre os seus antigos conhecidos, principalmente porque ela retornou com uma nora estrangeira e sem o esposo e os filhos. Noemi estava amargurada com as tragédias que passou e sem nenhuma perspectiva de recomeço. Rute, a sua nora, foi trabalhar em um campo de trabalho de um parente do seu falecido sogro Elimeleque, chamado Boaz. Ao perceber que Rute havia sido bondosa para com a sua sogra, Boaz ofereceu alimento e proteção a ambas.
Com esta atitude, Boaz demonstrou que era um generoso. Mesmo sendo um fazendeiro de posses e estando encantado pela jovem moabita, Boaz não se aproveitou da condição miserável em que ela se entrava. Ele deu ordem aos seus servos para que deixassem cair espigas melhores para ela e proibiu que alguém a importunasse.
Um homem de verdade age assim e jamais se aproveita de uma mulher, principalmente se ela estiver em condição vulnerável. Boaz observou o comportamento de Rute e perguntou quem era aquela moça. Quando foi informado que era a moabita, nora de Noemi, ele agiu com generosidade para com ela e sua sogra. A generosidade é uma característica de quem ama a Deus e reflete o caráter de Deus, pois Ele nos concede tudo o que temos, sem nós merecermos e sem termos como retribuir.
2- Modelo de responsabilidade. Além de ser um homem trabalhador e generoso, Boaz era também um homem honrado que assumia as suas responsabilidades. Ele estava encantado pela viúva Rute, não apenas por sua beleza, mas principalmente, por suas virtudes. Depois que descobriu que Boaz era um dos remidores da família e, percebendo que ele já estava encantado por Rute, Noemi elaborou um plano, para que o casamento acontecesse. Ela orientou Rute a tomar banho, perfumar-se, vestir a sua melhor roupa e ir ao local de trabalho. Chegando lá, ela deveria esperar Boaz comer e beber, sem que ele a visse. Quando ele fosse se deitar, ela deveria descobrir os pés dele e deitar-se lá. Rute fez tudo o que a sua sogra mandou.
Perto da meia noite, Boaz acordou e tomou um susto, quando percebeu que havia uma mulher deitada aos seus pés e perguntou: Quem é você? Rute lhe respondeu: “Sou Rute, tua serva; estende, pois, tua aba sobre a tua serva, porque tu és o remidor.” (Rt 3.9). Boaz ficou muito feliz com esta informação, que era praticamente um pedido de casamento, mas falou para ela que havia outro remidor na linha sucessória antes dele. Apaixonado, Boaz se propôs a falar com o homem e prometeu que se ele não assumisse a responsabilidade legal de comprar as terras e casar-se com Rute, ele o faria.
De acordo com as leis da época, em caso das terras terem sido vendidas, para que ela voltasse para a família, o remidor, que era o parente mais próximo da família, tinha a obrigação de comprar as terras do falecido. Para isso, ele teria que casar-se com a viúva. No caso de Rute, o remidor da família era outro homem, mas, ele não quis e o próximo da linha sucessória era Boaz, que decidiu comprar as terras e casou-se com Rute.
Ao se comprometer com o resgate da herança do falecido Elimeleque e ciente de que havia outro remidor, Boaz levou o caso aos anciãos da cidade e fez tudo dentro da legalidade. Um homem de verdade age assim e assume as suas responsabilidades perante a família. A decisão de casar é muito séria e exige que o homem tenha responsabilidade. Infelizmente, na atualidade, muitos homens "não honram as calças que vestem", como diz o adágio popular. Eu sou de um tempo que a palavra de um homem era um compromisso assumido. Um homem que não cumpria o prometido, era um homem sem respeito na comunidade onde vivia.
REFERÊNCIAS:
BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 72-84
HUGHES, Kent R. Disciplina do Homem Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, págs. 37; 157-58.
CABRAL, Elienai. Relacionamentos em família: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 120-121.
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