25 agosto 2023

A VISÃO SECULAR DO CORPO

(Comentário do 3º tópico da Lição 09: Uma visão bíblica do corpo).

Ev. WELIANO PIRES

 

No terceiro tópico, trataremos da visão secular do corpo humano, que é a forma como a sociedade pós-moderna a enxerga. A visão da sociedade pós-moderna, que vive como se Deus não existisse e alheia aos princípios divinos, o corpo humano não deve seguir regras ou código de ética. Neste tópico, falaremos das filosofias do hedonismo e narcisismo. Depois falaremos sobre a erotização, libertinagem e vulgaridade generalizadas na sociedade atual. Por último, falaremos da pretensa liberdade e autonomia sobre o próprio corpo, que a sociedade atual reivindica. Em nome de uma suposta liberdade, defendem todo tipo de agressão ao corpo humano. 

1- Hedonismo e narcisismo. O Hedonismo e o Narcisismo são duas características da sociedade pós-moderna, extremamente egoístas e antiéticas. O Hedonismo é o estilo de vida que tem como prioridade absoluta, buscar o prazer e evitar o sofrimento por meio do corpo, a qualquer custo. Sendo assim, defendem que se algo dá prazer ou evita o sofrimento deve ser praticado livremente, independentemente de ser ético ou não. O Narcisismo, por sua vez, é admiração excessiva da própria imagem. Com isso, o indivíduo vive uma busca incansável para alcançar o "corpo perfeito", com inúmeras cirurgias plásticas, regimes e exercícios rigorosos e uso excessivo de cosméticos e suplementos. Aqui não se trata de cuidar do corpo, que é necessário, mas de nunca estar conformado com o próprio corpo. 

2- Erotização e libertinagem. A sociedade pós-moderna vive uma erotização, libertinagem e vulgaridade generalizadas. O erotismo e a libertinagem estão por toda parte. As pessoas parecem que perderam completamente a vergonha e andam seminuas e insinuantes, até mesmo no ambiente religioso. A indústria pornográfica, que antigamente era restrita a poucas pessoas adultas e em ambientes privados, hoje está na internet aparecendo como propaganda nas redes sociais. A prostituição, adultério, homossexualismo e outras práticas abomináveis, que é vergonhoso até mencioná-las, se multiplicam e as pessoas querem que isso seja considerado normal. Acusam de intolerantes, racistas, homofóbicos, fundamentalistas e ameaçam processar, multar e prender quem falar contra estas práticas. 

3- Liberdade e autonomia. Deus concedeu ao ser humano o livre-arbítrio para escolher o que quer fazer. Entretanto, as nossas escolhas terão consequências. A semeadura é livre, mas a colheita será obrigatória. Deus não se deixa escarnecer e tudo o que o homem semear, isso também ceifará (Gl 6.7). 

Com base no exercício do direito à liberdade, muitas pessoas querem legalizar todo tipo de agressão ao próprio corpo e até ao corpo do outro. Sendo assim buscam a legalização do aborto, que é o assassinato cruel e covarde de um ser indefeso, ainda no ventre da mãe. A alegação é de que isso é um problema de saúde pública ou um direito da mulher, sobre o próprio corpo. Mas isso é uma falácia, primeiro porque o corpo da mulher não pertence a ela e sim a Deus. Segundo, porque o corpo do bebê não é parte do corpo da mulher e sim, um novo ser humano independente. 

Querem também o direito de usar livremente substâncias entorpecentes, que além de prejudicar o próprio corpo, causam muitos danos à sociedade, pois a pessoa sob o efeito destas substâncias se torna agressiva e perde a noção do que está fazendo. As drogas têm escravizado e destruído muitas vidas e famílias.  

Os defensores da pretensa liberdade e autonomia sobre o corpo querem legalizar, e até incentivam, a prática do suicídio, como meio de pôr fim ao sofrimento. Entretanto, o suicídio não significa o fim do sofrimento. A pessoa que atenta contra a própria vida, que é sagrada, irá prestar contas a Deus. 

Defendem também a eutanásia, para os casos de doenças incuráveis, como forma de antecipar a o fim. A palavra eutanásia vem de dois termos gregos “eu” (bom) e “thanatos” (morte). Portanto seria uma “boa morte”. Ou seja, o médico aplica uma substância letal para antecipar a morte do paciente, portador de uma doença incurável, a pedido dele ou da família. Há também a ortotanásia que seria a “morte correta”, que ocorre quando se abandona um tratamento que prolongaria a vida, para antecipar a morte e evitar o sofrimento.  

Há ainda os que defendem a legalização da prostituição como se fosse uma profissão. Aliás, não querem nem que se chame as pessoas que vendem o próprio corpo para a prática sexual de prostitutas. Chamam de profissionais do sexo, garotas de programa e outros termos. Ora, a prostituição é um pecado contra o próprio corpo, que além de ofender a Deus, ofende a dignidade da pessoa que a pratica. 


REFERÊNCIAS:

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 109-120.
PEARCEY, Nancy. Ama Teu Corpo: Contrapondo a cultura que fragmenta o ser humano criado à imagem de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 20 21, p.36

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