01 agosto 2023

A MASCULINIDADE BÍBLICA

Comentário do 1⁰ tópico da Lição 06: A desconstrução da masculinidade bíblica 

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos da masculinidade bíblica. Inicialmente, veremos como se deu a criação divina do ser humano. Deus criou homem e mulher, não como competidores, mas para se completarem. Na sequência falaremos das características da masculinidade segundo as Escrituras. Por último, falaremos sobre a liderança do homem na família e na Igreja. Deus confiou ao homem a liderança familiar e eclesiástica. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo reafirma que o homem é a cabeça da mulher, assim como Cristo é a cabeça da Igreja (1 Co 11.3). O movimento feminista rejeita este modelo, pois considera-o machista e opressor. Entretanto, o modelo bíblico de liderança é inspirado na liderança de Cristo. 


1- A criação divina do ser humano. O ser humano é a coroa da criação de Deus. Os demais seres vivos também foram criados por Deus, mas nenhum deles foi criado à imagem e semelhança de Deus. Deus deu ordem para que a terra e os mares produzissem seres vivos, conforme as suas respectivas espécies (Gn 1.20-24). Deus deu ordem e tudo no universo passou a existir. Mas para criar o ser humano, houve uma deliberação de Deus, que o criou conforme a sua imagem e semelhança. A palavra imagem no hebraico é ‘selem’ e significa imagem mental, moral e espiritual de Deus. Isso significa que Deus deu ao homem, algumas das suas próprias características, ou atributos. Claro que não na mesma proporção, pois o homem não é um ser divino.


O ser humano é diferente do restante da criação, pois reflete a imagem do seu Criador. Deus criou (heb. bará) todas as coisas do nada, dizendo: haja luz, haja uma expansão no meio das águas, produza a terra ervas, haja luminares na expansão dos céus, etc. (Gn 1.1-25). Entretanto, antes de criar o ser humano, a Santíssima Trindade formou conselho e disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.” (Gn 1.26). 


O verbo "façamos" e o pronome "nossa" estão no plural, em referência à Santíssima Trindade, pois Deus é uma Unidade composta, ou seja, um Único Deus em três pessoas. A palavra hebraica traduzida por "Deus", que aparece em Gênesis 1 durante a criação, é "Elohim". Esta palavra é o plural de Eloah, que é Deus no singular. Em Gênesis 1.1, o substantivo Elohim (Deus) está no plural. Mas o verbo bará (criou) está no singular. Isto significa que um Único Deus, composto por três pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo), criou todas as coisas. 


Deus criou o ser humano, homem e mulher, à Sua imagem, conforme à Sua Semelhança. Ambos são iguais em importância e dignidade. Não é apenas o ser humano do sexo masculino que é imagem e semelhança de Deus. A mulher também o é, da mesma forma. Há muitas disputas tolas entre homem e mulher, sobre quem é mais importante, se é o homem ou a mulher. Isso é fruto da ideologia feminista, que promove a guerra entre homens e mulheres. 


Muitos fazem até gracejos, dizendo que o homem é mais importante, porque Deus o criou primeiro. A mulher para se vingar, diz que Deus criou primeiro o homem e, depois, teve uma ideia melhor e criou a mulher. Isso é ignorância teológica em relação à criação e aos atributos de Deus. Primeiro, não é verdade que Deus tinha um projeto e depois mudou de ideia. Deus é presciente e, como tal, conhece o futuro antecipadamente e nunca é pego de surpresa. Segundo, não é verdade que Deus criou primeiro o homem. Deus criou, em seu projeto, homem e mulher. Na formação, que foi a execução do projeto, o homem foi formado primeiro do pó da terra. Depois, Deus formou a mulher, da costela do homem e os uniu, para se completarem e cumprirem juntos, a missão que o Criador lhes confiou. 


2- Características da masculinidade. Mesmo sendo o homem e a mulher, imagem e semelhança de Deus, iguais perante Ele em importância e dignidade, Deus deu-lhes estrutura física e emocional diferentes, para cumprirem cada um, papéis diferentes na família. Isso não torna um melhor ou pior do que outro, como dizem o machismo e o feminismo. O machismo acha que o homem é superior à mulher e que ela é propriedade dele. O feminismo, por sua vez, acha que a mulher é superior ao homem e não precisa dele para nada. 


Esta lição e a próxima nos mostram, respectivamente, a importância da masculinidade e da feminilidade, segundo os padrões bíblicos. Nesta lição vamos tratar apenas do papel do homem na família. Na próxima lição falaremos sobre o papel da mulher. As Escrituras nos mostram no relato da criação, que o Criador determinou ao homem as tarefas de cultivar e guardar o Jardim. Estes tarefas significm, respectivamente, a responsabilidade de prover o sustento e a segurança do lar. Para isso, o Criador dotou o homem de força e bravura para cumprir os papéis de provedor e protetor da família. 


Não há dúvidas de que, fisicamente, o homem supera a mulher em força. A sua constituição anatômica é diferente. Atualmente, os adeptos da identidade de gênero querem colocar em uma mesma luta corporal, mulheres e homens que se sentem mulheres, ou mulheres trans como querem ser chamadas. Mas é uma luta desproporcional e tem causado estragos em algumas mulheres. Claro que existem técnicas de artes marciais que podem ajudar uma mulher a se defender da agressão de um homem e até dominá-lo. Mas a força física e a estrutura muscular e óssea do corpo masculino são superiores às do corpo feminino. Na questão sexual, também há muitas diferenças entre homens e mulheres. Mas isso é assunto  a ser tratado em uma palestra para casais. 


Emocionalmente também, o homem é diferente da mulher, mesmo que o feminismo insista em dizer o contrário. Um estudo da Universidade de Cambridge concluiu que as mulheres são mais ligadas às emoções do que os homens. Segundo estes pesquisadores, as mulheres são mais empáticas e os homens mais racionais. Os homens são mais adeptos de coisas materiais e sistemas de organização. As mulheres, por sua vez, preferem pessoas e emoções. Em outras palavras, os homens são movidos mais pela razão e as mulheres pelas emoções. Isso parece óbvio para qualquer pessoa que observa os comportamentos de homem e mulher. Mas o feminista luta contra a realidade dos fatos. 


As reações de homens e mulheres também são diferentes. Por exemplo, se alguém disser que eu estou acima do peso, eu vou entender como um alerta de um amigo e pensar em cuidar melhor da alimentação e praticar exercícios. Entretanto, se alguém insinuar que uma mulher está acima do peso, ela dirá: Você está me chamando de gorda?! Certa vez, em uma cerimônia de casamento, o pastor dava orientações aos noivos em sua celebração. Na parte dirigida ao noivo, falou que ele estava se casando e deveria estar junto com a sua esposa em qualquer situação. Para exemplificar, resolveu citar um irmão que estava ao lado da esposa, dizendo que o noivo deveria fazer igual àquele irmão, que a esposa estava gestante e ele estava ali, ao lado dela. Só que a irmã não estava gestante. O pastor se deixou levar pelas aparências. Causou um constrangimento terrível à mulher. Se fosse hoje, provavelmente seria processado. 


3- A liderança masculina. Tudo aquilo que a humanidade quer fazer diferente do padrão que Deus estabeleceu, evidentemente, não dará certo. Ele é o Criador de todas as coisas e sabe o que deve ser feito. Deus confiou ao homem a liderança da família (Gn 1.26:3.16). No Novo Testamento também, o apóstolo Paulo reafirma que o homem é a cabeça da mulher (1 Co 11.3). O movimento feminista que tem tendências progressistas, rejeita este modelo, pois considera-o machista e opressor. Infelizmente, até mulheres que se dizem cristãs, se deixam levar por esta falácia. 


Liderar não é mandar, oprimir, abusar da autoridade, agredir ou humilhar os seus liderados. O modelo bíblico de liderança é inspirado na liderança de Cristo, que é uma liderança amorosa, servidora e sacrificial. Cristo é Senhor da Sua Igreja e esta deve estar sujeita a Ele. Entretanto, Ele amou à Igreja e a Si mesmo se entregou por ela. Da mesma forma, o homem como líder da família, deve amar, proteger e honrar a sua esposa (Ef 5.28-30; 1 Pe 3.7). Em muitas famílias na atualidade, estes papéis estão se invertendo e a mulher quer exercer a liderança da família. Por causa da desconstrução da masculinidade, muitos homens se tornam fracos, não assumem o seu papel de líder da família e não cuidam do sustento e da proteção da família. 


Mais grave ainda é o fato do feminismo se infiltrar na liderança da Igreja. Assim como aconteceu com a liderança familiar, a liderança espiritual também foi concedida por Deus ao homem, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Encontramos na Bíblia profetisas e mulheres que foram usadas por Deus no Antigo e no Novo Testamento, como por exemplo, Miriã, Hulda e as filhas de Filipe. Mas não há nenhuma sacerdotisa no tabernáculo ou no templo oferecendo sacrifícios. No Novo Testamento, Jesus escolheu doze apóstolos e todos eram homens. Os apóstolos deram continuidade ao trabalho iniciado por Jesus e estabeleceram os bispos, presbíteros e diáconos nas Igrejas. Não há registro de nenhuma mulher exercendo a liderança das Igrejas no Novo Testamento. 


As mulheres dos sacerdotes também não eram chamadas de sacerdotisas e não ministravam no templo. Da mesma forma, as mulheres dos apóstolos, bispos  e presbíteros não eram chamadas, respectivamente, de apóstolas, bispas e presbíteras, e não interferiam nas decisões da liderança da Igreja. Em Atos 15 temos o primeiro concílio da Igreja Cristã, onde os apóstolos e anciãos da Igreja se reuniram para tratar da questão do legalismo dos judaizantes. Não há participação de nenhuma mulher nesta assembleia. Temos no Apocalipse sete cartas do Senhor Jesus aos pastores das Igrejas da Ásia. Não há nenhuma mulher entre eles. Na história da Igreja Cristã também não nenhum caso de pastora, antes do século XVIII, quando surgiu o movimento feminista. 


Infelizmente, muitas Igrejas estão se deixando levar pelo engodo feminista e ordenando pastoras, sem nenhum fundamento bíblico. Outras não ordenam pastoras, mas a mulher do pastor interfere em tudo. O pastor fala uma coisa do púlpito e ela dar palpites do seu lugar. A esposa do pastor é uma só carne com ele apenas no casamento. A liderança da Igreja é outra coisa. A esposa deve orar pelo pastor, acompanhá-lo nos trabalhos da Igreja e até dar alguma sugestão em casa. Mas o líder da Igreja é apenas o pastor e não o casal. Na Assembleia de Deus, Ministério do Belém, não existem pastoras e as mulheres dos pastores não são pastoras ou co-pastoras. Na ausência do pastor, o líder da Igreja é o seu co-pastor e não a sua esposa. 


A saudosa irmã Wanda Freire da Costa era esposa do pastor José Wellington Bezerra da Costa, que era presidente do Ministério do Belém, da Convenção Estadual (Confradesp) e da Convençao Geral (CGADB). Ela o acompanhou por mais de 60 anos, mas não era chamada de pastora, nunca se autointitulou pastora e não participava das reuniões com os pastores. Ela era coordenadora geral do Círculo de Oração e era líder da União de esposas de ministros das Assembleias de Deus (UNEMAD). Durante as convenções e reuniões de obreiros, ela fazia reuniões com as mulheres dos obreiros e não com a liderança da Igreja.


REFERÊNCIAS:


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 72-84

HUGHES, Kent R. Disciplina do Homem Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, págs. 37; 157-58.

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