01 fevereiro 2023

PEDRO ANTES DO PENTECOSTES


(Comentário do 1⁰ tópico da lição 06: O avivamento na vida de Pedro)

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, estudaremos um pouco sobre a vida de Pedro antes do Pentecostes. O nome do apóstolo Pedro em hebraico é “Shimon” (Simeão), nome do segundo filho de Jacó e Lia, que transliterado para o grego é Simão. Jesus deu-lhe o nome aramaico de “Kefas” (Jo 1.43) (transliterado para o português “Cefas”), que em grego é “Pedro” e significa “pequeno fragmento de pedra”.  


Pedro era natural de Betsaida (Jo 1.44), que ficava às margens do Mar da Galiléia e próxima a Cafarnaum, onde ele estabeleceu a sua residência (Mt 8.13,14). Foi ali que Jesus curou a sogra dele. Era filho de um homem chamado Jonas, por isso, Jesus usou a expressão “Simão Barjonas”, que significa filho de Jonas (Mt 16.17). Era irmão de André, outro apóstolo de Jesus (Jo 1.44), que foi discípulo de João Batista. Pedro era pescador profissional, junto com André seu irmão e foi um dos primeiros e mais importantes discípulos do Senhor Jesus. 


Falaremos ainda neste tópico sobre duas atitudes antagônicas do apóstolo Pedro. Uma delas foi elogiada por Jesus, como sendo uma revelação do Espírito Santo ao apóstolo. A outra, no entanto, foi repreendida pelo Senhor, como sendo uma influência de Satanás. 


Por último, estudaremos sobre o ponto mais crítico da vida de Pedro antes do Pentecostes, que foi o fato de ter negado a Jesus por três vezes, durante a sua prisão. Jesus havia predito que Pedro o negaria, mas, ele reafirmou a sua lealdade ao Mestre e disse, que mesmo diante da morte, jamais o negaria. Entretanto, quando Jesus foi preso, a profecia de Jesus se cumpriu plenamente e Pedro o negou por três vezes. 


1. As duas atitudes de Pedro. Em seu livro “Pedro, o primeiro pregador pentecostal”, o Pr. Ciro Sanches Zibordi diz: “...talvez, em toda a Bíblia, esse apóstolo seja o único que entregou a mensagem de Deus e, em seguida, empolgado, passou a falar da parte do Diabo. [...] Pedro, ele foi do “céu” ao “inferno” em poucos minutos, e essa experiência dupla parece ter afetado seu comportamento.” De fato, foram duas situações completamente antagônicas em um mesmo dia.


Primeiro, Pedro foi usado pelo Espírito Santo para trazer uma revelação divina sobre a identidade de Jesus: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. (Mt 16.16). Esta atitude foi elogiada por Jesus, que reconheceu publicamente que Pedro não fizera aquela afirmação de si mesmo, mas Deus lhe havia revelado: “Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus.” (Mt 16.16). Pedro conhecia Jesus como ser humano e já presenciara vários milagres e discursos dele. Mas, ninguém conhece, de fato a Jesus, se não for por intermédio do Espírito Santo. 


Logo em seguida, ao ser informado por Jesus de que o Mestre iria para Jerusalém e seria torturado e condenado à morte por  autoridades religiosas de Israel, mas que ressuscitaria ao terceiro dia, o mesmo Pedro repreendeu a Jesus dizendo: “Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso!” (Mt 16.22). Esta segunda atitude de Pedro foi vista por Jesus como uma influência de Satanás e, imediatamente, o repreendeu dizendo: “Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.” 


Evidentemente, Jesus não estava chamando Pedro de Satanás, ou dizendo que ele estava possesso. Jesus identificou prontamente a fonte daquela declaração, que era o próprio Satanás, tentando mais uma vez fazê-lo desistir da Cruz. Muitas pessoas, por desconhecerem a Bíblia, dizem que o inimigo “fez festa no inferno” para comemorar a morte de Jesus, pensando que o havia vencido. Mas isso não tem nenhum fundamento bíblico. Primeiro, porque o inferno ainda não foi inaugurado e o diabo não está lá. Segundo, porque ele não tinha nenhuma razão para comemorar. Desde o início, ele tentou evitar que Jesus fosse à Cruz, pois sabia que o sacrifício de Cristo era o único meio pelo qual o ser humano poderia ser salvo. Diferente de muitos crentes, o diabo conhece a Palavra de Deus e sabe que ela não falha.  


2. Pedro nega a Jesus três vezes. Pedro, antes do Pentecostes, sempre foi intempestivo, impulsivo e precipitado. Esteve sempre próximo ao Senhor Jesus, nos momentos mais importantes do seu ministério terreno, junto com Tiago e João, filhos de Zebedeu. Também sempre foi muito sincero e leal ao Mestre. Quando o Senhor Jesus disse que Pedro iria negá-lo, Pedro afirmou categoricamente que jamais negaria o Senhor, mesmo diante da morte: "Ainda que me seja necessário morrer contigo, não te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo." (Mt 26.35). 


Quando os soldados prenderam Jesus e o levaram à casa do Sumo Sacerdote para o interrogarem, Pedro o acompanhou de longe:  “E Pedro o seguiu de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, entrando, assentou-se entre os criados, para ver o fim”. (Mt 26.58). Ali, uma criada aproximou-se dele e disse: "Tu também estavas com Jesus, o galileu." Imediatamente, Pedro negou e disse que não sabia do que ela estava falando e saiu do local. Lá fora, outra criada afirmou que ele também estava com Jesus. Desta vez, Pedro negou e jurou que não conhecia a Jesus. Por último, um dos servos do Sumo Sacerdote insistiu que Pedro era um dos seguidores de Jesus, pois até a sua falta o denunciava. Desta vez, Pedro foi muito além e não apenas negou, mas começou a praguejar. Neste momento, Jesus direcionou o seu olhar para Pedro e o galo cantou. Pedro lembrou-se das palavras de Jesus, que disse que ele o negaria, saiu dali e chorou amargamente. 


Foi um fracasso tremendo e aquele servo de Deus, em sua sinceridade, deve ter sentido imensa vergonha da sua atitude. Mas, ele entrou pelo caminho do arrependimento e quebrantamento de coração. Pedro não sentiu apenas remorso como Judas e não apelou para o suicídio. As suas lágrimas sinceras e o coração arrependido o levaram à restauração. 


Depois que Jesus ressuscitou  apareceu primeiro às mulheres e mandou avisar aos discípulos e a Pedro, para que fossem ao seu encontro na Galiléia. Na pesca milagrosa, Jesus conversou em particular com Pedro e perguntou se este o amava. Diante da resposta afirmativa, o Senhor mandou que ele apascentasse as suas ovelhas. Isso aconteceu por três vezes. Em momento algum, Jesus tocou no assunto do fracasso de Pedro. Isto nos ensina que Jesus não despreza a um coração arrependido e não lança em rosto os nossos fracassos. "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para não perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (1 Jo 1.9). 


REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

ZIBORDI, Ciro Sanches. Pedro, o primeiro pregador pentecostal. Editora CPAD. 1ª Ed. 2018.

LOPES, Hernandes Dias. Pedro: Pescador de homens. Editora Hagnos. 1 Ed. 2015. pag. 22-25; 56-59.



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