EV. WELIANO PIRES
No terceiro tópico, falaremos sobre o avivamento no sofrimento. Discorreremos sobre a perseguição, sofrimentos e martírio dos apóstolos pelo império romano. Eles sofreram horrores por causa da sua fé em Cristo, mas jamais negaram ao Senhor. Falaremos também sobre a relação entre avivamento e sofrimento. Jesus nunca prometeu que não passaríamos por perseguições e aflições. Ao contrário, Ele afirmou que os seus seguidores seriam odiados, perseguidos e mortos por causa do Nome dele. Mas o Espírito Santo nos capacita para enfrentar as perseguições e suportá-las.
1. Sofrimento e morte dos apóstolos. Os apóstolos de Jesus sofreram horrendas perseguições, torturas e foram mortos por causa da sua fé em Cristo. Com exceção do apóstolo João, que foi exilado na Ilha de Patmos e sobreviveu milagrosamente, todos os demais foram executados impiedosamente. Isso, sem contar Judas Iscariotes que traiu Jesus e cometeu suicídio.
Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João, foi morto à espada, por ordem de Herodes Agripa I, em 44 d.C. Na ocasião, Pedro também foi preso e seria o próximo a ser executado, mas foi liberto milagrosamente da prisão (At 12. 1-11). Os demais apóstolos, embora não esteja registrado na Bíblia o martírio deles, há vários registros históricos nos livros de história da Igreja e nas tradições, sobre as formas cruéis que eles foram executados.
Segundo a tradição, o apóstolo Pedro foi crucificado em Roma, durante o governo de Nero, na grande perseguição que este imperador empreendeu contra os cristãos, de 67 a 68 d.C. Segundo o testemunho de Orígenes, Pedro pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, para não se igualar ao seu Mestre. Segundo o testemunho dos pais da Igreja, Paulo foi decapitado na mesma época por ordem de Nero. Paulo escapou da morte em outras ocasiões, tendo sido apedrejado, sofrido naufrágio e lutado com feras. Mas acabou sendo decapitado.
André, irmão de Pedro, foi barbaramente torturado antes de ser crucificado na chamada “Cruz de Santo André”, que é a cruz em forma de “X”, na Acaia, por ordem do Procônsul Eges, cuja esposa havia se convertido através da pregação de André. Segundo a tradição, ele foi atado e não pregado na cruz, para prolongar o sofrimento. As Igrejas Ortodoxa e Católica Romana festejam o dia 30 de novembro, em homenagem a este apóstolo.
O apóstolo Filipe, segundo o livro “Genealogias dos Apóstolos”, morreu de morte natural, mas, outras tradições dizem que ele pregou o Evangelho em Hierápolis, uma região que atraía muitos visitantes, devido às suas fontes termais. Ali, ele teria sido martirizado por crucificação ou apedrejamento.
O apóstolo Bartolomeu, tem sido identificado por alguns com Natanael. Exerceu seu ministério na Anatólia, Etiópia, Armênia, Índia e Mesopotâmia, pregando e ensinando. Segundo algumas tradições, ele foi esfolado vivo e crucificado de cabeça para baixo. Outros, no entanto, dizem que ele foi golpeado até a morte.
O apóstolo Tomé, segundo a tradição, evangelizou nas regiões da Pérsia e Índia e foi morto por ordem do rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, no ano 53 d.C.
O apóstolo Mateus, também chamado de Levi, pregou nas regiões da Judéia, Etiópia e Pérsia e, segundo a tradição, foi martirizado na Etiópia ou Macedônia. Há várias versões sobre a sua morte.
Tiago, Filho de Alfeu ou Tiago, o menor, pregou na Palestina e no Egito. Segundo um livro do seu tempo, foi apedrejado pelos judeus, em Jerusalém, por pregar Cristo.
Judas Tadeu, pregou na Mesopotâmia, Edessa, Arábia, Síria e também na Pérsia, onde teria sido martirizado juntamente com Simão, o Zelote.
Matias, o apóstolo escolhido para substituir Judas Iscariotes, segundo as traições, teria exercido o seu ministério na Judéia e Macedônia e foi martirizado na Etiópia.
2. O avivamento e sofrimento. Na atualidade, quando se fala de avivamento, as pessoas imaginam que ser avivado é viver o tempo todo falando línguas estranhas, realizando milagres, profetizando e expulsando demônio. Se algum inimigo se aproximar, será fulminado. Mas tanto a Bíblia, como a história da Igreja nos mostram que não é bem assim.
Embora um crente avivado seja realmente usado por Deus para operar sinais, prodígios e pregar ousadamente a Palavra de Deus, como fez Estevão, há também momentos de lutas, perseguições e até mortes por causa do Evangelho, como vimos acima. O avivamento não é uma imunidade contra o sofrimento e as adversidades. Entretanto, o poder do Espírito Santo em nossas vidas, nos encoraja e nos capacita para suportar enfrentar as lutas e suportar as perseguições e não negar ao Senhor. Um crente que não se mantém cheio do Espírito Santo faz como Demais, cooperador do apóstolo Paulo, que amou o presente século e abandonou o apóstolo no final da sua carreira. Infelizmente, diante da multiplicação da iniquidade destes últimos dias, o amor de muitos tem esfriado e muitos abandonam a fé em Cristo e seguem pelo caminho largo. Mas aquele que perseverar até o fim, será salvo. (Mt 24.12,13).
REFERÊNCIAS:
RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
FISCHER, Wolfgang. Eusébio De Cesaréia. História Eclesiástica. Editora Novo Século. 1 Ed. 2002.
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Editora Vida. 2 Ed. 2006.
GILBERTO, Antonio. Verdades pentecostais: como obter e manter um genuíno avivamento pentecostal nos dias de hoje. Editora CPAD. 1 Ed. 2019.
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