16 agosto 2021

NAAMĀ, O CHEFE DO EXÉRCITO SÍRIO


No contexto desta lição, o rei de Israel era Jorão filho de Acabe. Havia guerra entre Israel e Síria desde os tempos do rei Acabe. No primeiro confronto, Acabe venceu a guerra, mas, não matou Ben-Hadad, rei da Síria. Depois, Acabe fez uma aliança com Josafá, rei de Judá, e foram à guerra contra os siros, para retomar o território de Ramote de Gileade. O rei da Síria havia dado ordens aos seus soldados para não pelejarem contra ninguém, a não ser contra o rei de Israel. Foi exatamente isso que eles fizeram e Acabe foi morto. 

Nestes confrontos, o exército da Síria capturou alguns prisioneiros israelitas, entre eles, uma adolescente, que foi trabalhar na casa de Naamã, o comandante do exército, que era leproso. 


1. Naamã, um comandante honrado. Naamã era o principal comandante militar do rei da Síria, no reinado de Ben-Hadad. Era reconhecido e honrado por suas habilidades militares. Sob o seu comando, a Síria atacou Israel várias vezes. Por outro lado, este respeitado comandante militar sofria de uma enfermidade da pele que o afligia muito. 

A palavra usada para se referir à doença de Naamã é “sara’at”. Esta palavra é usada para designar vários tipos de doenças de pele. Então, não é possível saber o tipo de lepra que ele tinha e se era contagioso. É certo que se Naamã fosse israelita, teria que viver isolado, pois, a lepra era considerada uma maldição, que contaminava tanto física, como cerimonialmente. Os israelitas não podiam ter contato com leprosos. 

A situação dramática de Naamã nos ensina que, a grandeza material não leva a nada. Mesmo sendo um homem importante, Naamã tinha um problema sério que o afligia e ele era impotente para resolvê-lo. Em nossos dias, muitas pessoas famosas e ricas vivem como se Deus não existisse, confiando apenas na fama e no dinheiro. Mas, há situações em que o dinheiro nada pode fazer. 


2. A escrava, uma testemunha de Deus. Na casa de Naamã trabalhava como escrava, uma jovem israelita, que foi escravizada em uma das incursões militares comandadas por Naamã (2 Rs 5.2). O texto bíblico não revela a idade desta jovem e diz apenas que era uma menina. A história desta menina, que não sabemos sequer o nome ou a ascendência, ganhou destaque importante nas Escrituras.

Esta menina tinha todos os motivos para viver amargurada e também para odiar Naamã e o seu povo. Ela reunia quatro condições desfavoráveis que a tornavam inferior e desacreditada: 

a. Ela era mulher. Naquela época, as mulheres eram desprezadas e não tinham nenhuma participação nas conversas públicas. 

b. Ela era uma criança ou adolescente. A sociedade da época valorizava muito a experiência dos mais velhos e desprezava a opinião de crianças e adolescentes.

c. Ela era estrangeira. Havia naquela época muito nacionalismo e xenofobia. Os estrangeiros, mesmo se não fossem escravos, não eram bem vistos.

c. Ela era escrava. Os escravos não eram tratados como seres humanos. Trabalhavam  duro e recebiam apenas o alimento básico para sobreviver. Não tinha nenhum direito, muito menos de dar opiniões. 


Vemos aqui a importância do testemunho de uma serva de Deus. Certamente, ela dava bom testemunho diante dos seus patrões, senão não teriam levado a sério a sua sugestão. A sua opinião se tornou o assunto de uma reunião do comandante do exército com o rei. Esta menina venceu os seus traumas e medos e tornou-se uma agente de Deus em terra estranha, para curar o seu senhor da lepra. 


3. A caravana de Naamã. Depois que ouviu a informação da menina escrava, sobre o profeta que havia em Samaria  que poderia curá-lo da lepra, Naamã foi  falar com o rei da Síria. O rei entendeu que poderia resolver isso de forma diplomática e enviou uma carta, com presentes ao rei de Israel, pedindo que ele “curasse o seu comandante” (2 Rs 5.7). Ao receber aquela carta, o rei de Israel interpretou esta atitude como uma provocação para a guerra e rasgou as suas vestes em sinal de indignação, pois, segundo ele, não era Deus para curar ninguém (2 Rs 5.7).

Aqui aprendemos que questões espirituais e de relacionamento com Deus não podem ser resolvidas por articulações políticas. Naamã falou com o seu chefe, que falou com o rei de Israel, mas, nenhum deles conseguiu fazer nada. A solução veio através de uma escrava que era serva de Deus e depois de um profeta que não tinha nenhum vínculo com o palácio. 

A política é muito importante para a vida em sociedade. Como cidadãos deste mundo podemos votar, ser votados e participar da política do nosso país, a fim de melhorar a vida das pessoas em nossa sociedade. Entretanto, nas questões espirituais, precisamos falar com Deus e observar a sua palavra. Há dois extremos que devemos evitar: o primeiro é espiritualizar tudo e achar que não precisamos de política; o segundo é espiritualizar tudo e querer transformar a pregação do Evangelho em uma luta política.


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Pb. Weliano Pires

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