Neste terceiro tópico, vamos falar sobre o veneno que foi retirado da panela. Eliseu ordenou que um dos filhos dos profetas preparasse um ensopado para os alunos da escola de profetas. O moço não conhecia muito bem de plantas e acabou escolhendo uma planta venenosa. Eliseu quando soube, ordenou que jogassem farinha na panela e foi neutralizado o efeito do veneno.
1. A escola de profetas. Segundo os estudiosos da Bíblia, as escolas de profetas surgiram no tempo do profeta Samuel. Na ocasião em que Samuel ungiu a Saul como rei de Israel, há a referência a um grupo de profetas, entre os quais Saul também profetizou, como sinal de que Deus o escolhera para ser rei (1 Sm 10.5,10; 19,20). Depois, estas escolas foram ampliadas e se consolidaram durante a monarquia, nos ministérios de Elias e Eliseu.
Vemos referências no primeiro livro dos Reis aos “filhos dos profetas” ou discípulos dos profetas em Betel, Jericó e Gilgal. (2 Rs 2.3,5). Estas escolas de profetas possuíam estrutura física e funcionavam no modelo de internato. “E disseram os filhos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face, nos é estreito.” (2 Reis 6.1) [grifo meu].
Evidentemente, estas escolas não ensinavam a profetizar, pois, isso é um dom concedido por Deus e ninguém aprende a profetizar. As escolas de profetas tinham o objetivo de ensinar a Palavra de Deus e encorajar os alunos a buscarem a compreensão das Escrituras.
O currículo ensinado era a Lei de Moisés, especialmente o Livro de Deuteronômio, que continha os princípios da aliança entre Deus e Israel. As escolas de profetas desenvolviam o relacionamento dos alunos com o Senhor, tornando-os resistentes à idolatria e à impiedade que havia nos dias de Elias e Eliseu. Isso, é claro, os tornava alvo de perseguições por parte de reis ímpios como Acabe e Jezabel (1 Rs 18.4).
Aqui aprendemos a importância de se ensinar a Palavra de Deus pois, somente através do ensino bíblico, poderemos formar pessoas tementes a Deus. O profeta Oséias, usado por Deus, escreveu: “O meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento.” (Os 4.6). Onde não há ensino bíblico, ou o ensino é negligenciado e deturpado, o pecado avança.
2. A morte na panela. Em uma ocasião, na Escola de profetas de Gilgal, Eliseu ordenou que o seu servo preparasse uma espécie de ensopado para a refeição dos alunos (2 Rs 4.38). Talvez por desconhecimento de plantas, ou quem sabe pela escassez de alimentos, pois o texto bíblico diz que “a fome assolava a região”, o moço escolheu uma planta venenosa chamada de “parra brava” (espécie de trepadeira venenosa) e fez dela um ensopado com os seus frutos (2 Rs 4.39). Quando provaram, os filhos dos profetas se desesperaram e gritaram que havia morte na panela. (2 Rs 4.40). Confiante em Deus, Eliseu pediu um pouco de farinha, colocou no caldeirão e mandou servir a comida, afirmando que não havia mais perigo algum.
Mais uma vez, o profeta Eliseu agiu pela fé e Deus operou o milagre. Os filhos dos profetas também tiveram fé ao comer da comida, crendo na Palavra de Deus que estava na boca de Eliseu. Jesus também prometeu aos seus discípulos que, ao pregarem o Evangelho por todo o mundo, os sinais lhes seguiram. Um destes sinais seria “se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum”. (Mc 16.15,16)
É importante ressaltar que, estas pessoas não estavam sendo imprudentes e tentando a Deus. Eles estavam trabalhando para o Senhor e o fato aconteceu por desconhecimento ou escassez. Não podemos sair por aí comendo coisa venenosa e achar que Deus vai fazer milagre e nos salvar da morte.
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Pb. Weliano Pires
Louvado seja Deus.
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