Os dons de operação de maravilhas, ou operação de milagres, assim como os dons de curar, estão no plural, no texto grego. Isso indica que há uma variedade nestes dons e não se referem a apenas um tipo de maravilha. Este dom era uma credencial dos apóstolos, que realizaram muitas maravilhas em Nome do Senhor Jesus. Mas, não é exclusividade dos apóstolos, pois, Jesus é o mesmo e continua operando maravilhas.
1. O que são os dons de operação de maravilhas. São capacitações sobrenaturais, concedidas pelo Espírito Santo ao crente, para operar sinais miraculosos e espantosos, que fogem da compreensão humana. Através dos dons de operação de maravilhas, o Espírito Santo capacita o crente com poder sobrenatural para intervir e neutralizar forças satânicas, ou para alterar as leis naturais, em uma determinada circunstância.
Um milagre ou maravilha é sempre algo sobrenatural e espantoso, que causa perplexidade, como a ressurreição de um morto, andar sobre as águas, dar ordens ao vento ou ao mar, fazer flutuar um machado, abrir o mar vermelho, neutralizar o calor de uma fornalha aquecida sete vezes mais, impedir que leões famintos devorem um ser humano, etc.
Na atualidade, as pessoas chamam coisas corriqueiras de milagres. Mas, milagres são acontecimentos sobrenaturais, inexplicáveis, que fogem da normalidade e causam espanto nas pessoas que os presenciam. Quando Jesus fazia um milagre, as pessoas ficavam espantadas e se perguntavam: Como pode ser isto? Nunca ninguém fez uma coisa dessa! Um grande profeta se levantou entre nós e Deus visitou o seu povo.
2. Exemplos bíblicos de operações de maravilhas.
a. A abertura do Mar Vermelho (Ex 14,21,22). Moisés estendeu a sua vara sobre o mar, veio um grande vento e as águas se partiram. Além disso, o local onde a água passava não atolou os israelitas. Isso é um fato miraculoso.
b. A abertura do Rio Jordão (Js 3.15-17). Josué deu ordem aos sacerdotes, para que levantassem a arca e seguissem em direção ao Rio Jordão, que o povo os seguiria, a uma distância aproximada de um quilômetro. Era uma época em que o rio estava cheio. Quando os sacerdotes tocaram os pés nas águas, elas pararam de correr e o povo passou pelo meio do rio em terra seca.
c. O desafio entre Elias e os falsos profetas (1 Rs 18.36-39). Nos dias do profeta Elias, ele fez um grande desafio aos profetas de Baal e de Aserá. O desafio era o seguinte: Dois altares seriam construídos, com pedras, lenha e o animal para o sacrifício. Porém, não deveriam colocar fogo. A divindade que respondesse com fogo, seria considerada Deus Verdadeiro. Os profetas pagãos clamariam aos seus deuses e depois, Elias clamaria ao Senhor.
Os falsos profetas clamaram desde a manhã até às três da tarde, se martirizaram, mas, não houve resposta alguma. Quando chegou a vez de Elias, ele consertou o altar do Senhor que estava quebrado e fez uma pequena oração. De repente, desceu o fogo do Céu, consumiu o animal, a lenha, as pedras e até a água. Todos se espantaram e gritaram: Só o Senhor é Deus!
d. Jesus repreendeu o vento e o mar, e estes logo se aquietaram (Mt 8.23-27). Jesus mandou que os discípulos passassem para o outro lado do mar da Galiléia. Quando chegaram ao meio do mar, levantou-se uma grande tempestade e o barco estava enchendo-se de água e prestes a afundar. Jesus dormia tranquilamente, na popa do barco. Os discípulos , apavorados, o despertaram dizendo:
- Mestre, não te incomodas que pereçamos?
Jesus se levantou, ordenou ao vento e ao mar que se aquietassem e uma grande bonança se fez. Apavorados, os discípulos exclamaram: Q
- Quem é este homem que até o vento e o mar lhe obedecem!
e. A ressurreição do filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17). Passando pela cidade de Naim, na Galiléia, Jesus viu uma grande multidão, que seguia o cortejo fúnebre do filho único de uma mulher viúva. Ao ver a mulher chorando, o mestre se compadeceu dela e ordenou ao defunto que levantasse. Imediatamente, o morto se levantou, começou a falar e Jesus o entregou à sua mãe. A multidão vendo isso, espantada, glorificou a Deus.
f. A ressurreição da filha de Jairo (Mc 5.21-43). Um chefe da sinagoga, chamado Jairo, prostrou-se publicamente diante Jesus, implorando para que fosse à sua casa, curar a sua filha que estava à beira da morte. Enquanto ele falava, aconteceu a cura da mulher que tinha uma hemorragia e Jesus não foi à casa de Jairo. De repente, chegaram algumas pessoas da casa de Jairo, pedindo para que ele não incomodasse mais a Jesus, pois, a sua filha já havia morrido. Jesus olhou para Jairo e disse para não temer e crer somente.
Chegando à casa de Jairo, Jesus pediu para todos saírem, exceto o pai e a mãe da menina, Pedro, Tiago e João. Entrando na casa, Jesus pegou na mão da menina e ordenou que ela se levantasse. Imediatamente, ela se levantou e Jesus mandou que lhe dessem comida.
g. A ressurreição de Lázaro (Jo 11). Lázaro, irmão de Marta e Maria, era de Betânia. Eram amigos próximos de Jesus. Lázaro adoeceu e as suas irmãs mandaram avisar a Jesus, que estava distante, dizendo:
- O teu amigo está doente!
Recebendo a notícia, Jesus demorou ainda dois dias no lugar onde estava e Lázaro veio a óbito. Jesus, então, disse aos discípulos que Lázaro estava morto e se dirigiram à sua residência. Chegando ao local, já fazia quatro dias que Lázaro havia sido sepultado. As suas irmãs choravam, dizendo a Jesus, que se estivesse ali, o irmão delas não teria morrido. Jesus foi ao sepulcro e ordenou que tirassem a pedra que fechava o túmulo. Marta relutou, alegando que o corpo já estaria cheirando mal.
Diante de várias pessoas, Jesus fez uma pequena oração ao Pai e ordenou a Lázaro que viesse para fora. Lázaro, então saiu do túmulo, ainda com as ataduras com que fora sepultado. Todos os presentes viram um morto sepultado há quatro dias, sair vivo do sepulcro.
h. A ressurreição de Dorcas (At 9.40). Os apóstolos continuaram o trabalho de Jesus, operando sinais e maravilhas. Na cidade de Jope havia uma discípula cujo nome em aramaico era Tabita e em grego era Dorcas. Esta mulher fazia muitas esmolas e ajudava as pessoas necessitadas. Por isso era muito querida. De repente, ela adoeceu e veio a falecer. Mandaram chamar a Pedro, que estava naquela região nesta ocasião. Quando Pedro chegou, pediu que todos saíssem, pôs-se de joelhos e orou. Em seguida, ordenou a Tabita que se levantasse. Imediatamente, a falecida levantou.
3. Distorções no uso dos dons de curar e de operação de maravilhas.
Acontecem muitas distorções envolvendo milagres. Há pessoas que pensam que são soberanas para realizar milagre o tempo todo, a seu bel prazer. Muitos confundem a própria vontade, com aquilo que Deus está mandando. Por isso, acabam ordenando coisas que Deus não mandou.
Há ainda aqueles que querem dar ordens a Deus, para que milagres aconteçam. Existem também muitas manipulações e fraudes, envolvendo supostos milagres, para enganar as pessoas e ganhar dinheiro. Isso envergonha o Evangelho de Cristo.
Pb. Weliano Pires
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