15 abril 2021

O DOM DE DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS


Uma das especialidades do inimigo é o engano e a imitação das coisas de Deus. Ele enganou a Eva no Jardim do Éden, distorcendo a Palavra de Deus e levando-a a desobedecer a Deus e também convencer o seu marido a fazer o mesmo.  Nas páginas da Bíblia encontramos vários casos que, até mesmo homem de Deus foram enganados. 

Nestes últimos dias, a iniquidade  e o engano tem se multiplicado, conforme Jesus e os apóstolos já haviam nos alertado. (Mt 24.12; 2 Pe 2; 1 Jd 1; 1 Jo 4.1,2). Sendo assim, precisamos discernir as manifestações espirituais, conhecendo a sua origem, para não ser enganados. 

1. O dom de discernir os espíritos. É uma capacidade sobrenatural dada por Deus, que permite ao crente conhecer a origem e a natureza das manifestações espirituais. O principal objetivo deste dom é proteger a Igreja dos ataques sutis e camuflados do inimigo. 

A palavra grega traduzida por discernir é ‘diakrisis’, que significa “julgar através de”; “distinguir”. Esta palavra tem o sentido de “penetrar da superfície, desmascarando e descobrindo a verdadeira fonte dos motivos”.  A palavra aparece três vezes no Novo Testamento: Em Romanos 14.1, com o sentido de “discutir e fazer julgamento” sobre assuntos controversos”; em 1 Coríntios 12.10, com o sentido de “fazer distinção” se os espíritos provém de Deus"; e em Hebreus 5.14, com o sentido de “discernir entre o bem e o mal”. 

Não podemos nos impressionar com eloquência, beleza, popularidade ou sinais sobrenaturais. Infelizmente, há muitos crentes que, por medo de julgar e não querendo correr o risco de criticar uma manifestação genuína do Espírito Santo, preferem se calar diante de qualquer manifestação. 

É preciso discernimento para ser enganado. Paulo, escrevendo aos tessalonicenses, mandou a Igreja “não apagar o Espírito e não desprezar as profecias”, mas disse também para  “examinar tudo e reter o bem”.  (1 Ts 5.19-21).

2. As fontes das manifestações espirituais. Há três origens das manifestações espirituais no mundo: 

a. Deus. São as manifestações espirituais em que o Espírito Santo opera através da Igreja. As manifestações de origem divina tem algumas características que podem nos ajudar a detectá-las: Elas jamais irão contrariar a Palavra de Deus;  sempre irão glorificar a Deus e nunca ao homem; jamais irão promover divisões na Igreja de Cristo; e jamais irão aprovar ou promover o pecado. 

b. A carne. São enganações humanas, onde pessoas usam habilidades humanas ou truques, para impressionar o público. O intuito é sempre exaltar o homem e obter vantagens pessoais. Muitas vezes, uma manifestação carnal é apenas o desejo da pessoa que está falando. A pessoa confunde o seu desejo com uma revelação de Deus.

c. O Diabo. São manifestações de demônios, que imitam as coisas de Deus, para enganar as pessoas e atrapalhar a Obra de Deus. O inimigo imita línguas estranhas, profecias e faz sinais sobrenaturais para enganar. A Bíblia diz que Satanás se transfigura em anjo de luz e faz até descer fogo do Céu. 

3. Discernindo as manifestações espirituais. Há pelo menos duas formas, de se provar a origem das manifestações na Igreja: a forma doutrinária (1 Jo 4.1-6) e a forma prática (Mt 7.15-20). 

Pela forma doutrinária, analisamos as manifestações pelo crivo da Palavra de Deus. Toda manifestação que contrariar as Doutrinas bíblicas não provém de Deus, pois, o Espírito Santo jamais irá contrariar a Palavra de Deus, que foi inspirada por Ele.

Na forma prática, analisamos os frutos. Jesus disse que uma árvore má não pode dar bons frutos e que pelos frutos nós conheceremos os falsos profetas. Há crentes que dizem que devemos julgar apenas a profecia e não o profeta. Mas, isso não tem base bíblica. 

Há também manifestações diabólicas que são camufladas e é preciso o dom de discernir espíritos para detectá-las. Por exemplo, em  Filipos, uma jovem que tinha um espírito de adivinhação, tentou enganar Paulo e Silas, tecendo elogios a eles, dizendo que estavam anunciando o caminho da Salvação e que eram servos do Deus Altíssimo. (At 16.17). O que ela estava dizendo era verdade. Mas, a origem era demoníaca e o objetivo era impedir que o demônio fosse incomodado. Através do dom de discernimento de espírito, Paulo percebeu que era um espírito maligno e o repreendeu. Imediatamente, a jovem foi liberta e a adivinhação acabou.

Pb. Weliano Pires

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