21 abril 2021

DONS DE CURAR (1 Co 12.9b)

Imagem: Portal EBD


Na lição 10 do trimestre passado tivemos uma lição com o tema: O Senhor Jesus cura hoje. Naquela ocasião falamos sobre a cura divina  na Bíblia e sobre a cura divina nos dias atuais. Jesus curou no passado e continua curando, pois, Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. (Hb 13.7). Um dos pontos principais da mensagem pregada pelos fundadores das Assembléias do Brasil era: Jesus Cristo cura. 

1. O que são os dons de curar? 

A expressão dons de curar está no plural, porque Deus concede este dom para curar qualquer tipo de enfermidades, sejam físicas, emocionais ou psicossomáticas. Entretanto, é importante destacar que, os dons de curar não pertencem exclusivamente a uma pessoa e não lhe conferem poder e autonomia para curar, onde e quando quiser. Quem cura é Deus e segundo a Vontade dEle. Segundo escreveu o saudoso pastor Eurico Bergstén, em seu livro Teologia Sistemática, “Esse dom não significa uma capacidade de curar quando e como a pessoa quer, porém é sempre uma transmissão de poder do Espírito Santo. Por isso, é indispensável que o portador do dom esteja ligado a Cristo e siga a sua direção”. 

1.1. A cura divina no Antigo Testamento. Nos tempos do Antigo Testamento não havia medicina como hoje. O que havia entre as nações era curandeirismo. As pessoas usavam azeite, pastas de figos e outros remédios caseiros. Em muitas nações havia também a feitiçaria.  Entretanto, o povo de Israel tinha a promessa de que Deus os curaria das enfermidades, se fossem obedientes a Ele. Deus se apresentou a Israel com o título de “Yahweh Ropheká” ou “Raphá”, que significa "O Senhor que te sara". (Ex 15.26).  Havia também a ameaça de punição com pragas e doenças, se fossem desobedientes. Miriam, a irmã de Moisés, por exemplo, ficou leprosa quando se levantou contra a liderança do irmão. 

Várias pessoas foram curadas no Antigo Testamento:

a. As esterilidades de Sara, Rebeca, Raquel e Ana; (Gn 11.30; Gn 25.21; Gn 30.1; 1 Sm 1.1);

b. Abimeleque e sua família foram curados nos dias de Abraão (Gn 20.17); 

c. Os Israelitas foram curados de picadas de serpentes no deserto (Nm 21.8,9); 

d. Naamã, o general do exército da Síria, foi curado da lepra (2 Rs 5) 

e. O rei Ezequias foi curado de uma enfermidade mortal (Is 38).

1.2. A cura divina no Novo Testamento. No Novo Testamento, as curas divinas são muito mais frequentes. Curar pessoas e realizar milagres fazia parte da rotina do ministério terreno de Jesus. Eis algumas das pessoas que Jesus curou: 

  1. Curou a sogra de Pedro (Mt 8.14,15);

  2. Um paralítico em Cafarnaum (Mt 9.1-8); 

  3. Um leproso (Mt 8.2-4); 

  4. Dez leprosos (Lc 17.11-19); 

  5. O cego de Jericó Mt 10.46-52); 

  6. Um cego de nascença (Jo 9); 

  7. Um homem que tinha a mirrada Mt 11.9-13); 

  8. A mulher que tinha um fluxo de sangue Mc 5.25-34; 

  9. O paralítico de Betesda (João 5); 

Os apóstolos de Jesus deram continuidade ao trabalho iniciado por Ele e também curaram muitas pessoas:

  1. Pedro e João, em Nome do Senhor Jesus, curaram um paralítico na porta do Templo (At 3); 

  2. Pedro foi usado por Deus para curar Enéias (At 9.34) e ressuscitar Tabita (At 9.40); 

  3. Filipe foi usado por Deus para fazer milagres em Samaria (At 8.6); 

  4. Paulo também foi muito usado por Deus em curas e milagres (At 19.11,12). 

2. A redenção e as curas. A cura divina está relacionada ao processo de salvação. Na mesma profecia de Isaías que fala que Cristo tomou sobre si as nossas iniquidades, diz que Ele tomou sobre si as nossas dores e enfermidades. (Is 53.3,4). Mateus interpretou esta profecia, quando Jesus curou muitas pessoas. Jesus, depois de ressuscitado, disse aos seus discípulos para irem por todo mundo, pregar o Evangelho a toda criatura. Em seguida disse que os sinais lhes seguiriam. Entre estes sinais está a cura dos enfermos. 

É preciso considerar que ainda não alcançamos a redenção do nosso corpo e, portanto, enquanto estivermos neste corpo mortal, estaremos sujeitos às doenças. Somente quando nos revestimos da imortalidade, em um corpo glorioso é que estaremos livres das enfermidades e da morte. 

3. A necessidade desses dons. Vivemos em mundo cheio de iniquidade, incredulidade e soberba, onde o ser humano quer viver independente de Deus. Muitas pessoas, principalmente os ricos, confiam nos recursos financeiros e em seus planos de saúde. Entretanto, há situações em que eles se tornam inúteis. A medicina avançou muito, mas tem as suas limitações. Em muitos casos, os médicos chamam os familiares e dizem: 

- Fizemos tudo o que era possível ser feito e não há. Não tem mais jeito. 

Alguns médicos até perguntam se o doente tem fé e recomendam fazer orações, pois, a medicina não dá jeito para aquela enfermidade. Os dons de curar servem para demonstrar a infinita superioridade de Deus. Ele é o doador e o mantenedor da vida. É Ele que dá a vida e a tira. (1 Sm 2.6). 

Há dois extremos que devemos evitar em relação à cura divina: 

  1. A posição dos cessacionistas, que dizem que a cura divina ficou restrita aos tempos apostólicos e não é para os nossos dias; 

  2. A Posição dos neopentecostais, que afirmam que toda enfermidade é do diabo, que o crente não pode ficar doente e, se ficar, tem que exigir a cura. 

Estes dois pontos de vista não tem qualquer apoio bíblico. O Senhor Jesus curou no passado e continua curando hoje. Não há nenhum texto bíblico que mostre que os milagres cessaram, pois, o Senhor Jesus é o mesmo. Entretanto, nem todas as enfermidades são manifestações demoníacas e nem todos os enfermos serão curados. Temos vários exemplos de servos de Deus na Bíblia e na história da Igreja que não foram curados.

Pb. Weliano Pires


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