23 agosto 2022

VISÃO E PRÁTICA DO MOVIMENTO DOS DESIGREJADOS

COMENTÁRIO DO 1⁰ TÓPICO DA LIÇÃO 9: A SUTILEZA DO MOVIMENTO DOS DESIGREJADOS.

A palavra "desigrejado" é uma referência a pessoas que se dizem cristãs, mas não estão vinculadas a nenhuma denominação evangélica. De acordo com IBGE, mais de quatro milhões de brasileiros se declaram desigrejados, ou evangélicos sem vínculo institucional. Esta cifra é do censo de 2010. Hoje, o número deve ser muito maior. Este fenômeno é uma tendência mundial e não apenas do Brasil.


1- Um ensino anti-institucional. Os desigrejados adotam uma postura absolutamente anti-institucional. Por isso, criticam as construções de templos, as contribuições à Igreja e a existência de regras, credos e de pastores. Segundo eles, a Igreja Primitiva não possuía templos.  A Igreja nos primeiros séculos, realmente, não possuía templos, pois, vivia sob intensa perseguição tanto dos judeus quanto do Império romano. Também não era uma pessoa jurídica, porque naquela época não existiam instituições formais como hoje. Entretanto, isso não significa que não era uma organização.

 

As construções de templos surgiram depois que cessou a perseguição do Império romano contra o Cristianismo. Do ponto de vista bíblico, não há nenhum impedimento para que a Igreja construa um local para a adoração coletiva, para o ensino da Palavra de Deus e reuniões da Igreja. O próprio Jesus sempre frequentou o templo e as sinagogas, participando da adoração e leitura das Escrituras (Lc 4.16). Os apóstolos Pedro e João frequentavam o templo para orar (At 3.1). Paulo e Barnabé também frequentavam sinagogas para pregar o Evangelho (At 13.25). 


Na atualidade, a construção de templos para o funcionamento das atividades da Igreja, é uma necessidade e também um conforto para os fiéis. Não se pode fazer cultos nas casas ou nas ruas como se fazia antigamente. O estado exige que as Igrejas tenham alvará de funcionamento, CNPJ e instalações adequadas para o seu funcionamento. Evidentemente, nas cidades pequenas e periferias nem sempre estas regras são obedecidas.


2- Um ensino anticlerical. Os desigrejados também adotam uma postura completamente anticlerical, ou seja, não aceitam nenhum tipo de liderança, credos, ou regras na Igreja. Segundo este movimento, a Igreja Primitiva não possuía estrutura hierárquica. Mas isso não é verdade. A Igreja Primitiva tinha a sua liderança formada por apóstolos, profetas, evangelistas, presbíteros, diáconos, pastores e mestres (Ef 4.11; At 6.1-6; At 14.23). Tinha o seu código doutrinário (At 2.42-47) e disciplinar (1 Pe 3.5,6; 2 Ts 3.6). Atualmente, uma Igreja para funcionar precisa ter CNPJ e alvará de funcionamento. Para isso, precisa ter o seu estatuto e os responsáveis pela administração da Igreja.


Os desigrejados, na verdade, são insubmissos e anarquistas. Estas duas posturas são contrárias às Escrituras. O próprio Jesus escolheu doze apóstolos e os constituiu como líderes da Igreja. Após a sua ressurreição e assunção aos Céus, Pedro assumiu a liderança da Igreja de Jerusalém; depois, no capítulo 6 de Atos, os apóstolos se reuniram e mandaram o povo escolher os sete diáconos. A Igreja em Jerusalém também reuniu os apóstolos e presbíteros no primeiro concílio, para debater a questão dos judaizantes (At 15.1,2,6). Tiago, o irmão de Jesus, assumiu papel importante na liderança da Igreja em Jerusalém (At 15.13). Na Igreja em Éfeso também havia um corpo de presbíteros, com quem Paulo se reuniu em Mileto, antes da sua prisão e fez-lhes um longo discurso (At 20.17-38). 


Nas Epístolas pastorais a Timóteo e a Tito, Paulo fez várias recomendações sobre as escolhas de bispos, presbíteros e diáconos, fornecendo-lhes os requisitos para o exercício destes ministérios (1 Tm 3.1-13; Tt 1-9). O escritor da Epístola aos Hebreus também recomendou a obediência aos pastores (Hb 13.17). O apóstolo Pedro, em sua primeira Epístola, no capítulo 5, recomendou aos presbíteros que "apascentassem o rebanho de Deus". (1 Pe 5.1,2). Por último, no Apocalipse, o senhor Jesus mandou João escrever uma carta a cada um dos sete líderes das Igrejas da Ásia. Então, dizer que na Igreja Primitiva não havia líderes é analfabetismo bíblico ou rebeldia mesmo. 


Reflexão: “Quem sai da igreja por causa de pessoas, nunca entrou lá por causa de Jesus.”


REFERÊNCIAS:

CAMPOS, Idauro. Desigrejados – Teoria, História e Contradições do Niilismo Eclesiástico. Editora: Eireli. 7 Ed. 2017.

TETZNER, Gerson Welmer; NERBAS, Paulo Moisés. Os desigrejados: Um estudo do fenômeno e da influência da Igreja no aumento do número de cristãos sem vínculo institucional. Editora Concórdia. pag. 22-24.

Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, editada pela CPAD, p.348.

HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1°ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.550.



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Pb. Weliano Pires


22 agosto 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 9: A SUTILEZA DO MOVIMENTO DOS DESIGREJADOS


Ao longo da sua história, a Igreja Cristã teve que lidar com várias heresias e modismo que visam afastá-la dos padrões bíblicos e enfraquecer a sua força: o movimento judaizante, o gnosticismo, o arianismo, o pelagianismo, o movimento do G-12, o triunfalismo, a confissão positiva, a teologia da prosperidade, a marcação da volta de Jesus etc. Deus sempre levantou apologistas para desmascarar e combater estas distorções. 


Esta lição fala sobre um movimento nocivo que tem crescido assustadoramente, principalmente após a pandemia, que é o movimento dos desigrejados. São pessoas que se dizem cristãs, mas não estão ligadas a nenhuma Igreja. Procuram desqualificar a Igreja local e negam a sua necessidade. Os desigrejados são contrários à Igreja como organização, alegando que a Igreja Primitiva se reunia nas casas e não era institucionalizada. 


Os desigrejados criticam as construções de templos, as contribuições à Igreja e a existência de pastores. Segundo eles, a Igreja Primitiva não possuía templos. Ora, a Igreja nos primeiros séculos não possuía templos, porque vivia sob intensa perseguição tanto dos judeus quanto do Império romano. Também não era uma pessoa jurídica, porque naquela época não existiam instituições formais como hoje. Entretanto, isso não significa que não era uma organização. A Igreja tinha a sua liderança formada por apóstolos, profetas, evangelistas, presbíteros, diáconos, pastores e mestres (Ef 4.11; At 6.1-6; At 14.23). Tinha o seu código doutrinário (At 2.42-47) e disciplinar (1 Pe 3.5,6; 2 Ts 3.6). Atualmente, uma Igreja para funcionar precisa ter CNPJ e alvará de funcionamento. Para isso, precisa ter o seu estatuto e os responsáveis pela administração da Igreja.


A Igreja é a família de Deus (Ef 2.19). Em uma família, os seus membros se reúnem, se confraternizam e ajudam uns aos outros. Mas toda família precisa ter regras e liderança. A Igreja local também é responsável por cumprir as ordenanças do Senhor Jesus à sua Igreja, que são o batismo em águas e a Ceia do Senhor. Como alguém iria cumprir estas ordenanças bíblicas, se não houver uma organização local e uma liderança eclesiástica, como querem os desigrejados? 


A Igreja local também funciona como uma agência do Reino de Deus em um bairro ou cidade. Nela acontecem os cultos para pregação do Evangelho, ensino da Palavra de Deus, palestras, louvores, etc. Tudo isso é benéfico para a vida espiritual do crente e para a evangelização dos perdidos. Além disso, os templos proporcionam um local adequado e confortável para cultuar a Deus, sem perturbar a vizinhança. Infelizmente, ainda não temos condições de construir todos os nossos templos com todas as instalações necessárias, porque nem todos contribuem. 


REFERÊNCIAS:


RAYMUNDO, César Francisco. Manual do Desigrejado: Como sobreviver fora das denominações religiosas. Revista Cristã Última Chamada – Edição de 30 Junho de 2018.

TETZNER, Gerson Welmer; NERBAS, Paulo Moisés. Os desigrejados: Um estudo do fenômeno e da influência da Igreja no aumento do número de cristãos sem vínculo institucional. Editora Concórdia. pag. 22-24.

Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, CPAD, p.348.

HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1°ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.550.


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Pb. Weliano Pires



19 agosto 2022

MANTENDO A CHAMA PENTECOSTAL ACESA


(Comentário do 3º tópico da Lição 8)


Vimos nos tópicos anteriores, que o derramamento do Espírito está presente no Antigo Testamento, pois foi profetizado pelos profetas Isaías, Ezequiel e Joel, sendo este último específico sobre o revestimento de poder, como uma capacitação sobrenatural do Espírito para o crente fazer a Obra de Deus. Depois vimos que os dons espirituais não se restringiram aos dias apostólicos e são concedidos também para a Igreja atual. 


Neste terceiro e último tópico falaremos sobre a necessidade da Igreja manter acesa a chama pentecostal, evitando assim a frieza espiritual ou mesmo a distorção do Pentecostalismo bíblico. Falaremos sobre dois instrumentos muito importantes para manter acesa a chama do Espírito que são: a fidelidade às Escrituras e o exercício dos dons espirituais na Igreja. O apóstolo Paulo, na conclusão da primeira Epístola aos Tessalonicenses deixou várias recomendações rápidas para a Igreja. Duas delas são: Não apagueis o Espírito e não desprezeis as profecias.


1- Fidelidade às Escrituras. Muitas pessoas que se dizem pentecostais não se interessam pelo ensino bíblico, ou acham que o estudo teológico "esfria o crente". Outros tentam contrapor as duas coisas, como se o estudo bíblico fosse concorrente da manifestação do Espírito Santo. Isso é um grande equívoco, pois o verdadeiro pentecostalismo anda mundo com as Escrituras. Na Igreja de Jerusalém, após serem batizados no Espírito Santo, os crentes perseveram na "Doutrina dos apóstolos". O Movimento Pentecostal também surgiu de movimentos de santidade e de busca a Deus, que envolvia o ensino da Palavra de Deus e a oração. Foi uma reação ao liberalismo teológico, que nega a inerrância e infalibilidade das Escrituras e pende para o secularismo. 

 

A Assembleia de Deus no Brasil, desde os seus primórdios sempre foi uma Igreja que tinha como característica a dedicação à oração e ao ensino da Palavra de Deus. Não tinha institutos teológicos, porque os pastores mais antigos entendiam que o ensino deveria ser realizado pelos pastores no seio da Igreja, através dos cultos de doutrina, Escola Bíblica Dominical e Escolas Bíblicas de Obreiros. A nossa Igreja sempre foi conhecida como uma Igreja que se dedicava à Palavra de Deus. Nenhum avivamento prospera, se não houver ensino bíblico constante, para manter o padrão bíblico e evitar as distorções doutrinárias. 


2- Exercício dos dons espirituais. Conforme vimos acima, o ensino bíblico é muito importante para mantermos a chama pentecostal, nos padrões bíblicos. Entretanto, não podemos ficar apenas na teoria. O exercício dos dons espirituais mantém a Igreja viva e, portanto, devem ser buscados. Paulo escrevendo aos Coríntios disse: "Buscai com zelo os melhores dons…". (I Co 12.31). Claro que existem muitas coisas no meio pentecostal que são meninices, carnalidade e distorções do verdadeiro pentecostalismo. Mas não se pode rejeitar ou bloquear a manifestação dos dons espirituais por causa dos exageros e distorções.


O batismo no Espírito Santo e os dons espirituais são tão importantes para o trabalho da Igreja, que Jesus ordenou aos seus discípulos que não saíssem de Jerusalém, antes que fossem revestidos de poder. Hoje não é diferente. A Igreja não pode negligenciar a busca pelo revestimento de poder. Os pastores e professores devem ensinar a Igreja sobre a necessidade deste revestimento de poder para fazer a Obra de Deus e orar junto com eles, para que o Espírito Santo os encha de poder. Somente assim teremos crentes ousados, fervorosos e dispostos a pregar o Evangelho a toda criatura. 


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2a Impressão: 2010. Vol. 1. pag. 633.

Howard Marshall. Atos. Introdução e Comentário. Editora Mundo Cristão. pag. 62-63.

HORTON, Stanley. M. O que a Bíblia diz sobre o Espírito Santo. Editora CPAD.

Declaração de Fé das Assembleias de Deus: 1° ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.27-28.


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Pb. Weliano Pires

18 agosto 2022

O DISTINTIVO PENTECOSTAL DE NOSSA IGREJA


Comentário do 2º tópico da Lição 8: A sutileza do enfraquecimento da identidade pentecostal.

Ao longo dos anos, já estudamos várias revistas de Lições Bíblicas sobre a pessoa e obra do Espírito Santo. Além disso, este tema é matéria obrigatória nos cursos de discipulado para os novos convertidos. Temos ainda os cultos de ensinos, Escolas Bíblicas para Obreiros, palestras e seminários sobre a Doutrina Pentecostal e uma infinidade de livros publicados sobre o assunto. 


Para termos uma ideia, nos últimos cinco anos, estudamos uma revista sobre a nossa declaração de fé, no ano de 2017, com uma lição sobre as manifestações do Espírito Santo; Depois, no primeiro trimestre de 2021, por exemplo, nós estudamos o tema: O Verdadeiro Pentecostalismo - A atualidade da Doutrina Bíblica sobre a atuação do Espírito Santo, com comentário do Pr. Esequias Soares da Silva, presidente da Assembleia de Deus, Ministério do Belém, em Jundiaí-SP. No 2º Trimestre do mesmo ano, repetimos uma revista de 2014, onde estudamos sobre os dons espirituais e ministeriais, comentadas pelo pastor Elinaldo Renovato de Lima. 


Portanto, todo assembleiano, com mais de dois anos de conversão, deveria conhecer profundamente as verdades pentecostais. Neste tópico falaremos sobre dois temas muito importantes para a doutrina pentecostal que são, na verdade, o distintivo do Pentecostalismo Clássico. Trata-se da atualidade dos dons espirituais e a evidência inicial do falar em línguas. 


1- A atualidade dos dons espirituais. Muitas pessoas pensam, equivocadamente, que os evangélicos que não são pentecostais não crêem no Espírito Santo. Mas isso não é verdade. Eles crêem na pessoa do Espírito Santo, na sua divindade, na obra do Espírito Santo na redenção, no Fruto do Espírito Santo e nos dons do Espírito Santo, conforme descritos na Bíblia. A diferença é que eles dizem que os dons espirituais ficaram restritos ao período apostólico e cessaram com a morte do último apóstolo. 


Até meados do século IV nenhum Cristão ensinava isso. Este erro doutrinário foi introduzido na Igreja Cristã pelo bispo e teólogo Agostinho de Hipona (354-430). Devido à grande influência que Agostinho exerceu em sua época, este pensamento dominou a Igreja Ocidental por toda a Idade Média e nem mesmo a Reforma Protestante conseguiu atingi-lo. Os reformadores sequer discutiram este assunto. Eles se restringiram à doutrina da Salvação e combateram os ensinos de salvação pelas obras, idolatria e mediação dos santos e reafirmaram a autoridade das Escrituras. 


É importante destacar que este ensino de Agostinho atingiu apenas a Igreja Ocidental. No século XI aconteceu a primeira grande divisão da Igreja Cristã, com o chamado Grande Cisma do Oriente. As Igrejas do Oriente romperam com a Igreja de Roma e a sua sede passou a ser em Constantinopla. Nas questões relacionadas ao Espírito Santo, a Igreja Oriental, que é chamada de Igreja Ortodoxa, sempre esteve à frente da Igreja Ocidental, que seguiu as ideias de Agostinho e ensinava que os dons cessaram. A Reforma Protestante não atingiu a Igreja Ocidental, pois os reformadores eram ligados à Igreja Católica Romana e não à Igreja Ortodoxa. 


Ao longo da história da Igreja, sempre houve pessoas que criam na atualidade dos dons espirituais. Mas, sem sombra de dúvidas, o movimento que resgatou esta doutrina e passou a exercitá-la, foi o chamado Movimento Pentecostal, que iniciou na Rua Azuza, em Los Angeles, com o Pr. William Joseph Seymour, a partir de 1906. Seymour pregava sobre o batismo no Espírito Santo, mesmo antes de ter sido batizado. A sua pregação, no entanto, foi rejeitada pelo presbitério da Igreja da Santidade de Los Angeles. Ele continuou pregando e os membros daquela Igreja passaram a se reunir com ele em suas casas para buscar os dons espirituais. 


Em 12 de abril, William Seymour finalmente recebeu o batismo no Espírito Santo, aproximadamente às quatro horas da manhã, depois de ter orado a noite toda. As reuniões de oração continuaram nas casas e várias pessoas eram batizadas no Espírito Santo e outras eram curadas. O grupo liderado por William Seymour descobriu um prédio disponível na Azusa Street, que tinha sido construído originalmente como uma Igreja Metodista Africana. Este trabalho iniciado na Rua Azuza, inicialmente se chamava Azusa Street Mission. Posteriormente deram-lhe o de Apostolic Faith Gospel Mission (Missão Evangélica de Fé Apostólica). 


O impacto deste movimento foi muito grande, tanto na oração e busca pelo poder de Deus, quanto no despertamento missionário. Daniel Berg e Gunnar Vingren, dois jovens suecos que moravam nos Estados Unidos, também foram impactados pelo Movimento Pentecostal naquele país. Em novembro de 1910, por orientação divina, eles vieram para o Brasil pregar o Evangelho em Belém do Pará. 


Inicialmente, fizeram parte da Igreja Batista, mas a doutrina pentecostal deles incomodou os batistas, que eram cessacionistas, e eles foram expulsos da denominação em junho de 1911. No dia 18 de junho de 1911, iniciaram um novo trabalho e deram-lhe o nome de Missão da Fé Apostólica, seguindo o nome da missão da Rua Azuza, em Los Angeles. Depois, em 1918, mudaram o nome para Assembleia de Deus. Desde o início, a Assembléia de Deus ensina que o batismo no Espírito Santo é uma experiência subsequente à salvação e prega também a atualidade dos dons espirituais, como capacitações sobrenaturais do Espírito Santo para o crente realizar com ousadia e poder, a Obra do Senhor. Isso foi escrito na sua Declaração de Verdades Fundamentais de 1916.


Os teólogos e escritores cessacionistas combatem as doutrinas pentecostais, fazendo acusações, zombarias e até blasfêmias, dizendo que as manifestações do Espírito Santo no meio pentecostal são, na verdade, de origem satânica. H. E. Alexander, um dos autores antipentecostais mais lidos no Brasil, em seu livro “Pentecostismo ou Cristianismo?” mostra o Movimento Pentecostal como uma ameaça à integridade do verdadeiro Cristianismo. Diz ainda que o “pentecostismo” (como ele chama os pentecostais) nada mais é do que um dos ramos do Espiritismo, Feiticismo, Macumba, ou coisa semelhante. No seu livro, “Os Carismáticos”, John F. MacArthur, denuncia e condena o Movimento Carismático, por, segundo ele, fazer da experiência algo superior às Escrituras. 


Há outros teólogos brasileiros cessacionistas que combatem e zombam dos pentecostais, como o Pr. Marcos Graconato, da Igreja Batista Redenção, crítico ferrenho dos pentecostais. Outros, ao criticarem as heresias e exageros do neopentecostalismo, acabam confundindo-os com os pentecostais e nos atacam também. O pior é que muitos assembleianos lêem as suas literaturas e seguem as suas páginas nas redes sociais. 


2- As línguas como evidência. Desde a sua fundação, a Assembléia de Deus ensina que a evidência inicial de que alguém recebeu o batismo no Espírito Santo é o falar em línguas: Vejamos o que diz a Declaração de Fé das Assembleias de Deus de 1916: 

“O batismo dos crentes no Espírito Santo é testemunhado pelo sinal físico inicial de falar em outras línguas conforme o Espírito de Deus lhes dá capacidade de falar.'' (At 2.4). 


Há duas palavras gregas, traduzidas por “falar em línguas”. A primeira é “xenolalia” de “xeno” (estrangeiro) e “laleo” (falar), que significa falar em uma língua estrangeira, desconhecida de quem fala, mas conhecida de quem a ouve. A segunda palavra é “Glossolalia”, de “glossa” (língua) e “laleo” (falar), que significa falar em uma língua desconhecida para quem fala e para quem a ouve.


No dia de Pentecostes, os discípulos foram cheios do Espírito Santo e falaram em “outras línguas”. O termo grego é em Atos 2.4 é "héteros glossais”, que significa outras línguas desconhecidas dos que estavam falando. Logo em seguida, o texto diz que algumas pessoas ouviram estas línguas e as entenderam, pois eram as suas próprias línguas. Em Cesaréia, na casa do Centurião Cornélio, as pessoas que ouviram a mensagem pregada por Pedro também foram batizadas no Espírito Santo e falaram em línguas (At 10.46). 


Depois, em Atos 19, o apóstolo Paulo encontrou um grupo de 12 discípulos em Éfeso, que desconheciam a Doutrina do Espírito Santo. Depois de explicar sobre o Espírito Santo, Paulo impôs-lhes as mãos e eles também falaram em línguas (At 19.1-6). Em Samaria, após a pregação de Filipe, com a chegada de Pedro e João, foram impostas as mãos sobre os que que creram e eles também foram batizados no Espírito Santo. Nesse caso, o texto não diz explicitamente que eles falaram em línguas. Porém, houve um sinal visível de que foram batizados, pois até o mágico Simão percebeu e ofereceu dinheiro para conseguir este dom (At 8.17,18). 


Comparando com os outros relatos, que dizem que as pessoas que foram batizadas no Espírito Santo falaram em línguas, ficam implícito, portanto, que este foi o sinal. O mesmo aconteceu com Saulo, quando Ananias lhe impôs as mãos para que ele fosse cheio do Espírito Santo (At 9.17). Se ele não tivesse falado em línguas, Ananias não saberia que ele foi batizado Espírito Santo. Concluímos, portanto, que  “falar em línguas” é a evidência ou o sinal visível de que alguém recebeu o Batismo no Espírito Santo.


REFERÊNCIAS: 


GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

OLIVEIRA, Raimundo F. de. A Doutrina Pentecostal Hoje. Editora CPAD.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 189.

CARVALHO, César Moisés. Pentecostalismo e Pós Modernidade; Quando a experiência sobrepõe a teologia. Editora CPAD. 2 Ed. 2017.

METZ, Donald S. Comentário Bíblico Beacon. I Coríntios. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 333.

SOARES, Esequias. O verdadeiro Pentecostalismo. A atualidade da doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo. Editora CPAD. 1 Ed. 2020.

SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pág. 165; 167-169.

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Pb. Weliano Pires

17 agosto 2022

O PENTECOSTES BÍBLICO


Comentário do 1º tópico da Lição 08: A sutileza enfraquecimento da identidade pentecostal.


A palavra “pentecostes” é a transliteração do termo grego “pentekosté”, que significa o "quinquagésimo dia''. Era uma festa judaica que acontecia exatamente cinquenta dias após o sábado da semana da Páscoa (Lv 23.15,16). É também chamada de Festa das Semanas (Dt 16.10), Festa da Colheita (Êx 23.16) e Festa das Primícias (Nm 28.26).


Após a ressurreição, Jesus permaneceu com os discípulos por um período de 40 dias. Antes de subir ao Céu, ordenou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém e aguardassem o revestimento de poder, que aconteceria poucos dias depois. A promessa se cumpriu exatamente no dia da celebração da festa de Pentecostes, ocasião em que vinham pessoas de várias partes do mundo para Jerusalém. 


Neste tópico falaremos primeiro sobre a ação do Espírito Santo no Antigo Testamento. Depois, falaremos sobre a promessa do derramamento do Espírito Santo no Antigo Testamento, com base nas profecias de Ezequiel e Joel. Por último, falaremos sobre o cumprimento desta promessa no Novo Testamento, que aconteceu 50 dias após a ressurreição de Jesus, na Festa de Pentecostes. Por esta razão, aqueles que crêem na atualidade dos do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais são chamados de pentecostais. Os pentecostais são também chamados de carismáticos, derivado da palavra grega "charisma" que significa graça, dom, ou presente.


1- O Espírito prometido. O Espírito Santo é Deus e, portanto, possui todos os atributos exclusivos de Deus: eternidade, soberania, infinitude, unidade, onipotência, onisciência, onipresença e auto existência. Ele também é uma pessoa, pois possui intelecto, sentimentos e vontade. Sendo assim, o Espírito Santo sempre atuou: na criação e sustentação de todas as coisas; na inspiração dos escritores na Bíblia; na instrução do povo de Israel; na inspiração dos profetas e salmistas; etc. 


Mas, a ação do Espírito Santo antes da ressurreição de Jesus era diferente da que ocorre na Nova Aliança. No Antigo Pacto, o Espírito Santo escolhia e capacitava algumas pessoas realizarem obras específicas em um determinado período, como Bezalel e Aoliabe, na construção do Tabernáculo (Êx 31.2,3); Gideão (Jz 6.34); Jefté (Jz 11.29); Sansão (Jz 13.7); e outros juízes, para libertar o povo de Israel de domínios de inimigos. O Espírito Santo também escolheu líderes do povo, reis, sacerdotes e profetas. 


Havia também no Antigo Testamento, a promessa de que Deus derramaria o Seu Espírito sobre todos e não apenas sobre algumas pessoas especiais. O profeta Isaías, profetizou a vinda do Messias e que o Espírito do Senhor estaria sobre Ele (Is 11.1-4; 42.1; 61.1-3). Jesus leu a Escritura de Isaías 61 e aplicou-a a Si, dizendo: “Hoje, se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc 4.21); O profeta Ezequiel também profetizou que Deus colocaria dentro do seu povo o seu Espírito. (Ez 36.26,27); Entretanto, a profecia mais conhecida sobre o derramamento do Espírito Santo foi feita pelo profeta Joel (Jl 2.28). Esta profecia foi reconhecida pelo apóstolo Pedro, como o cumprimento da descida do Espírito Santo no Dia de Pentecostes. 


Há, no entanto, diferenças entre estas profecias. A profecia de Isaías é uma referência à ação do Espírito Santo, no ministério de Jesus. As profecias de Ezequiel e de Joel falam da ação do Espírito no interior dos servos de Deus. Porém há diferenças entre estas duas profecias. A profecia de Ezequiel fala de transformação interior, mudança no estilo de vida e atuação do Espírito Santo no coração do homem. É uma referência ao novo nascimento que o Espírito Santo opera no interior do crente. Já a profecia de Joel fala do derramamento do Espírito sobre toda a carne, onde os filhos e filhas profetizarão, os velhos terão sonhos e os jovens terão visões. É uma referência à capacitação sobrenatural do Espírito Santo para fazer a Obra de Deus. 


2- O Espírito derramado. No capítulo 2 de Atos dos Apóstolos, encontramos o cumprimento tanto da profecia de Joel 2.28, quanto da promessa de Jesus aos seus discípulos, de que eles seriam batizados com o Espírito Santo, não muito depois daqueles dias.” (At 1.5). Os discípulos estavam reunidos em um cenáculo em oração, num total de 120 pessoas. De repente, veio do Céu um som como de um vento forte e impetuoso e encheu todo o ambiente. Foram vistas por eles, línguas como de fogo, pousando sobre cada um deles. Todos foram cheios do Espírito Santo e falavam em línguas e profetizavam. (At 2.1-4). 


É importante destacar que os discípulos que estavam reunidos no cenáculo já eram salvos e já tinham o Espírito Santo. Quando Jesus os enviou na missão dos setenta, eles voltaram regozijando porque curaram enfermos e expulsaram demônios. Jesus lhes disse que eles deveriam alegrar-se não por isso, mas porque os seus nomes estavam escritos no Céu (Lc 10.30). Após a ressurreição, Jesus soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo." (Jo 20.22). Isso nos deixa claro que, o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes é uma experiência posterior à salvação e à entrada do Espírito Santo nos discípulos. Trata-se de um revestimento de poder, para que eles tivessem ousadia e poder para dar continuidade ao ministério terreno de Jesus. 


Outro fator importante a destacar, é que o derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes não foi um movimento produzido pela ação humana. Os discípulos estavam reunidos em oração, aguardando a promessa de Jesus. De repente, veio um som do Céu e eles foram cheios do Espírito Santo. Não houve forçação de barra, manipulação, "transferência de unção" e outras inovações que se vê atualmente.


O resultado desse derramamento do Espírito foi extraordinário! Os discípulos nunca mais foram os mesmos, depois deste revestimento de poder. O apóstolo Pedro, que há menos de dois meses tinha negado a Cristo, pregou um sermão bíblico, ousado e fervoroso, levando quase três mil almas à conversão. Poucos dias depois, ele e João ordenaram a cura de um coxo, em Nome do Senhor Jesus e o milagre aconteceu. Após esta cura, Pedro fez outro discurso e o número de conversões chegou a 5 mil pessoas. Muitas outras maravilhas também foram feitas pelos apóstolos após a descida do Espírito Santo.


REFERÊNCIAS: 

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD. pag. 1291-1292.

PALMA, Anthony. O Batismo no Espírito Santo e Com Fogo. Editora CPAD. pag. 14-17.

HORTON, Stanley. M. O que a Bíblia diz sobre o ESPÍRITO SANTO. Editora CPAD.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pág. 13.

LOPES, Hernandes Dias. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pag. 50-55.

MENZIES, Robert P. Pentecostes: Essa História é a nossa História. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p.54).

Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1290.


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Pb. Weliano Pires

15 agosto 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 8: A SUTILEZA DO ENFRAQUECIMENTO DA IDENTIDADE PENTECOSTAL


O Movimento Pentecostal foi um movimento de reavivamento da Igreja Cristã, que iniciou-se nos Estados Unidos, mais precisamente na Rua Azusa, em Los Angeles, no estado da Califórnia, liderado por um pastor batista, afrodescendente e filho de ex-escravos, chamado William Seymour. Após um mês de intensa oração e jejum, houve uma manifestação espontânea do Espírito Santo sobre aqueles irmãos e invadiu as Igrejas dos Estados Unidos. 


A imprensa da época noticiou o fato com zombaria e as Igrejas tradicionais também faziam duras críticas, chamando o movimento de “tumba dos fanáticos”.  Com este movimento houve também um despertar missionário. Vários missionários foram para outros países pregar o Evangelho, entre eles, Daniel Berg e Gunnar Vingren que vieram para o Brasil e fundaram a Assembléia de Deus, em junho de 1911. 


Desde o início do Movimento Pentecostal e também da Assembléia de Deus no Brasil, estabeleceu-se a convicção da atualidade do batismo no Espírito Santo, com a evidência inicial do falar em línguas e a atualidade dos dons espirituais. A ideia de que os dons espirituais cessaram após o fim da era apostólica foi introduzida pelo teólogo Agostinho, Bispo de Hipona, e perdurou por muitos séculos, ultrapassando, inclusive, o início da Reforma Protestante. Somente no início do Século XX, surgiu o Movimento Pentecostal como uma resposta do Espírito Santo a esse desvio doutrinário, pois a Igreja necessita do revestimento de poder, para pregar com ousadia o Evangelho aos perdidos. 


Infelizmente, nos dias atuais esse ensino pentecostal tem dado sinais de enfraquecimento. Muitos teólogos, inclusive do meio pentecostal, negam que o falar em línguas seja a evidência do batismo no Espírito Santo e confundem o falar em línguas com o dom de variedade de línguas. Isso acaba tirando o desejo de alguns crentes de buscar o batismo no Espírito Santo, pois acreditam que é desnecessário ou que não é para todos. 


Mais do que nunca precisamos manter a chama pentecostal acesa, pois os dias são de intensas trevas e o crente precisa estar revestido do poder do Espírito Santo para fazer a obra do Mestre. Entretanto, não podemos confundir a manifestação dos dons espirituais com meninices, fanatismo e práticas que não tem nada a ver com o pentecostes bíblico. 


REFERÊNCIAS: 


GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

SOUZA, Ronaldo Rodrigues de. Teologia Sistemática Pentecostal. Editora CPAD. pág. 179-180.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD.

OLIVEIRA, Raimundo F. de. A Doutrina Pentecostal Hoje. Editora CPAD.


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Pb. Weliano Pires


13 agosto 2022

A BÍBLIA, SEMPRE ATUAL PALAVRA DE DEUS


(Comentário do 4º tópico da Lição 7: A relativização da Bíblia).

Apesar de toda sutileza para desconstruir e relativizar a Bíblia, ela permanece a mesma, pois foi inspirada e revelada pelo próprio Deus. Conforme estudamos detalhadamente este assunto, no primeiro trimestre de 2022, quando falamos sobre “a Supremacia das Escrituras”, a Bíblia não é um livro humano, pois ela foi produzida pelo Espírito Santo, que soprou nos seus escritores o que eles deveriam escrever, usando as próprias culturas e linguagens deles. 


1- Revelada por Deus. A Bíblia não é uma produção literária da mente humana com relatos históricos antigos e belos ensinos morais, como sugere a chamada teologia narrativa. A Bíblia é a revelação escrita de Deus à humanidade. Conforme já falamos, Deus se revelou de duas formas: na revelação geral, que é manifesta através das coisas criadas; e na revelação especial, através das Escrituras e da pessoa de Jesus Cristo. Então, o conteúdo das Escrituras foi produzido por Deus. 


O apóstolo Pedro escreveu que "a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (1 Pe 1.21). Aqui, Pedro se refere às Escrituras do Antigo Testamento, mas na sua segunda Epístola, no capítulo 3, versículos 15 e 16, ele coloca no mesmo patamar das Escrituras do Antigo Testamento, os escritos de Paulo: "Tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição." Portanto, toda a Bíblia foi revelada por Deus. Jesus disse que as Escrituras testificam dele (Jo 5.39) e que os detalhes da sua morte e ressurreição "estavam escritos na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos." (Lc 24.44). É nas páginas da Bíblia que encontramos as revelações de Deus sobre a criação e queda da raça humana; as profecias sobre o plano redentor de Deus e a sua consumação através de Cristo. Encontramos também as profecias sobre o futuro da humanidade e sobre a eternidade. 


2- Inspirada por Deus. Na parte da Declaração das Assembleias de Deus,  que trata sobre a inspiração divina Bíblia lemos: "Cremos na inspiração divina, verbal e plenária da Bíblia Sagrada”. O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo disse:  “Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda a boa obra”. (2 Tm 3.16). A palavra grega traduzida por "divinamente inspirada" é "theopneutos". É a junção de "theos" (Deus) e "pneō" (respirar, soprar para dentro). Isto significa que Deus soprou dentro dos escritores, o que eles deveriam escrever. 


A inspiração divina é a ação sobrenatural do Espírito Santo, que usou escritores humanos, em suas próprias linguagens e culturas, para produzir todo o conteúdo das Escrituras, como a única revelação escrita de Deus para a humanidade. Quando dizemos que cremos na inspiração verbal e plenária das Escrituras, significa que cada palavra da Bíblia é inspirada pelo Espírito Santo e a sua totalidade também. Por isso, dizemos que a Bíblia é inerrante e infalível, pois Deus não pode errar, nem tampouco falhar. Jesus disse: “passarão os céus e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão.” (Mt 24.35). 


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

DANIEL, Silas. A sedução das novas teologias. Editora: CPAD. pág. 88,89.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras - A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

SOARES, Esequias. A razão de nossa fé: assim cremos, assim vivemos. Editora CPAD. 1ª Ed. 2017.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1882).


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Pb. Weliano Pires



MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE DE ENTRAR NA CANAÃ CELESTIAL

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: O perigo da murmuração) Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos que a murmuração também nos impe...