18 junho 2024

18 de Junho: Aniversário da Assembléia de Deus


No início do século vinte

Em solo norte americano

William Seymour pregou

Ele era um pastor veterano

Que sempre buscava a Deus

Filho de ex-escravos africanos.


Na Rua Azuza, em Los Angeles

Um fenômeno aconteceu

Em um templo abandonado

Uma reunião de crentes ocorreu

Foram cheios do Espírito Santo

E a notícia pelo mundo correu.


Por todo o país se espalhou

Este Movimento Pentecostal

Várias Igrejas foram avivadas

Com grande fervor espiritual

Os crentes foram despertados

Para a missão internacional.


Nesse clima de avivamento

Dois jovens foram impactados 

Daniel Berg e Gunnar Vingren

Por Deus foram direcionados

Viviam nos Estados Unidos

E para o Brasil foram enviados.


No ano de mil novecentos e dez

Em Belém do Pará chegaram

Não conheciam o nosso idioma

E dificuldades enfrentaram

A Igreja Batista já existia aqui

E nela eles se congregaram.


Entretanto, a mensagem deles

À Igreja Batista incomodou

Pois rejeitavam aquela doutrina

Que ao mundo revolucionou

Em uma reunião, foram expulsos

Mas, o fervor deles continuou.


Junho de mil novecentos e onze

Dezenove crentes se reuniram

Após serem expulsos da Igreja

Por unanimidade decidiram

Criar uma nova denominação

Da obra de Deus não desistiram.


Missão da Fé Apostólica

Foi este o nome escolhido

Para a nova denominação

Pelo Espírito Santo dirigidos

Se espalharam pela nação

Pregando aos oprimidos.


Depois, outros missionários

Ao nosso Brasil chegaram

Para apoiar esta grande obra

Com coragem desbravaram

Os mais longínquos rincões

Cantaram, oraram e pregaram.


Em mil novecentos e dezoito

Mudaram o nome da missão

Tornou-se Assembléia de Deus

Firmada na doutrina e na oração

Pregavam os dons, cura divina

Batismo no Espírito e salvação.


Em mil novecentos e vinte e dois 

Foi lançada a sua primeira edição 

Com trezentos hinos de Doutrina Sã

O hinário da nossa denominação

Que foi denominado Harpa Cristã

Tendo Adriano Nobre na supervisão.


Chegou mil novecentos e trinta

A Convenção Geral foi criada

Visando a união e o crescimento

Para que a obra fosse divulgada

Decidiram lançar um jornal

Na primeira reunião realizada.


Dez anos depois foi criada

A nossa Casa Publicadora

O governo Getúlio Vargas

Com sua política reguladora

Fez a Assembléia de Deus

Criar a sua própria editora.


Devido à grande expansão

Surgiram divisões regionais

Chamadas de ministérios 

Com suas lideranças locais

Porém estavam vinculadas

Com as diretrizes nacionais. 


Com o passar dos anos surgiram 

Muitos ministérios e convenções

Que se tornaram independentes

Cada um com suas convicções

Chamam-se Assembléia de Deus

Mas, com ela não tem ligações.


Pela Igreja Assembléia de Deus

Eu nutro respeito e gratidão

Foi nela que eu ouvi o Evangelho

Fui criado e aprendi a ser cristão.

Hoje, eu quero parabenizá-la

Pelo aniversário de fundação.


Weliano Pires

Evangelista da Assembléia de Deus, 

Ministério do Belém, em São Carlos-SP.

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: A BENDITA ESPERANÇA: A MARCA DO CRISTÃO

Ev. WELIANO PIRES


REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA 


Na lição passada estudamos sobre a realidade bíblica do inferno. Apesar de muitos negarem a sua existência e outros não quererem falar deste tema, o inferno é real e está na Bíblia. O Senhor Jesus falou claramente sobre ele muitas vezes. 


TÓPICOS DA LIÇÃO 


No primeiro tópico, falamos do pensamento humano sobre o inferno. Vimos o pensamento dos filósofos ateus e teólogos de mente cauterizada, que negam a realidade do inferno. Falamos também das distorções a respeito do inferno: o Universalismo que ensina que todos serão salvos; o aniquilacionismo que diz que os ímpios serão exterminados; o ensino do purgatório, que ensina que algumas pessoas ficarão em um lugar intermediário e depois irão para o Céu; e o ensino da reencarnação, que ensina que as pessoas irão reencarnar em outros corpos, para pagarem pelos seus pecados. Vimos também que os apóstolos já haviam alertado sobre o surgimento destes falsos ensinos. 


No segundo tópico, falamos das palavras hebraicas e gregas que foram traduzidas por inferno, no Antigo e no Novo Testamento, e os seus respectivos significados. No Antigo Testamento,  temos a palavra hebraica Sheol, que sepultura, morada inferior dos mortos, ou lugar de castigo dos ímpios. O significado varia de acordo com o contexto. No Novo Testamento, temos as palavras gregas: Hades, Tártaro e Geena. Cada uma delas se refere a um lugar diferente. Geena se refere ao lugar de tormento eterno dos ímpios. 


No terceiro tópico, falamos da doutrina bíblica do inferno. Vimos o conceito bíblico de inferno, mostrando o que ensina esta doutrina. A Bíblia mostra claramente que haverá um castigo eterno para os ímpios, assim como haverá uma eternidade gloriosa para os que receberam a Cristo. Entretanto, aqueles que forem lançados no inferno será por suas próprias escolhas. 


LIÇÃO 12: A BENDITA ESPERANÇA: A MARCA DO CRISTÃO


INTRODUÇÃO 


Nesta lição falaremos da bendita ou bem-aventurada esperança do cristão, que é a força que nos move a perseverar na carreira que nos foi proposta. Nos momentos de lutas, perseguições e dissabores, é esta bendita esperança nos encoraja. O apóstolo Paulo disse que, “se esperarmos em Cristo somente nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.”


TÓPICOS DA LIÇÃO 


No primeiro tópico, veremos para onde a esperança do cristão aponta. Veremos que a esperança cristã se fundamenta naquilo que não vemos, mas cremos, pois fiel é o que prometeu. Na sequência falaremos da esperança nas Epístolas paulinas, a qual está presente em vários textos e não se refere à vida terrena. Por último, veremos que Deus é o autor da nossa esperança e Ele é digno de toda confiança, pois Ele é fiel e cumpre as suas promessas. 


No segundo tópico,  falaremos da perspectiva escatológica da nossa esperança. Veremos que a Bíblia focaliza o futuro. O pecado causou inimizade entre o ser humano e o Criador. Mas, logo após a Queda, Deus prometeu restaurar esta comunhão, através de um que viria da semente da mulher (Gn 3.15). Veremos também que as profecias bíblicas trazem pavor para aqueles que não servem a Deus, mas trazem trazem consolo e alegria para o crente. Por último, veremos que a razão de termos uma doutrina da esperança, é a confiança que temos na ressurreição. 


No terceiro tópico, falaremos da esperança cristã como âncora da alma. Veremos que em tempos de incertezas, é esta esperança que nos sustenta e nos dá segurança. Na sequência, veremos que a esperança do crente é a melhor, porque fora de Cristo não há esperança para o ser humano. Por último, falaremos do dever de manter firme a nossa esperança, pois fiel é aquele que prometeu.


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 42.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 609, 610.

14 junho 2024

A DOUTRINA BÍBLICA DO INFERNO

(Comentário do 3° tópico da Lição 11: A realidade bíblica do inferno)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos da doutrina bíblica do inferno. Apresentaremos o conceito bíblico de inferno e mostraremos, com fundamentação bíblica, o que ensina esta doutrina. Em várias passagens bíblicas do Novo Testamento fica muito claro que haverá um castigo eterno para os ímpios. Assim como haverá uma eternidade gloriosa para os que receberam a Cristo, haverá também uma eternidade de sofrimentos para aqueles que o rejeitaram.


1. O conceito bíblico de Inferno. Neste tópico temos uma recapitulação de tudo o que já falamos nos outros dois tópicos. No primeiro tópico, falamos do pensamento humano sobre o inferno, apresentando as formas de negação e distorções da doutrina bíblica do inferno. No segundo tópico, trouxemos as definições das palavras, traduzidas por inferno em nossas Bíblias em português, fazendo a diferenciação entre elas, pois se referem a locais diferentes. 


Neste subtópico, o comentarista traz algumas informações bíblicas sobre o inferno final, chamado na Bíblia de Geenna. A primeira informação que devemos ter em mente sobre o inferno, é que ele é real e não uma simbologia ou um mito criado pela religião, como alguns sugerem. Em Mateus 25.41, no Sermão Profético, o Senhor Jesus afirmou aos seus discípulos que Ele dirá aos que não forem salvos: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. Esta declaração de Jesus deixa claro que o Inferno é um lugar real e não uma ficção. 


A segunda coisa que precisamos compreender é que o inferno não foi criado para o ser humano e sim, para o diabo e seus anjos. Deus é bom e justo e não criou o lago de fogo para o ser humano. Este lugar terrível foi criado para punir o diabo e seus anjos por sua rebelião contra Deus (Mt 25.41; Jd 1.6). Entretanto, a Bíblia deixa muito claro que todos os que rejeitarem a Deus e à sua Palavra, também irão para o inferno (Ap 20.15; 21.8). 


2. O que ensina a doutrina? A doutrina do inferno não é uma invenção da Igreja para apavorar e dominar as pessoas, como dizem os filósofos ateus. Esta doutrina  é amplamente difundida na Bíblia. Quem mais falou abertamente sobre o inferno na Bíblia foi o próprio Senhor Jesus. O Mestre ensinou que os ímpios irão perecer de corpo e alma no Geena e neste lugar o fogo nunca se apaga e o bico nunca morre (Mt 10.28; 23.33; Mc 9.43; Lc 12.5).


Há zombadores que dizem que se for para ir ao Céu e ficar lá ‘tocando harpa e cantando em coral’, preferem ir ao inferno e ficar lá tomando cachaça e se divertindo. Ora, estas pessoas não sabem o que dizem, pois, o inferno não é um lugar de diversão e farra. É um lugar de tristeza, vergonha, dor e agonia. Os que forem para o inferno irão de forma integral: espírito, alma e corpo, e sofrerão lá eternamente. 


3. O castigo será eterno. Conforme vimos no primeiro tópico, os aniquilacionistas, até admitem a existência do inferno, mas dizem que ele será temporário. Segundo dizem, os ímpios serão punidos por um período e depois deixarão de existir. Entretanto, não é isso que a Bíblia ensina. A Bíblia ensina claramente que o castigo no inferno será eterno. Jesus usou expressões como fogo inextinguível (Mt 3.12; Mc 9.43,48); fornalha acesa (Mt 13.42,50); trevas exteriores onde haverá pranto e ranger de dentes (Mt 8.12; 22.13); e fogo eterno (Mt 25.41), para se referir ao tormento eterno. Estas expressões indicam que o sofrimento no inferno não terá fim. 


É importante esclarecer que as pessoas que forem para o inferno, irão por vontade própria e não porque Deus assim o quis. Deus não tem prazer na morte do ímpio (Ez 33.11) e faz de tudo para salvá-lo. Entretanto, se a pessoa não reconhece que é pecador e recusa a abandonar o pecado, Deus não irá salvá-lo à força. A idéia de que Deus predestinou pessoas ao Inferno não tem amparo nas Escrituras e chega a ser uma ofensa ao caráter santo e justo de Deus. A oportunidade para fugir do inferno é hoje e está aberta a todos, por meio de Jesus Cristo, o Único Salvador e Mediador entre Deus e a humanidade pecadora (At 4.12; 1 Tm 2.5).


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 41.

Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.255, 256.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 642,643.

Bíblia de Estudo Palavra-Chave: Hebraico e grego. 4ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2015. pp.1939, 2036, 2120, 2420.


13 junho 2024

COMO A PALAVRA INFERNO APARECE NA BÍBLIA

(Comentário do 2° tópico da Lição 11: A realidade bíblica do inferno).

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, veremos como a palavra inferno aparece na Bíblia. Veremos  as palavras hebraicas e gregas que foram traduzidas por inferno, no Antigo e no Novo Testamento, e os seus respectivos significados. O Antigo Testamento usa a palavra hebraica Sheol, cujo significado varia de acordo com o contexto. No Novo Testamento, há três palavras gregas, que foram traduzidas por inferno: Hades, Tártaro e Geena. Os falsos mestres, que negam a existência do tormento eterno, fazem confusão entre estas palavras e pensam que todas significam a mesma coisa.


1. No Antigo Testamento. O Antigo Testamento usa a palavra hebraica Sheol, que é traduzida em nossas Bíblias por inferno, 65 vezes. Esta palavra tem diferentes significados, de acordo com o contexto: sepultura, morada inferior dos mortos, ou lugar de castigo dos ímpios. Na verdade, o Antigo Testamento não revela o inferno, como nós o conhecemos na doutrina cristã. 


A doutrina do castigo eterno para os ímpios está bem explícita no Novo Testamento, como veremos no próximo subtópico. Aqueles que negam a existência do Inferno como um lugar de tormento eterno, valem-se de textos do Antigo Testamento para dizer que o inferno é a sepultura. 


De fato, em alguns textos do Antigo Testamento, a palavra Sheol é uma uma referência à sepultura, como em Jó 17.13: “Se eu olhar a sepultura [Sheol] como a minha casa; se nas trevas estender minha cama”. Mas, nem todas as ocorrências da palavra Sheol podem ser traduzidas por sepultura. 


Em alguns textos, Sheol traz a ideia de um lugar de tormento para os ímpios e não apenas a sepultura, como em Salmos 9.17: “Os ímpios serão lançados no inferno [Sheol] e todas as nações que se esquecem de Deus”. Evidentemente, aqui não se trata da sepultura, pois nela não serão lançados apenas os ímpios e os que se esquecem de Deus. Os justos também morrem e são sepultados. 


Em Deuteronômio 32.22, a referência ao Sheol também não pode ser à sepultura e sim a um lugar de castigo: “Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até ao mais profundo do inferno [Sheol] e consumirá a terra com a sua colheita e abrasará os fundamentos dos montes”. 


A versão grega do Antigo Testamento, chamada de Septuaginta (LXX) traduziu a Palavra Sheol pelo termo grego Hades, que no Novo Testamento refere-se a um lugar de tormento provisório para os ímpios. O Sheol/Hades, no entanto, não é ainda o destino final dos ímpios, como veremos abaixo. 


2. No Novo Testamento. No Novo Testamento, a revelação sobre o inferno está mais explícita. Entretanto, há três palavras gregas que foram traduzidas por inferno em nossas Bíblias em português: Hades, Tártaro e Geena. Cada uma delas se refere a um lugar diferente e é preciso tomar cuidado para não confundir.

a) Hades. É o correspondente grego da palavra hebraica Sheol. Entretanto, no Novo Testamento, está mais claro que é uma referência ao local de tormento provisório dos ímpios antes do Juízo Final (Lc 16.23). 

b) Tártaro. É a parte mais profunda do Hades, onde estão aprisionados alguns demônios perigosíssimos, com alto poder de destruição. Estes espíritos em prisão serão soltos na Grande Tribulação e matarão um terço da humanidade (Ap 9.14.16). Esta palavra aparece uma única vez no Novo Testamento, em 2 Pedro 2.4: “Porque se Deus não perdoou aos anjos, que é pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno [Gr. Tártaro], os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo”.  

c) Geena. Esta palavra é uma adaptação grega do termo hebraico Ge-Hinnon, formada por “Ge” (Vale) e “Hinnon” (Um jebuseu, que provavelmente foi o proprietário deste vale nos tempos do Antigo Testamento). Geena, portanto, significa literalmente “Vale de Hinnon”. Neste vale, pessoas ímpias queimavam os seus filhos em sacrifício a Moloque. 

Nos dias de Jesus, neste vale havia um lixão, onde havia um fogo inextinguível que queimava todo o lixo de Jerusalém, inclusive corpos de animais mortos e de criminosos que não eram considerados dignos de sepultamento. 

No Antigo Testamento, este vale já foi usado metaforicamente como símbolo do castigo eterno dos ímpios (Is 66.24; Jr 7.32). Por isso, Jesus usou o termo Geena para se referir ao castigo eterno dos ímpios, tanto do corpo como da alma (Mt 10.28; 23.33; 25.41,46; Mc 9.46,47). Há também outras expressões gregas que foram usadas para se referir ao tormento eterno e foram traduzidas por trevas exteriores (Mt 8.12; 22.13;×25.30), fogo eterno (Mt 25.41), lago de fogo e enxofre (Ap 20.10; 21.8). 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 41.

Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.255, 256.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 642,643.

Bíblia de Estudo Palavra-Chave: Hebraico e grego. 4ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2015. pp.1939, 2036, 2120, 2420.

12 junho 2024

O PENSAMENTO HUMANO A RESPEITO DO INFERNO

(Comentário do 1° tópico da Lição 11: A realidade bíblica do inferno)


Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, apresentaremos o pensamento humano a respeito do inferno. Veremos o que os filósofos e teólogos de mente cauterizada dizem sobre o inferno. O comentarista nos apresenta uma das principais heresias em relação ao inferno, que é chamada de Universalismo, que ensina que no final das contas, Deus salvará a todos. Há também outros ensinos errados sobre o inferno, que negam a sua existência, ou dizem que ele não é eterno, como o aniquilacionismo, o purgatório e a reencarnação. Por último, falaremos dos alertas dos apóstolos, de que estes falsos ensinos surgiriam, tendo aparência de piedade, mas, negando a sua eficácia.


1. Filósofos e teólogos de mente cauterizada. Certamente, a doutrina do Inferno é uma das mais combatidas e distorcidas, entre as doutrinas cristãs. Há muitas dúvidas e confusões em relação ao inferno, até por parte dos cristãos. Isto acontece, principalmente, porque a palavra inferno que aparece em nossas Bíblias em português, não se refere a um único lugar, como veremos no próximo tópico. 


Aqui neste tópico, a referência é ao inferno final, que será o destino final dos ímpios. O comentarista apresenta neste tópico o pensamento humano a respeito desta doutrina bíblica. Primeiro, ele fala daqueles que vivem na incredulidade, como se Deus não existisse. Estes pensam que a vida humana acaba com a morte. Logo, negam a existência da eternidade, tanto o Céu como o Inferno. 


Na sequência, temos a visão dos chamados filósofos humanistas que são antropocêntricos, ou seja, colocam o ser humano como o centro de tudo. Estes filósofos são totalmente contrários a todo tipo de punições: de pais a filhos, do estado a criminosos, etc. Segundo estes pensadores, o ser humano nasce essencialmente bom e o meio em que ele vive o transforma. Esta filosofia adota sempre a ideia de ressocialização ou recuperação de criminosos e nunca a punição. Portanto, a afirmação bíblica de sofrimento eterno como punição aos ímpios é incompatível com os seus valores. 


Há ainda o pensamento de teólogos de várias vertentes sobre a doutrina do inferno. Os teólogos liberais, que negam a inspiração divina das Escrituras, negam também a existência do Inferno e dizem que se trata de ideias pagãs, que devem ser rejeitadas. Outros até admitem a existência do Inferno como punição, mas dizem que ele não será eterno, como veremos a seguir. 


2. O ensino do Universalismo. Uma das principais heresias em relação à eternidade é chamada de Universalismo. Este falso ensino, que enfatiza excessivamente o amor de Deus, em detrimento da Sua Justiça e Santidade, afirma que todos os seres humanos são filhos de Deus e ninguém será condenado. 


O Universalismo interpreta, de forma equivocada, o texto de João 1.29, que diz que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Eles dizem que este texto significa que Jesus tirou o pecado de todos os seres humanos, inclusive daqueles que não se arrependeram. Chegam ao cúmulo de dizer que haverá perdão até para o diabo. 


Evidentemente, não há nenhum fundamento bíblico para isso. Em vários textos bíblicos, o Senhor Jesus afirmou claramente que os que crerem nele teriam um destino eterno diferente dos que não crerem, como por exemplo, em Marcos 16.16: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer, será condenado”. Jesus falou também do caminho estreito que conduz à vida e do caminho largo que conduz à perdição (Mt 7.13,14).


3. O ensino do aniquilacionismo. O aniquilacionismo é a crença de que os ímpios serão lançados temporariamente no inferno, até pagarem por seus pecados. Depois serão aniquilados e deixarão de existir. Os adeptos deste ensino não negam a existência do Inferno, mas negam a sua eternidade. Os principais defensores desse ensino são os Adventistas do Sétimo Dia e as Testemunhas de Jeová. 


Como argumento, dizem que a simbologia usada na Bíblia para o inferno é o fogo, e o fogo consome tudo o que é lançado nele. Da mesma forma, alegam que os ímpios serão lançados no fogo do Inferno, mas serão consumidos por ele e deixarão de existir. Entretanto, não é isso que a Bíblia ensina. Em vários textos bíblicos, vemos que a referência ao castigo dos ímpios é o tormento eterno e não a destruição (Lc 15.24,28; AP 14.10,11; 20.10). 


Os aniquilacionistas apelam também para o aspecto emocional e dizem que Deus e os justos jamais iriam ficar felizes no Céu, sabendo que há pessoas sofrendo eternamente no inferno. Ora, não compete ao ser humano dizer a Deus o que é justo ou não, pois Ele é Justo e determinou que o diabo, os anjos caídos e todos os que recusarem a Cristo seriam punidos desta forma. 

Deus providenciou o meio de Salvação, através do Sacrifício de Cristo e, mesmo assim, as pessoas o rejeitaram. Então, a pergunta que devemos fazer não é se o Inferno é justo, e sim, se ele é bíblico. Não nos deixemos enganar por falsos discursos, que consideram apenas o amor de Deus e rejeitam a sua justiça. 


4. O ensino do purgatório. A doutrina do purgatório tem suas raízes no Budismo e em outras crenças religiosas da antiguidade. Este ensino foi introduzido na Igreja Católica pelo Papa Gregório I. O ensino do purgatório consiste na ideia de um lugar intermediário entre o Céu e o Inferno, para as pessoas que não foram boas o suficiente para irem ao Céu, mas também não foram tão más, a ponto de merecerem o inferno. 


Segundo os seus adeptos, essas pessoas ficariam no purgatório sofrendo durante um certo tempo, até serem purificadas dos seus pecados quando, então, iriam para o Céu. Para a pessoa sair do purgatório, a Igreja Católica inventou algumas ações que devem ser feitas pelos seus entes queridos que ficaram vivos: orações pelos mortos, missas em favor das almas que estão no purgatório, dar esmolas nesta intenção, etc. 


Evidentemente, este ensino espúrio não encontra nenhum fundamento nas Escrituras. A doutrina do purgatório encontra dois problemas principais na Bíblia: o primeiro deles é a ideia de que haverá nova chance para o pecador, ou repescagem após a morte. A Bíblia deixa claro que após a morte segue-se o juízo e a salvação é realizada nesta vida (Hb 9.27). O segundo problema é a ideia de purificação de pecados mediante o sofrimento, obras, ou intercessão de outras pessoas. A Bíblia deixa claro que os nossos pecados são purificados, única e exclusivamente, pelo Sacrifício de Cristo, mediante a fé nele (Jo 1.29; Ef 2.8-10). 


5. O ensino da reencarnação. A doutrina da reencarnação é muito antiga e está presente em várias religiões do passado. Atualmente, ela é a base do Espiritismo e de algumas religiões orientais. Este ensino consiste na volta do espírito ao plano material em outros corpos, quantas vezes forem necessárias, a fim de pagar pelos erros cometidos em outras vidas e buscar o aperfeiçoamento. 


Os propagadores deste ensino, negam a existência do Inferno e também da justificação pela fé. Ensinam a chamada lei do Carma, onde todos os erros cometidos têm que ser pagos pelo próprio pecador, através do sofrimento em várias existências. O ensino da reencarnação está vinculado diretamente à prática da necromancia (consulta aos mortos). 


Os espíritas tentam a todo custo encontrar base bíblica para a reencarnação. Mas, este ensino não encontra nenhum amparo nas Escrituras. A Bíblia ensina que aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o Juízo. (Hb 9.27). Além disso, a Bíblia ensina que a Salvação é obtida pela Graça de Deus, mediante a fé e não pelas obras ou merecimento (Ef 2.8-10). Se fosse possível alguém pagar os seus pecados, ou se auto aperfeiçoar, não haveria a necessidade de Jesus vir a este mundo e morrer na Cruz. 


6. O alerta apostólico. Tanto o Senhor Jesus como os seus apóstolos, alertaram os cristãos do primeiro século sobre o surgimento de falsos ensinos, nos dias que antecedem a vinda do Senhor. No Sermão Profético, quando os discípulos perguntaram sobre os sinais da Sua vinda e do fim do mundo, a primeira coisa que o Senhor falou foi: “Acautelai-vos para que ninguém vos engane”. (Mt 24.4).


O apóstolo Paulo, usado pelo Espírito Santo, alertou principalmente a Timóteo que nos últimos dias muitos iriam se apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios (1Tm 4.1). Estes hereges, segundo Paulo terão aparência de piedade, mas irão negar a sua eficácia e resistir à verdade, pois as suas mentes estarão cauterizadas, ou insensíveis. 


Na mesma direção, o apóstolo Pedro escreveu que assim como houve falsos profetas entre o povo de Israel, haverá entre os cristãos falsos mestres que andarão segundo as suas próprias concupiscências, com vida libertina, negarão o Senhor que os resgatou e introduzirão heresias de perdição  (2 Pe 2.1-3). 


Judas também dedicou o único capítulo da sua Epístola, para alertar os cristãos sobre o surgimento de falsos mestres entre o povo, que convertem a Graça de Deus em dissolução e negam a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo. Na sequência, Judas faz um paralelo entre estes os falsos mestres e os anjos caídos, Caim, os habitantes de Sodoma e Gomorra, a geração de incrédulos que saiu do Egito, Coré e Balaão, que foram ímpios que resistiram à Verdade de Deus. 


Muitos crentes pensam que devemos apenas falar do amor de Deus e da Salvação, e não devemos “perder tempo” com a apologética para combater os falsos mestres e heresias. Mas não era isso que os apóstolos faziam. A evangelização inclui também a defesa da fé e o combate aos falsos ensinos, para que as pessoas não permaneçam no erro. Devemos tanto ensinar a verdade às pessoas, como alertá-las sobre os falsos ensinos. 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 41.

Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.255, 256.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RIO DE JANEIRO, CPAD, 2021, pp. 642,643.

O Aniquilacionismo é bíblico? Disponível em voltemosaoevangelho.com/blog/2014/09/o-aniquilacionismo-e-biblico/ Acesso em 12/06/2024.

O Purgatório: Fatos e mitos de uma heresia. CACP - Ministério Apologético. Extraído do livro “O Catolicismo Romano e a Bíblia” – Rafael Nogueira. Disponível em www.cacp.app.br/o-purgatorio-fatos-e-mitos-de-uma-heresia/ Acesso em 12/06/2024.


JESUS DESAFIA A FÉ DOS DISCÍPULOS

(Comentário do 2º tópico da Lição 04: Jesus , o Pão da Vida).   Ev. WELIANO PIRES No segundo tópico, veremos que Jesus desafiou a fé dos dis...