(Comentário do 2° tópico da Lição 13: Renovação da esperança)
Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, falaremos da aparição de Jesus ressurreto, como geradora de esperança e plena alegria. Veremos que o medo deu lugar à esperança no coração dos discípulos após contemplarem o Cristo ressurreto. Na sequência, veremos que a tristeza deu lugar à alegria, com a chegada da notícia da ressurreição. Por fim, veremos que a esperança e a alegria são duas virtudes que estavam presentes na manifestação de Jesus aos seus discípulos e também devem ser evidentes na vida daqueles que crêem que Jesus venceu a morte.
1. O medo deu lugar à esperança. O dicionário Online de Português traz as seguintes definições para a palavra medo: "Estado emocional provocado pela consciência que se tem diante do perigo; aquilo que provoca essa consciência; Sentimento de ansiedade sem razão fundamentada; receio; Grande inquietação em relação a alguma desagradável, a possibilidade de um insucesso etc."
O medo é um sentimento natural do ser humano e desempenha um papel fundamental para a nossa sobrevivência. Este sentimento ativa o nosso sistema nervoso e prepara o nosso corpo para reagir ou fugir de uma situação de perigo, seja real ou imaginária. Há vários tipos de medos, que acontecem por razões diversas. Alguns se originam a partir de traumas vividos e podem levar a distúrbios que paralisam a pessoa, ou impedem de realizar certas atividades.
No caso dos discípulos de Jesus, o medo não era motivado por situações imaginárias ou fobias irracionais. Eles viram o seu Mestre ser preso injustamente, condenado ilegalmente, torturado barbaramente e, por fim, morto de forma cruel. Além disso, eles sabiam que as autoridades judaicas poderiam fazer o mesmo com os seguidores de Jesus de Nazaré.
Além do medo, os discípulos estavam tomados pela desilusão e sentimento de frustração. No caso dos apóstolos, eles abandonaram a vida profissional e seguiram a Jesus por aproximadamente três anos. Conforme podemos notar nas palavras dos discípulos no caminho de Emaús, eles tinham a expectativa de que Jesus os libertaria do domínio romano (Lc 24.13-35). Entretanto, viram Ele ser dominado e morto pelos judeus como um criminoso da pior espécie.
A aparição de Jesus ressurreto veio para suplantar todo este sentimento de derrota, medo e frustração. Ao verem o Mestre, em um corpo glorificado, adentrando ao local com portas trancadas, depois de ter sido morto, os discípulos comprovaram que a morte não pôde detê-lo. As palavras do Mestre de que ressuscitaria ao terceiro dia se cumpriram e eles se encheram de esperança.
2. A tristeza deu lugar à alegria. Além do medo e frustração, os discípulos estavam cheios de tristeza, por tudo o que viram Jesus passar nos últimos dias. O próprio Jesus havia confessado a eles, pouco antes de morrer, que “a sua alma estava profundamente triste, até à morte.” (Mt 26.38). O clima entre os discípulos era o mesmo de uma família, nos dias subsequentes ao sepultamento de um dos seus membros, que fora assassinado. Todos ficam inconsoláveis e desorientados em uma situação dessa. Qualquer lembrança do falecido é motivo para chorar.
As mulheres já haviam lhes dito que o Mestre havia ressuscitado. Mas eles não acreditaram, pois não havia ainda uma prova real da ressurreição. Agora, o Mestre entra na casa e, com sua voz meiga que eles conheciam muito bem, disse: Paz seja convosco! Imagine a alegria indizível que eles sentiram naquele momento! Esta não é a alegria deste mundo, proporcionada por momentos bons, que são temporários.
A alegria que vem do Senhor é a nossa força (Ne 8.10); é uma das virtudes do Fruto do Espírito Santo (Gl 5.22) e não está relacionada às circunstâncias. A certeza de que Jesus ressuscitou e está vivo por toda a eternidade, nos enche desta alegria que o mundo não pode oferecer.
3. Esperança e Alegria. Aqui, o comentarista complementa o assunto, falando sobre as virtudes da esperança e da alegria, que são virtudes muito importantes e devem fazer parte do cotidiano do cristão. A esperança é uma das chamadas virtudes teologais, ou seja, que provém de Deus, junto com amor e a fé. Só é possível ter esperança verdadeira, se andarmos com Deus, pois fora dele não há esperança. A esperança do cristão não está relacionada a esta vida.
A alegria do cristão, por sua vez, faz parte do Fruto do Espírito Santo. Sendo assim, não está atrelada à ausência de tribulações e momentos de tristeza. A nossa alegria está no Senhor, independente da situação que atravessamos. Escrevendo aos Filipenses, o apóstolo Paulo disse: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos”. (Fp 4.4). O próprio Paulo, demonstrava esta alegria que ele tinha no Senhor, mesmo em situações de intenso sofrimento que ele passou. Em Filipos, junto com Silas, depois de terem sido açoitados com varas e presos injustamente, eles oraram e cantaram louvores a Deus.
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