30 abril 2025

JESUS, A VERDADE EM JERUSALÉM

(Comentário do 1º tópico da Lição 05: A Verdade que liberta) 

Ev. WELIANO PIRES 

No primeiro tópico, falaremos do tema: Jesus, a verdade em Jerusalém. Inicialmente, o comentarista apresenta-nos o contexto da ida de Jesus da ida de Jesus da Judéia para a Galiléia. Na sequência, falaremos do discurso de Jesus na festa dos tabernáculos. Por último, veremos que Jesus nos convoca não apenas para conhecer a verdade, mas a viver na verdade. 

1. Da Galileia para Jerusalém.  João iniciou o capítulo 7 dizendo que Jesus estava na Galiléia e não queria ir à Judéia, pois os judeus procuravam matá-lo. Desde a cura do paralítico de Betesda, os líderes religiosos de Jerusalém perseguiam a Jesus e procuravam matá-lo, porque Ele curava as pessoas nos sábados e em seus discursos, dizia que Deus era o seu Pai, fazendo-se igual a Deus (Jo 5.16-18). Apesar de várias tentativas de tentar capturar Jesus para o condenarem à morte, os judeus não conseguiram o seu intento, pois ainda não havia chegado o momento. Jesus disse que ninguém tiraria a sua vida, mas Ele, voluntariamente, a entregaria (Jo 10.18). Portanto, não estava com os judeus o poder de decidir o momento de matar Jesus. 
Com a proximidade da festa dos Tabernáculos em Jerusalém, sabendo que haveria uma multidão de judeus naturais e prosélitos em Jerusalém, os irmãos de Jesus sugeriram que ele fosse a esta festa, a fim de que os seus milagres fossem vistos por mais pessoas (Jo 7.3,4). João destaca que os próprios irmãos não criam nele. Estes irmãos de Jesus eram os filhos de Maria e José. Durante o ministério terreno de Jesus, eles não creram que Ele era o Filho de Deus. Certamente imaginavam que Ele era apenas um profeta que realizava milagres como Moisés, Elias e Eliseu. Estavam interessados em tornar Jesus famoso. Após a ressurreição de Jesus, pelo menos dois deles, Tiago e Judas, se converteram e se tornaram obreiros e escreveram as Epístolas de Tiago e Judas. 
A Igreja Católica para justificar o dogma da virgindade perpétua de Maria, ensina que ela não teve outros filhos além de Jesus. Mas, o Novo Testamento menciona os irmãos de Jesus em vários textos, inclusive citando os seus nomes: “Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe veio, pois, tudo isso?”.  Este texto deixa claro que Jesus tinha pelo menos quatro irmãos e, no mínimo, duas irmãs. Isso não diminui Maria em nada, pois ter filhos no casamento não é pecado. 

2. A verdade na Festa dos Tabernáculos. A Festa dos Tabernáculos era uma das três principais festas de Israel, junto com a Páscoa e o Pentecostes. Todos os judeus deveriam ir a Jerusalém todos os anos para celebrar estas três festas. A celebração da Festa dos Tabernáculos, também chamada de cabanas (heb. Sukkõt) durava sete dias. Os judeus se dirigiam a Jerusalém e construíam tendas, cobertas de ramos, em memória dos quarenta anos que peregrinaram no deserto, habitando em tendas, sendo guiados por Deus e sustentados pela provisão divina. 
Os irmãos de Jesus e os  parentes dele foram à festa, imaginando que Ele não iria. Em Jerusalém, os judeus procuravam Jesus por toda parte, uns querendo ver os seus milagres e outros procurando matá-lo. Jesus foi à festa secretamente, para evitar o assédio da multidão. Havia discussões por toda parte sobre a sua pessoa e o que Ele fazia. Discretamente, Jesus entrou no templo e começou a ensinar. Os mestres da Lei se admiravam do seu ensino e disseram: “Como sabe este letras, não as tendo aprendido?”. (Jo 7.15). 
De fato, Jesus não havia frequentado as escolas dos rabinos, mas, sendo Deus, Ele conhece todas as coisas e confrontava os rabinos com a própria Lei Mosaica. Alguns o viam como um profeta enviado por Deus, que realizava milagres. Outros o viam, simplesmente como um dos rabinos que conhecia a Lei e a ensinava com autoridade superior à dos escribas, cuja vida era incompatível com os seus ensinos. Mas os mestres da Lei, movidos por inveja e interesses escusos, sentiam-se ameaçados com os ensinos de Jesus e buscavam ocasião para o condenarem à morte, dando a impressão de legalidade.  
Jesus não apenas pregou a Verdade, mas Ele era a própria Verdade personificada, conforme Ele mesmo declarou posteriormente: “... [Eu sou] a Verdade…” (Jo 14.6). No Apocalipse, na carta ao pastor da Igreja em Laodicéia, Ele se identificou, dizendo: “...Isto diz o Amém [a Verdade], a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”. Portanto, Jesus é a própria Verdade, tudo o que vem dele é verdadeiro e fora dele não há verdade. 

3. Vivendo na verdade. Jesus não era um mero operador de milagres, embora tenha feito muitos milagres e continua fazendo. Ele não era simplesmente um mestre da Lei, embora tenha ensinado a verdade às multidões. Também não era apenas um ser humano de conduta ilibada, cujo exemplo deve ser seguido. De fato, Ele viveu neste mundo e nunca pecou. Ensinou muitas coisas boas, principalmente com o seu exemplo de vida e fez muitos milagres. 
Entretanto, Jesus é muito mais do que isso. Ele é o Filho Unigênito de Deus, que sendo Deus, tornou-se homem e pagou o preço da nossa redenção, para nos reconciliar com Deus. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Esta é a Verdade que Jesus proclamou na Festa dos Tabernáculos, dizendo: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba!” (Jo 7.37). 
Somos convocados por Ele não apenas para conhecer esta verdade intelectualmente, mas para  vivê-la na prática, por experiência própria, através do Novo Nascimento, conforme vimos na lição 2. Não basta saber quem Jesus é e o que Ele pode fazer. É preciso crer nele, reconhecendo-o como Senhor e Salvador. A partir daí, o Espírito Santo passa a morar em nosso interior, produzindo uma profunda transformação em nosso caráter. Foi isso que Jesus falou através da simbologia do rio de água viva, fluindo do nosso interior (Jo 7.38,39).

REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 101, p.38
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, p.528, 545.
Comentário Bíblico Beacon. Volume 7. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2006, p.86.

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