02 maio 2025

JESUS, A VERDADE DIANTE DOS ESCRIBAS E FARISEUS

(Comentário do 2º tópico da Lição 5: A Verdade que liberta).

Ev. WELIANO PIRES

No segundo tópico, falaremos de Jesus como a Verdade diante dos escribas e fariseus. Falaremos da Verdade no episódio envolvendo a mulher adúltera, que os inimigos de Jesus trouxeram perante Ele para tentar apanhá-lo em alguma falha. Na sequência, falaremos da Verdade revelada, que foi resistida pelos mestres da Lei, mas ninguém pode obstruí-la. Por último, falaremos da Verdade que o mundo precisa conhecer e a procura em outros lugares, mas Jesus é a única Verdade. 


1. A verdade no episódio da mulher adúltera. O capítulo 7 termina com uma discussão entre os sacerdotes e fariseus a respeito de Jesus. Eles haviam mandado os seus servidores prenderem a Jesus, porém eles ficaram encantados com a mensagem pregada por Ele e não o prenderam. Quando retornaram, as autoridades religiosas perguntaram por que não haviam cumprido a ordem de prender a Jesus. A resposta deles foi: “Nunca homem algum falou assim como este homem”. (Jo 7.46). A partir daí, iniciou-se uma discussão, na qual Nicodemos defendeu Jesus e foi censurado por seus pares. Diante desse impasse, cada um foi para a sua casa. 

Neste intervalo, em que os religiosos discutiam a respeito de Jesus, ele foi para o Monte das Oliveiras, onde passou a noite. Na manhã seguinte, o Mestre voltou ao templo, uma multidão se aproximou dele e Ele voltou a ensiná-los. Os fariseus, trouxeram uma mulher que fora flagrada em adultério e colocam-na diante da multidão. O objetivo deles era apanhar Jesus em alguma contradição, ou má interpretação da Lei, para acusá-lo de violar a Lei. Para isso, colocaram diante de Jesus o seguinte dilema: “Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. Na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?” (João 8.4,5).

Aqueles homens eram inescrupulosos e não estavam interessados em saber da aplicação da Lei. O que eles queriam era apenas acusar Jesus. O julgamento deles era parcial e injusto e não subsistiria ao crivo da verdade. A lei, de fato, prescrevia que a mulher adúltera fosse apedrejada, mas, não apenas ela, pois ninguém adultera sozinho. A lei ordenava que o homem também fosse apedrejado: “O homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera”. (Lv 20.10). 

Conhecendo a intenção maliciosa do coração deles, Jesus deu-lhes uma resposta que confrontou a própria consciência deles: “Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.” (Jo 8.7). Tendo dito isso, Jesus inclinou-se e escrevia na terra. Acusados pela própria consciência, aqueles homens começaram a se retirar um a um, começando pelos mais velhos, ficando apenas Jesus e a mulher. Jesus não a condenou, mas perdoou-a e disse: “Vai-te e não peques mais”. Muitas pessoas confundem esta atitude de Jesus com transigência com o pecado> Entretanto, Ele perdoou o pecado cometido, mas alertou-a para que não continuasse na prática do pecado. 


2. Jesus, a Verdade revelada. Todo ser humano que tem um encontro com Jesus, tem a sua consciência confrontada pela verdade. Se reconhecer os próprios pecados e crer em Jesus, encontrará a libertação dos pecados. Nenhum ser humano tem condições de libertar-se dos seus pecados por seus próprios méritos. Somente a verdade, que é Jesus, pode proporcionar esta libertação. É necessário, porém que haja este confronto com a verdade. Esta é a verdade revelada em Jesus. Um evangelho adocicado, que não confronta o pecado, não é o Evangelho de Cristo.

O Evangelho segundo João revela Jesus como a Verdade personificada (Jo 14.6). Ele não é uma das verdades ou um dos caminhos que conduzem a Deus, como muitos apregoam na atualidade. Jesus é o único mediador entre Deus e a humanidade (1Tm 2.5) e o único que pode salvar do pecado e nos conduz ao Pai (Jo 14.6; At 4.12). As pessoas aceitando ou não, Jesus continua sendo a Verdade. 

Alguns tentam reduzir Jesus a um mero sábio ou igualá-lo a filósofos, líderes religiosos, pacifistas, humanistas, etc.. Entretanto, não existe ninguém que seja igual a Jesus. Ele é o Filho de Deus, Fiel e Verdadeiro, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim. No próximo tópico, voltaremos ao tema da verdade, trazendo o conceito de verdade mencionada no Evangelho segundo João. 


3. A Verdade que o mundo precisa conhecer. Muitos batem em outras portas, em busca da verdade. Alguns pensam que a verdade está em um conjunto de princípios éticos que possam nortear a sua vida. Por isso, mergulham em reflexões intermináveis a respeito do sentido da vida. Os gregos usavam a palavra Aletheia, formada pelo prefixo de negação “a” (não) e “Lethes” (esquecimento), para se referir à verdade. Para os gregos, Aletheia é aquilo que é revelado, verdadeiro, sincero e real, em contraste com o que é oculto, falso e enganoso. 

Outros buscam a verdade na ciência, através das suas descobertas, como se aquilo fosse a última palavra em tudo. Mas a ciência não tem respostas para tudo. A ciência busca compreender o universo, mediante observações e experimentos, mas os cientistas são seres humanos limitados e falhos, que não podem oferecer respostas e soluções para todos os questionamentos humanos. Há muitos mistérios insondáveis na criação de Deus. Quando se trata das coisas espirituais, a ciência não tem condições de analisá-las, pois elas se discernem espiritualmente (1 Co 2.14,15). 

Há ainda os que buscam a verdade por meio do esoterismo, que é um conjunto de mistérios sobrenaturais, tradições religiosas e filosóficas, que somente algumas pessoas supostamente iluminadas possuem. O esoterismo está presente em várias religiões como o Budismo, Hinduísmo, Espiritismo, Astrologia, etc. Mas, tudo isso são sutilezas e vãs filosofias, como disse o apóstolo Paulo: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.” (Cl 2.8). Nada tem de verdade nessas coisas. 

Jesus Cristo, o Filho de Deus, é a Verdade que o mundo precisa conhecer. Esta Verdade confronta a natureza pecaminosa do ser humano e é a única que é capaz de libertar da escravidão do pecado, como veremos no próximo tópico. Nós fomos libertos do pecado por esta verdade e comissionados por Jesus, para proclamar esta verdade a toda criatura. 


REFERÊNCIAS:
CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 101, p.38
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, p.528, 545.
Comentário Bíblico Beacon. Volume 7. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2006, p.86.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

HUMILDADE X OSTENTAÇÃO

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: Uma lição de humildade). Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, faremos um contraste entre humildade e ...