11 fevereiro 2025

O ENSINO BÍBLICO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS

(Comentário do 1º tópico da Lição 07: As naturezas humana e divina de Jesus) 

Ev. WELIANO PIRES 

No primeiro tópico, veremos o ensino bíblico a respeito da dupla natureza de Jesus. Veremos o significado da expressão “da descendência de Davi segundo a carne”, usada pelo apóstolo Paulo em Romanos 1.3. Na sequência falaremos da expressão “declarado Filho de Deus em poder”, usada também por Paulo em Romanos 1.4. Por último, falaremos da mensagem do antigo hino Cristológico que está em Filipenses 2.5-11. 

1. “Descendência de Davi segundo a carne” (Rm 1.3). Na lição 03, falamos sobre a encarnação do Verbo, que é Jesus Cristo. Apresentamos nessa ocasião, ampla fundamentação bíblica de que Ele se tornou homem e os seus discípulos, que conviveram com Ele por três anos, testemunharam a sua humanidade. João escreveu: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1.14). 

Depois, em sua primeira Epístola, ele disse: “...o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida”. De forma redundante, para que não ficasse nenhuma dúvida sobre a humanidade de Jesus, João afirmou: “vimos com os nossos olhos”, “temos contemplado” e “as nossas mãos o tocaram”. 

Neste subtópico, o comentarista nos apresenta uma declaração do apóstolo Paulo aos Romanos, que apresenta a ancestralidade humana de Jesus: “Acerca de Seu Filho, que nasceu da descendência de Davi, segundo a carne”. (Rm 1.3). Isto nos prova que Jesus veio de uma descendência humana comum, que era conhecida em Israel. Ele era descendente de Davi e de Abraão. Mateus e Lucas mencionam a sua genealogia, sendo que Mateus descreve os seus ancestrais a partir de Abraão, até José, o seu pai adotivo (Mt 1.1-16). Lucas, por sua vez, traz os nomes dos ancestrais de Jesus, desde Maria até Adão (Lc 3.23-38).

Apesar da ancestralidade humana de Jesus, Ele não foi concebido de forma natural, como diziam os monarquianistas dinâmicos e os docetas. Jesus foi concebido pelo Espírito Santo, no ventre de uma virgem, sem nenhuma conjunção carnal (Is 7.14; MT 1.18-21; Lc 1.35). Aqui está, portanto, as duas naturezas de Jesus: uma humana, advinda dos seus ancestrais humanos; e outra divina, pois Ele é pré-existente e é Deus eternamente. 

2. “Declarado Filho de Deus em poder” (v.4). Na sequência do texto aos Romanos, após mencionar a ancestralidade humana de Jesus, o apóstolo Paulo declara também sua natureza divina dizendo: “Declarado Filho de Deus em Poder, segundo o Espírito de santificação…” Conforme vimos na lição passada, a expressão “Filho de Deus”, aplicada a Jesus, indica a sua divindade e igualdade de natureza e essência com o Pai. 

Em outros textos também, Paulo afirma claramente a divindade de Jesus, como por exemplo, em Romanos 9.5: “Dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” (Rm 9.5). Escrevendo a Tito, o mesmo apóstolo disse: “E a manifestação do nosso Grande Deus e Salvador Jesus Cristo”. (Tt 2.13). Então, o mesmo Jesus, do qual foi dito que é da descendência de Davi e, portanto, humano, é também chamado de Filho de Deus, Grande Deus e Salvador, o que indica a sua divindade e igualdade com o Pai e o Espírito Santo. 

3. O antigo hino cristológico (Fp 2.5,6). Neste terceiro subtópico, o comentarista fala da segunda parte do texto da leitura bíblica em classe, que é um antigo hino cristológico, que está registrado na Epístola aos Filipenses 2.5-11. Alguns estudiosos dizem que este hino era cantado pelos cristãos, que é anterior à Epístola aos Filipenses e foi incluído aqui pelo apóstolo Paulo. Não sabemos se isso procede, mas não muda em nada o valor da mensagem expressa nele. 

O apóstolo se refere ao Senhor Jesus na eternidade passada antes da sua encarnação e menciona também a sua condição humana: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.” Paulo recomenda aos filipenses a terem o mesmo sentimento que houve em Jesus que “sendo em forma (Gr. morphē) de Deus”, não considerou isso como motivo de usurpação, mas a Si mesmo se humilhou. 

Conforme explicou o comentarista, a expressão “sendo em forma de Deus” indica que Ele tem a mesma essência imutável de Deus. A Nova Versão NVI traduziu esta frase por: “embora sendo Deus”. Jesus venceu como homem, mas Ele nunca perdeu os seus atributos, como alguns hereges defendem. 

Quando o texto diz que Ele “aniquilou-se a si mesmo” ou “esvaziou-se”, evidentemente, não foi da sua divindade. Significa que Ele limitou o próprio poder e não usou os seus atributos divinos em seu próprio benefício. Ele jamais poderia deixar de ser Deus, pois Deus é imutável em sua essência e caráter. Portanto, se Jesus pudesse deixar de ser Deus é porque nunca teria sido Deus. Falaremos mais sobre isso no terceiro tópico.

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