20 setembro 2024

O GRANDE LIVRAMENTO

(Comentário do 3° tópico da lição 12: O banquete de Ester – Denúncia e livramento) 

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos do grande livramento concedido ao povo judeu. Ao perceberem que a sentença de Hamã seria decretada, um dos servos rei contou-lhe que Hamã havia feito uma forca, para enforcar Mardoqueu. Ao saber disso, imediatamente, o rei ordenou que Hamã fosse enforcado nela. Esta revelação dos servos do rei sobre a forca que Hamã fizera, justamente em um momento crítico, sugere que ele não era tão querido no palácio e era reverenciado apenas por imposição. 


1- A história da forca chegou ao palácio. Conforme falamos no tópico anterior, o rei ficou furioso com Hamã, após a denúncia de Ester e, mais ainda, quando o viu prostrado sobre a cama da rainha, pois interpretou que ele estaria querendo abusar dela. Naqueles tempos sombrios, um rei furioso com um dos seus subordinados era praticamente uma sentença de morte. “Como o rugido do leão é o terror do rei; o que o provoca à ira peca contra a sua própria alma.” (Pv 20.2). Os servos do rei logo concluíram que a sentença de morte de Hamã era certa e cobriram-lhe o rosto, como sinal de que o rei não queria vê-lo mais em sua frente. 

A esta altura dos acontecimentos, no palácio todos já sabiam da forca que Hamã havia mandado preparar para Mardoqueu, menos o rei e a rainha. Era algo que Hamã havia tramado em sua casa com Zeres, sua mulher e os seus amigos. Ele havia ido ao palácio pedir autorização ao rei para enforcar Mardoqueu. Porém, a notícia se espalhou e chegou ao palácio. Devido à altura da forca, todos podiam vê-la de longe. Não adianta tramar nada contra os servos de Deus às escondidas, pois mais cedo ou mais tarde virá a público, como disse Jesus: “Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido.” (Lc 12.2)

Para complicar mais ainda a situação de Hamã, um dos eunucos chamado Harbona, toca no assunto da forca no calor das emoções e menciona até as medidas da forca: cinquenta côvados de altura, aproximadamente 22,5 metros, considerando a média de um côvado, que era 45 centímetros. Um côvado é a medida do cotovelo de um homem até a ponta do dedo médio. Mas nem todos os braços masculinos são do mesmo tamanho. Logo, não é uma medida exata.  


2- Os ventos mudaram. Hamã era o homem mais importante do Império até aquele momento. Somente o rei estava acima dele e tinha total confiança nele, dando-lhe, inclusive, carta branca para executar impiedosamente os seus desafetos, sem ao menos questionar os motivos. Ele era reverenciado por todos por onde passava, com exceção de Mardoqueu. Esta inclinação perante ele, no entanto, não era voluntária ou por amor. Era algo forçado e todos o faziam por medo. Esta é uma das grandes diferenças entre chefe e líder. Um chefe é temido e bajulado na presença dele. O líder é influenciador e convence outros a seguirem as suas orientações. 

Quando Hamã perdeu todo o seu prestígio diante do rei, não apareceu ninguém para defendê-lo e se lamentar por ele. Ao contrário, é possível que muitos tenham até comemorado. Em ambientes de poder, os ventos mudam facilmente e quem estar por cima pode cair. Quando isso acontece, muitos dos que estavam ao lado dos poderosos por conveniência, mudam de lado rapidamente e sem nenhum constrangimento. Segundo o comentarista, é possível que Harbona até tenha feito parte da equipe que denunciou Mardoqueu a Hamã. Mas, a menção dele à forca que Hamã havia feito, naquele momento crítico, foi a mesma coisa de sugerir que o rei o enforcasse. Como diz o ditado popular, “em casa de enforcados, não se deve falar em cordas”.

Com a execução de Hamã, veio o livramento de Deus para o seu povo, como veremos na próxima lição. O povo judeu agora estava livre do seu pior inimigo, que havia planejado o extermínio de todos eles em um único dia. A sentença de morte estava decretada, mas Deus mudou o quadro e o seu povo, finalmente, iria vencer os seus inimigos, como veremos na próxima lição. Quando tudo parecer perdido, a solução para o povo de Deus é confiar nele e buscá-lo em oração e jejum, como fizeram Mardoqueu e Ester. 


REFERÊNCIAS: 


QUEIROZ, Silas. O Deus que governa o Mundo e cuida da Família: Os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 3º Trimestre de 2024. Nº 98, pág. 42.

Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. RIO DE JANEIRO, CPAD, VOL.2. p.554.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.694-95.


19 setembro 2024

A FÚRIA DO REI CONTRA A INJUSTIÇA

(COMENTÁRIO DO 2° TÓPICO DA LIÇÃO 12: O BANQUETE DE ESTER – DENÚNCIA E LIVRAMENTO). 


Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos da fúria do rei contra a injustiça. Ester denunciou todo o plano maligno para eliminar ela própria e o seu povo. O rei, então, quis saber quem teria feito tal coisa, sem saber que se tratava do povo judeu, pois até aquele momento, ninguém sabia que Ester era uma judia. Ester, então, revelou ao rei que era Hamã o protagonista deste plano. O rei ficou furioso e levantou-se imediatamente do banquete. Hamã lançou-se aos pés de Ester para pedir misericórdia e a sua situação se agravou, pois o rei interpretou que ele estaria tentando forçar a rainha. 


1- A revelação do plano. Até este momento, o rei não sabia qual era a petição de Ester e já havia lhe perguntado três vezes. Entretanto, ele sabia que algo muito sério estava acontecendo, porque ela foi à entrada do palácio, correndo risco de morte, pois não tinha autorização para se apresentar perante o rei. Quando o rei lhe estendeu o cetro de ouro, garantindo-lhe que ela poderia falar, e lhe perguntou qual era a sua petição, ela apenas convidou o rei e Hamã para o primeiro banquete. 


Neste banquete, de novo o rei perguntou qual era a sua petição, garantindo que ela seria atendida, com a frase “até metade do reino se te dará”. Ester, por sua vez, não fez o pedido ainda, mas convidou o rei e Hamã para outro banquete que é o do vinho. No intervalo entre estes dois banquetes aconteceu o que vimos na lição passada: a exaltação de Mardoqueu e a humilhação de Hamã. 


Finalmente, chegou a hora de Ester revelar todo o plano de extermínio dos judeus ao rei. Certamente, o rei sabia deste decreto, pois ele havia autorizado Hamã a fazer isso, enviando cópias a todas as províncias em nome do rei. O que o rei não sabia é que aquele povo era o povo da rainha Ester. Ela foi conduzindo a conversa com prudência e sem citar os nomes, com o objetivo de fazer o rei entender que era um absurdo exterminar toda uma etnia do Império, sem terem cometido crime algum contra o rei. Pior ainda, este povo era a família da rainha, que o rei não conhecia.


Antes de falar que se tratava do povo judeu e sem mencionar Hamã, Ester falou que ela e o seu povo estavam condenados à morte, sem terem cometido crime algum contra o rei. Não havia nenhum caso de rebelião desse povo contra o Império Persa. Mesmo assim, foi autorizado um genocídio contra eles. Em seguida, Ester falou humildemente ao rei, que se tivessem sido vendidos como escravos, ela não iria incomodar o rei, por causa disso. A escravidão, embora seja algo desumano, era comum naquela época. 


2- Quem fez isso? Ao ouvir este relato de Ester, e sem saber de qual povo se tratava, o rei ficou surpreso que aquele absurdo estivesse acontecendo em seu reino e perguntou quem teria feito uma coisa dessa contra o povo da rainha. Como disse o comentarista, parece estranho o rei não saber do teor do decreto assinado por ele, autorizando o extermínio de todo o povo judeu, sem ao menos querer saber o motivo. O que fica evidente, é que ele se surpreendeu com o fato de ser o povo da rainha, a quem ele amava. 


É perfeitamente possível que o rei não soubesse os detalhes de tudo o que acontecia no Império, até porque ele era muito grande e, por isso, era dividido entre várias províncias, chamadas de satrapias,  que tinham os seus sátrapas ou governadores. Entretanto, este decreto contra os judeus foi assinado no Palácio de Susã pelo próprio Assuero, seguindo cegamente a sugestão de Hamã, sem ao menos questionar, por que decretar a morte de um povo, e quais os crimes que teriam cometido para serem exterminados daquela forma. 


Aqui, o comentarista nos alerta para o risco de conceder poderes ilimitados a uma pessoa e confiar demais. Por mais que confiemos em um subordinado, jamais devemos dar carta branca para fazer tudo o que quiser. Muitos governantes enfrentam terríveis problemas, por confiarem demais em ministros, secretários e assessores, que fazem coisas erradas, sem o chefe do governo saber. Quando descobrem, se dizem surpresos, pois não sabiam de nada. Entretanto, um governante responde por todos os seus subordinados e tem a obrigação de saber o que acontece em sua gestão. Para isso, deve nomear pessoas competentes, limitar os seus poderes e exigir prestação de contas. 


Isso vale também para a liderança da Igreja. Os pastores presidentes e pastores setoriais devem ficar atentos ao que os seus subordinados fazem na sua ausência. Não podem dar carta branca para eles fazerem o que quiserem. Claro que cada um é responsável por seus atos e quando delegamos responsabilidades, as pessoas respondem pelos seus atos. Mas, a liderança de um campo ou setor precisa ficar atenta às ações dos seus liderados e investigar toda e qualquer denúncia ou crítica contra eles, principalmente se estas denúncias partirem de pessoas idôneas. Não se deve confundir, no entanto, denúncias e críticas de pessoas idôneas, que querem preservar a Igreja, com fofocas e rebeldia de pessoas invejosas e insubordinadas, que querem destruir reputações e puxar tapetes dos outros. 


De igual modo, os pais devem estar atentos ao comportamento dos seus filhos, principalmente em sua ausência. Muitos filhos aprontam na ausência dos pais e, quando alguém reclama com os pais, eles simplesmente dizem que “confiam em seus filhos” e que eles “jamais fariam aquilo”. Ora, não podemos confiar cegamente em ninguém. Muitos pais confiaram demais em seus filhos adolescentes e, quando se deram conta, eles estavam envolvidos nas drogas e na criminalidade, e os pais só ficaram sabendo depois que eles foram presos ou assassinados. Tem umas mães que até discutem com os policiais, jurando que os seus filhos não cometeram crimes, sendo que a polícia os prendeu em flagrante. 


3- A terrível reação do rei. Depois de denunciar o plano assassino contra ela e o seu povo, diante da pergunta do rei, indagando quem seria a pessoa que estava atentando contra a rainha e o seu povo, Ester corajosamente denunciou Hamã ao rei, na frente dele: O homem, o opressor e o inimigo é este mau Hamã” (Et 7.6). Esta coragem e determinação vieram de Deus, pois ela havia se dedicado à oração e ao jejum, antes de falar com o rei e com Hamã. Em todo o tempo ela agiu em sintonia com Deus, confiando em sua providência e esperou o momento oportuno para fazer a sua denúncia. 


Ao ouvir a denúncia contra Hamã, o rei se enfureceu, saiu imediatamente da sala e foi ao jardim do palácio, provavelmente para pensar no que faria a Hamã. Toda a confiança incondicional que o rei tinha nele se transformou em decepção, pois ele percebeu que Hamã agiu com astúcia e oportunismo para induzi-lo a cometer um ato monstruoso daquele. Claro que o rei deveria ter investigado melhor a situação, antes de assinar um decreto desta magnitude. Mas o excesso de confiança o levou a agir sem pensar nas consequências. 


Diante da saída do rei, Hamã percebeu que a sua sentença seria decretada ali mesmo. No desespero para salvar a própria vida, Hamã prostrou-se na cama da rainha Ester, a fim de implorar pela própria vida, mas a situação piorou, pois o rei voltou ao local e, ao ver Hamã caído sobre a cama da rainha, entendeu que ele estava querendo forçar a rainha em sua própria casa, na frente do rei (Et 7.8). Ouvindo as declarações do rei contra Hamã, os oficiais do palácio cobriram o rosto de Hamã. Esta prática demonstrava que o rei não queria mais olhar para o rosto do indivíduo e ele seria executado. Era o fim da linha para a soberba, ódio e maldade de Hamã. 


REFERÊNCIAS: 


QUEIROZ, Silas. O Deus que governa o Mundo e cuida da Família: Os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 3º Trimestre de 2024. Nº 98, pág. 42.

Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. RIO DE JANEIRO, CPAD, VOL.2. p.554.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.694-95.

18 setembro 2024

O BANQUETE E A DENÚNCIA

(COMENTÁRIO DO 1° TÓPICO DA LIÇÃO 12: O BANQUETE DE ESTER – DENÚNCIA E LIVRAMENTO) 

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos do banquete de Ester e da denúncia que ela fez ao rei. Inicialmente, falaremos da instabilidade de Hamã, após a exaltação de Mardoqueu, o seu maior inimigo. Na sequência, falaremos sobre o “banquete do vinho”, como é chamado este segundo banquete de Ester. Aqui, o comentarista abre um parêntese para falar dos terríveis males que o vinho causa na vida das pessoas que fazem uso dele. Por último, falaremos da pergunta do rei a Ester, pela segunda vez, sobre qual seria a sua petição. 


1- A instabilidade de Hamã. Se um astrólogo fosse analisar o dia deste banquete para Hamã, diria que o seu mapa astral não estava nada bom naquele dia. Um supersticioso diria que Hamã teria levantado com o pé esquerdo, ou que estaria em um dia de azar. Mesmo que estas explicações sejam bizarras e sem fundamento, o fato é que aquele foi um péssimo dia para Hamã. Ele saiu de casa e deixou uma forca preparada para enforcar o seu pior inimigo. Faltava apenas a autorização do rei. Entretanto, como vimos na lição passada, a situação se inverteu no palácio e ele teve que sair pelas ruas de Susã, puxando o cavalo do rei com Mardoqueu, que era o seu pior inimigo, vestindo as vestes reais e usando a coroa do rei. Para piorar, Hamã ainda teve que repetir a frase: “Assim se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada”. 


Toda a euforia de Hamã por ter sido o único, além do rei, a ser convidado para este banquete, se perdeu. Depois de tudo o que lhe  aconteceu neste dia, ele não tinha mais nenhuma motivação para estar neste banquete. Até a sua esposa e amigos já haviam percebido que ele já começara a cair perante Mardoqueu. Por causa disso, ele demorou a comparecer ao banquete e foi preciso os funcionários do palácio o apressarem, para que fosse ao banquete da rainha. Hamã foi a este banquete, praticamente conduzido pelos oficiais do rei.


Toda esta instabilidade foi construída por ele mesmo, devido à sua soberba e presunção. Hamã saiu de uma posição inferior e foi promovido ao cargo mais importante do Império Persa, ficando subordinado apenas ao rei, que tinha plena confiança nele. Poderia ter usado esta posição privilegiada para fazer coisas boas e criar amizades. Mas ele estava mais preocupado em ser reverenciado e adulado. Por causa de um judeu que não se curvava diante dele, tomado de um ódio de várias gerações, Hamã induziu o rei Assuero a autorizar um genocídio contra o povo judeu, sem nenhuma causa. 


Mesmo após ter sido obrigado a honrar Mardoqueu publicamente e ver que aquele era um homem que salvou a vida do rei, Hamã continuou com o seu ódio mortal. Poderia ter se humilhado, pedido perdão a Mardoqueu e ter falado com o rei para revogar aquele decreto contra os judeus. Se ele tivesse feito isso, a rainha Ester poderia não denunciá-lo e apenas interceder pela vida dos judeus. Precisamos ter cuidado ao exercer um cargo elevado, para não dar lugar ao orgulho e pisar nas pessoas que estão por baixo, pois colhemos aquilo que plantamos (Gl 6.7). 


2- O banquete do vinho. O Livro de Ester pode ser considerado “o livro dos banquetes”, devido à quantidade de banquetes que o Livro menciona. Logo no primeiro capítulo, vemos três banquetes. O primeiro deles foi oferecido por Assuero a todas as autoridades do império e durou cento e oitenta dias (Et 1.3,4). O segundo banquete foi oferecido também por Assuero a todo o povo e durou sete dias (Et 1.5) O terceiro banquete foi oferecido pela rainha Vasti exclusivamente para as mulheres (Et 1.9). No capítulo 2, temos o quarto banquete, que foi oferecido por Assuero, na coroação de Ester (Et 2.18). O quinto banquete foi oferecido por Ester ao rei e a Hamã (Et 5.5). O sexto banquete, também conhecido como “Banquete do vinho”, foi o segundo banquete oferecido por Ester ao rei Assuero e a Hamã. O sétimo banquete foi realizado pelos judeus após a sua vitória sobre os seus inimigos (Et 8.17).


Em todos estes banquetes havia muito vinho, pois isso fazia parte da cultura persa e era comum as festas serem regadas a muito vinho, entre os povos pagãos do Oriente. É importante mencionar que o vinho daqueles tempos não era alcoólico como os de hoje. Era um suco de uva puro, que era consumido como os refrigerantes nos dias atuais. Por ser um suco de uva puro, evidentemente, se consumido em excesso a pessoa se embriagaria. Entretanto, para alguém ficar embriagado teria que beber o dia inteiro. 


O comentarista abriu um parêntese neste subtópico, para fazer um alerta sobre os males do consumo de bebidas alcoólicas. Mesmo no contexto do  Antigo Testamento, quando o consumo de vinho era cultural, a Bíblia relata dois episódios envolvendo homens tementes a Deus, que cometeram atos insanos sob o efeito do vinho. O primeiro deles foi Noé, que se embriagou e saiu pela casa totalmente despido na frente dos filhos (Gn 9.20-27). O segundo foi Ló, que sob o efeito do vinho, engravidou as duas filhas, sem saber quem era (Gn 19.31-38. Claro que isso foi planejado por elas, porque queriam ter filhos e não havia mais homens onde eles estavam, além do pai delas, depois da destruição de Sodoma e Gomorra. 


O vinho não era recomendado para autoridades, para não perderem a sensatez nos julgamentos. Em Provérbios 31.4,5, o rei Lemuel escreveu o conselho que recebera da sua mãe: “Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes o desejar bebida forte; Para que bebendo, se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos”. Os sacerdotes também não podiam beber vinho ou bebida forte. (Lv 10, 8-10; Is 28.7). O comentarista citou também o exemplo dos recabitas, que nos dias do profeta Jeremias foram convidados a beber vinho, mas eles disseram que não bebiam vinho, em obediência a Jonadabe, filho de Recabe, que o era o ancestral daquela tribo. Deus os citou como exemplo de obediência (Jr 35.6-19). O apóstolo Paulo colocou como requisito para o episcopado e diaconato, que os candidatos “não sejam dados ao vinho”. (1 Tm 3.3,8). 


O alcoolismo traz muitos prejuízos, não apenas financeiros e à saúde, mas também prejuízos morais, como insensatez, agressividade e descontrole. Muitas famílias já foram destruídas por causa de pais embriagados, que perdem os empregos, ou gastam tudo o que tem com bebidas. Mulheres já foram espancadas e mortas, por maridos embriagados. Acidentes terríveis já aconteceram por causa de motoristas irresponsáveis que insistem em dirigir embriagados. Felizmente foi aprovada a lei seca (Lei nº 11.705) que pune com prisão o motorista que for flagrado dirigindo embriagado. Acontecem também muitas brigas que terminam em tragédias, envolvendo pessoas embriagadas. Portanto, não convém ao cristão consumir bebidas alcoólicas, de forma alguma, pois a pessoa começa bebendo socialmente e acaba caído na sarjeta. 


3- “Qual é a tua petição?” O rei aguardava o pedido de Ester, desde o convite para o primeiro banquete, mas Ester vinha adiando a sua petição. Isso levou o rei a suspeitar de que havia algo grave acontecendo. Chegou o tão esperado momento de Ester abrir o seu coração para o rei e fazer a sua petição. Naquele momento, Hamã já estava instável, como vimos acima, e Mardoqueu já havia sido honrado pelo rei. Mesmo correndo risco de morte e sabendo da urgência da sua intervenção perante o rei, Ester esperou o momento adequado para falar. 


Diante de uma situação extremamente delicada e ao mesmo tempo urgente, Ester se mostrou uma mulher forte e equilibrada. Se ela se acovardasse, todo o povo judeu, inclusive ela, seriam mortos, impiedosamente. Por outro lado, se ela tivesse se precipitado, Hamã, com a sua astúcia, poderia ter convencido o rei de que ela era uma traidora por não ter revelado a sua identidade antes. Entretanto, agora com a honra de Mardoqueu e a instabilidade de Hamã, o rei certamente ficaria ao lado de Ester. A mulher virtuosa fala palavras de sabedoria, no momento adequado (Pv 32.26). A mulher tola, no entanto, perde as estribeiras, faz escândalos e piora a situação. 


REFERÊNCIAS: 


QUEIROZ, Silas. O Deus que governa o Mundo e cuida da Família: Os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 3º Trimestre de 2024. Nº 98, pág. 42.

Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. RIO DE JANEIRO, CPAD, VOL.2. p.554.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.694-95.

16 setembro 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: O BANQUETE DE ESTER – DENÚNCIA E LIVRAMENTO


Ev. WELIANO PIRES


REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA 


Na lição passada, falamos nesta lição sobre dois episódios muito importantes relatados no Livro de Ester: a humilhação de Hamã e a honra de Mardoqueu. Estes dois fatos não aconteceram por coincidência, mas por providência divina. 


TÓPICOS DA LIÇÃO 


No primeiro tópico,  falamos da lembrança do rei em relação ao ato de lealdade de Mardoqueu. Aquela noite foi uma noite decisiva, pois, dois destinos se preparavam para Mardoqueu: a honra ou a forca.  Estes fatos aconteceram cinco anos depois do ato heróico de Mardoqueu. Deus tirou o sono do rei e providenciou esta honra para Mardoqueu. 


No segundo tópico, vimos que Hamã foi chamado para exaltar Mardoqueu. Foi um ato de justiça, pois Mardoqueu não havia recebido nenhuma honra por ter salvado a vida do rei.  Em sua presunção e autoconfiança, Hamã imaginava que o rei não poderia se agradar de alguém mais do que dele. Falamos também do devido lugar da honra. Se o honrado for outra pessoa, devemos nos alegrar por isso. Se formos nós, devemos sempre manter a humildade. 


No terceiro tópico, falamos da síndrome do imperador. A soberba de Hamã evidencia que ele tinha a chamada “síndrome do imperador”, que é comum em muitas crianças e adolescentes dos nossos dias. Falamos também do mau prenúncio que veio a Hamã. Ele foi para casa arrasado e ouviu da esposa e dos amigos que aquilo era o prenúncio da sua iminente derrota humilhante. 


LIÇÃO 12: O BANQUETE DE ESTER – DENÚNCIA E LIVRAMENTO


INTRODUÇÃO


Nesta penúltima lição, veremos o desfecho final do plano elaborado por Ester para salvar o seu povo. No primeiro banquete, ela convidou apenas o rei e a Hamã. O rei abriu a oportunidade para que ela fizesse a sua petição e prometeu que a atenderia. Mas ela entendeu que ainda não era o momento e os convidou para um novo banquete. Neste novo banquete, a rainha Ester denunciou o plano maligno de Hamã contra o povo judeu, que era o seu povo e até aquele momento ninguém sabia. 


TÓPICOS DA LIÇÃO 


No primeiro tópico, falaremos do banquete de Ester e da denúncia que ela fez ao rei. Inicialmente, falaremos da instabilidade de Hamã, após a exaltação de Mardoqueu, o seu maior inimigo. Hamã foi a este banquete, praticamente conduzido pelos oficiais do rei. Na sequência, falaremos sobre o “banquete do vinho”, como é chamado este segundo banquete de Ester. Aqui, o comentarista abre um parêntese para falar dos terríveis males que o vinho causa na vida das pessoas que fazem uso dele. Por último, falaremos da pergunta do rei a Ester, pela segunda vez, sobre qual seria a sua petição. O aguardava o seu pedido, desde o primeiro banquete e isso levou o rei a suspeitar de que havia algo grave acontecendo. 


No segundo tópico, falaremos da fúria do rei contra a injustiça. Ester denunciou todo o plano maligno para eliminar ela própria e o seu povo. O rei, então, quis saber quem teria feito tal coisa, sem saber que se tratava do povo judeu, pois até aquele momento, ninguém sabia que Ester era uma judia. Ester, então, revelou ao rei que era Hamã o protagonista deste plano. O rei ficou furioso e levantou-se imediatamente do banquete. Hamã lançou-se aos pés de Ester para pedir misericórdia e a sua situação se agravou, pois o rei interpretou que ele estaria tentando forçar a rainha. 


No terceiro tópico, falaremos do grande livramento concedido ao povo judeu. Ao perceberem que a sentença de Hamã seria decretada, um dos servos rei contou-lhe que Hamã havia feito uma forca, para enforcar Mardoqueu. Ao saber disso, imediatamente, o rei ordenou que Hamã fosse enforcado nela. Esta revelação dos servos do rei sobre a forca que Hamã fizera, justamente em um momento crítico, sugere que ele não era tão querido no palácio e era reverenciado apenas por imposição. 


REFERÊNCIAS: 


QUEIROZ, Silas. O Deus que governa o Mundo e cuida da Família: Os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 3º Trimestre de 2024. Nº 98, pág. 42.

Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. RIO DE JANEIRO, CPAD, VOL.2. p.554.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.694-95.

15 setembro 2024

3⁰ Domingo de Setembro: Dia da Escola Dominical

Imagem: Editora Mundo Cristão

Na Inglaterra, numa média cidade
No período pós revolução industrial Crianças expostas à criminalidade Devido à ociosidade dominical.

Esta cidade era bastante procurada 
Devido as indústrias de tecelagem
Até às crianças eram empregadas

Aos domingos ficavam na vadiagem


Nas folgas, sem lazer ou ocupação

Ficavam nas ruas na criminalidade

Robert Raikes, jornalista cristão 

Resolveu mudar esta realidade 


Conhecia o sistema penitenciário

E pretendia os presos regenerar 

Raikes era um cristão visionário 

Uma boa ideia resolveu implantar.


Criou uma escola multidisciplinar

Funcionando em período integral 

Para a mente das crianças ocupar

No período da folga dominical.


O trabalho de Raikes deu resultado 

Reduziu os índices de criminalidade

O modelo se expandiu e foi adotado

Também em outras comunidades.


Aqui, a primeira Escola Dominical

Foi em Petrópolis no Rio de Janeiro

Robert e Sara, um abnegado casal

Foram os missionários pioneiros


Na Assembleia de Deus também

Dois meses após a sua fundação 

A primeira aula foi lá em Belém

No Outeiro, na casa de um irmão.


Depois, o Jornal Boa Semente

Publicava os estudos dominicais

Um suplemento para os crentes

Foi o embrião da revistas atuais 


Com a criação da Casa Publicadora

Esta Escola foi modernizada 

Tornou-se a principal ensinadora

De Doutrinas da Bíblia Sagrada. 


Escritores, teólogos e professores 

Deram importantes contribuições 

Elaborando projetos promissores

E também comentando as lições. 


Antonio Gilberto, indubitavelmente 

Foi o maior entusiasta deste ensino 

Aos professores e superintendentes

Cumprindo o seu chamado divino.


Eu cresci, indo à Escola Dominical 

A Palavra de Deus aprendi a amar 

Dou aulas nesta escola sem igual 

O que nela aprendi, vou ensinar. 


WELIANO PIRES, Evangelista da Assembleia de Deus, Ministério do Belém, em São Carlos-SP; Professor da Escola Dominical há 24 anos ininterruptos.

O GRANDE LIVRAMENTO

(Comentário do 3° tópico da lição 12: O banquete de Ester – Denúncia e livramento)   Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, falaremos do gra...