(Comentário do 2º tópico da LIÇÃO 14: MISSÕES E A VOLTA DO SENHOR JESUS).
Ev. WELIANO PIRES
Neste tópico, o comentarista continua ligando a volta de Jesus ao sucesso da evangelização mundial. Inicialmente, ele cita uma frase do saudoso evangelista americano, Billy Graham, que diz que “Deus ligou a segunda vinda de Cristo ao sucesso da evangelização”, usando como base o texto de Mateus 24.14. Na sequência, ele faz um chamado à Igreja, alertando que o fim está próximo e, por isso, devemos proclamar o Evangelho a toda a criatura.
1. A relação da volta de Jesus e Missões. No livro de apoio, o comentarista associa claramente a volta de Jesus à evangelização: “A volta de Jesus Cristo, sem sombra de dúvida, está ligada à obra missionária. O fim virá somente depois que todas as nações ouvirem o evangelho da verdade, isto é, quando a Igreja houver completado a sua missão evangelizadora de âmbito mundial.” Conforme explicamos no tópico anterior, o texto de Mateus 24.14 não diz isso, pois a vinda de Jesus não é o fim.
Apesar de não haver esta relação entre a evangelização completa do mundo e a data da volta de Jesus, a obra missionária está relacionada à volta de Jesus no sentido de que, o trabalho da Igreja na evangelização do mundo nesta dispensação, se encerrará com a vinda de Jesus. Após o arrebatamento da Igreja, nós não estaremos mais aqui para pregar o Evangelho. Portanto, é nesse sentido que precisamos nos preocupar em pregar, urgentemente, o Evangelho a toda criatura, antes da volta do Senhor.
Foi nesta perspectiva também que Jesus disse: “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.” (Jo 9.4). Para Jesus, “fazer a obra do Pai enquanto é dia” era enquanto Ele estava neste mundo. Para nós, significa aproveitar as oportunidades durante a nossa vida neste mundo. Após a nossa partida para a eternidade, ou após a vinda de Jesus, chegará “a noite” e não teremos mais como evangelizar. Há também o caso de evangelizar enquanto as pessoas estiverem vivas, pois não poderemos evangelizar as pessoas depois que elas morrerem.
2. O chamado para a Igreja. Em todo o Novo Testamento temos vários textos dizendo que o Senhor em breve virá buscar a sua Igreja. Com relação à vinda do Senhor, sabemos pelas Escrituras que:
a. A vinda é uma certeza. Todo cristão verdadeiro precisa ter a certeza que Jesus virá, pois Ele prometeu, os anjos confirmaram a sua promessa e os apóstolos também afirmaram que Ele vem. Infelizmente, há falsos mestres que negam a vinda de Jesus, ou dizem que Ele “já veio espiritualmente”.
b. A vinda do Senhor é incerta. Parece uma contradição dizer que a vinda do Senhor é uma certeza e, logo a seguir, dizer que é ela é incerta. Mas a incerteza não é se ela vai acontecer ou não e sim, sobre o dia e a hora. Ninguém sabe quando Jesus voltará, somente Deus.
c. A vinda do Senhor pode acontecer a qualquer momento. Não precisa de nenhum sinal se cumprir para Jesus voltar. Tudo o que Jesus falou que iria acontecer, já está acontecendo e irá se intensificar após o arrebatamento da Igreja.
Sabendo que Jesus virá com certeza, que não sabemos o momento da sua vinda e não sabemos o dia em que as pessoas irão morrer, precisamos nos empenhar na evangelização dos perdidos, caso contrário, eles estarão eternamente perdidos. Charles Spurgeon, famoso pregador batista da Inglaterra no século XVIII, disse certa vez: “Se você não está levando ninguém para o céu é porque não está indo para lá”.
Se um cristão não se preocupa em levar o Evangelho aos perdidos, tem duas opções: ou ele não acredita no que diz a Palavra de Deus, que todos os que morrerem sem Cristo estarão perdidos e, portanto, não pode ser considerado cristão; ou acredita que isso é verdade, mas não tem amor pelas almas e, nesse caso também é duvidoso o seu cristianismo. Que Deus nos desperte.
REFERÊNCIAS:
GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 133-153
Ensinador Cristão. CPAD, Ed. 95, pág. 42.
PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.398.
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