05 setembro 2023

CONVICÇÃO ESPIRITUAL

(Comentário do 1⁰ tópico da lição 10: Cultivando a convicção cristã)

Ev. WELIANO PIRES


Neste primeiro tópico, falaremos sobre a convicção espiritual. Segundo o dicionário, Houaiss da língua portuguesa, “convicção é a ação de convencer, isto é, ter uma ideia ou opinião sobre algo de modo obstinado, crendo absolutamente naquilo que acredita e transmitindo isso para as outras pessoas.” Em resumo, convicção pode ser descrita como a certeza profunda e inabalável que se tem sobre algo. 


A palavra convicção possui uma abrangência muito ampla e pode ter significados diferentes, dependendo do contexto em que será aplicada. No caso da convicção espiritual, temos três aspectos: o poder do Espírito, a confiança em Deus e a fidelidade na pregação. 


Inicialmente veremos neste tópico, a importância de se pregar o Evangelho no Poder do Espírito. Sem este poder, a pregação se reduz ao intelectualismo humano e torna-se ineficaz. 


Depois, falaremos da confiança em Deus. Falaremos do exemplo de Paulo e Silas em Filipos, que mesmo tendo sido açoitados com varas publicamente e lançados injustamente na prisão, eles não recuaram e continuaram pregando com ousadia a Palavra de Deus.


Por último, falaremos da fidelidade na pregação. O apóstolo Paulo, garantiu aos Tessalonicenses que a sua pregação, não era feita com engano, imundície ou fraudes. Ao contrário, ele havia sido comissionado por Deus para pregar o Evangelho, não para agradar aos homens e sim, a Deus.  


1- Poder do Espírito. O apóstolo Paulo pregava o Evangelho no Poder do Espírito Santo, com ousadia, sabedoria e milagres. Escrevendo aos Coríntios, ele disse: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder”. (1 Co 2.4). 


A pregação do Evangelho sem o Poder do Espírito Santo na vida do pregador e na mente dos ouvintes, torna-se mero intelectualismo humano. Não convence e não transforma ninguém. De filosofias, autoajuda e doutrinas humanas o mundo está cheio. O Evangelho de Cristo é o Poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer (Rm 1.16). Quando pregamos o Evangelho no Poder do Espírito, Ele confirma a Palavra com os sinais (Mc 16.20).


Quando pregamos a mensagem do Evangelho, precisamos que o Espírito Santo nos encha do Seu poder para falar e também trabalhe no coração dos ouvintes, para entenderem e se renderem a Cristo. Nenhum pregador é capaz de convencer um pecador a abandonar o pecado e vir a Cristo. Somente o Espírito de Deus pode fazer isso. 


A Igreja de Jerusalém era uma Igreja que tinha uma pregação ousada, comunhão entre os irmãos, sinais e maravilhas e em toda alma havia temor (At 2.42, 43). Isso acontecia por causa do Poder do Espírito Santo na Igreja. Da mesma forma, a Igreja de Antioquia, a de Éfeso, a de Tessalônica, de Filipos e outras. A Igreja do século XXI precisa buscar o revestimento de poder para enfrentar o espírito da Babilônia. 


2- Confiança em Deus. Muitas pessoas confundem fé com pensamento positivo e acham que fé é apenas acreditar que algo vai acontecer. Mas a fé bíblica não é isso. A fé é a confiança inabalável em Deus, em qualquer circunstância. Na galeria dos heróis da fé, em Hebreus 11, encontramos os registros de várias pessoas que realizaram atos extraordinários pela fé.


Entretanto, no mesmo capítulo, há também aqueles que pela fé: “...foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra. E todos estes, tendo testemunho pela fé, não alcançaram a promessa…” (Hb 11.35-39). 


Portanto, a fé em Deus está relacionada à confiança absoluta e incondicional que temos nele. A fé de Abraão, por exemplo, fez com ele deixasse a sua terra e os seus parentes e seguisse para uma terra que Deus iria lhe mostrar (Hb 11.8-10). A fé de muitos profetas fez com eles vivessem uma vida isolada, cheia de perseguições e humilhações, pela confiança que tinham em Deus. A fé só é autêntica se tiver obras e obediência a Deus. Se não, torna-se mera crença vazia na existência de Deus. Isso, até os demônios têm (Tg 2.18-20).


3- Fidelidade na pregação. A convicção espiritual do crente envolve também a fidelidade na pregação da Palavra de Deus. Nós fomos comissionados pelo Senhor Jesus para pregar a Sua Palavra ao mundo. Não podemos modificar o conteúdo do Evangelho para atrair as pessoas. A fidelidade na pregação consiste em pregar a Palavra de Deus, exatamente como ela é, sem diminuir, acrescentar ou falsificar. 


Jesus não enviou os seus discípulos para pregar filosofia, ideologia política, psicologia, auto ajuda ou oferecer melhoria de vida às pessoas neste mundo. Ele nos mandou pregar “O Evangelho” a toda criatura e ensinar a guardar tudo o que ele mandou (Mc 16.15; Mt 28.19). 


Infelizmente, na atualidade, muitos pregam "outro evangelho" e não o Evangelho de Cristo. Escrevendo aos Gálatas, o apóstolo Paulo disse que ainda que um anjo, ou um dos apóstolos anunciassem "outro evangelho", diferente do que ele havia anunciado, deveria ser considerado anátema ou maldito Gl 1.9). 


Este Evangelho é a boa notícia de Deus para a humanidade perdida: Jesus Cristo veio a este mundo para dar a Sua vida para salvar todo aquele que crer (Lc 19.10; 1Tm 1.15). Aqueles que não crerem, serão condenados (Mc 16.16). A Igreja tem a obrigação de pregar esta mensagem ao mundo, quer aceitem, quer rejeitem. Não é papel da Igreja convencer as pessoas a receberem a Cristo. Este papel é do Espírito Santo. A nossa obrigação é pregar o Evangelho no poder do Espírito, com confiança no Senhor e fidelidade naquilo que pregamos. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 133-144.

Revista Ensinador Cristão, Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 41.

Comentário Bíblico Pente costal: Novo Testamento. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.940-4.

Bíblia de Estudo Cronológico Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 20 15, p.1649).


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