14 julho 2023

REFUTANDO O ENSINO PROGRESSISTA

(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 03: O perigo do ensino progressista)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, veremos a refutação ao ensino progressista. O comentarista nos apresenta pelo menos três formas principais de se refutar o ensino progressista: reafirmar a autoridade bíblica, ensinar as doutrinas bíblicas e enfatizar a santificação. 


1- Reafirmando a autoridade bíblica. A autoridade da Bíblia fundamenta-se em seu autor, que é Deus. A Bíblia é a revelação escrita de Deus e, portanto, a sua autoridade depende total e exclusivamente do próprio Deus e não dos homens. Por isso, a Igreja não possui outra fonte infalível de autoridade. As doutrinas, costumes, tradições, liturgia e práticas da Igreja, tem que estarem, obrigatoriamente, embasadas na Bíblia Sagrada.


O conteúdo da Bíblia não é de origem humana. O apóstolo Pedro assim escreveu: "Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo." (2 Pe 1.20,21). Isso significa que os escritores eram humanos, mas o conteúdo dos seus escritos veio de Deus. Por ser inspirada ou soprada por Deus, a Bíblia se distingue de qualquer outro livro, pois, Deus é a Verdade e não pode mentir ou falhar. 


É indispensável fortalecer a doutrina da inspiração divina, verbal e plenária da inerrante Palavra de Deus (2 Tm 3.16,17). A palavra grega usada por Paulo, traduzida por “inspirada por Deus” é “theopneustos”. É a junção dos termos “Theos” (Deus) e “pneõ” (soprada), significa literalmente “soprada por Deus”. Quando falamos de inspiração verbal e plenária da Bíblia, significa que cada palavra da Bíblia e todo o seu conteúdo foi inspirado por Deus e não apenas algumas partes, como prega a teologia liberal. Não há um livro ou texto mais inspirado do que outros. Todos foram igualmente inspirados por Deus.


2- Ensinando as doutrinas bíblicas. A segunda forma de refutar o ensino progressista é ensinando constantemente à Igreja as doutrinas bíblicas. Existem duas palavras gregas traduzidas por doutrina: "didaskalia" e "didaquê". Estas palavras aparecem quarenta e oito vezes no Novo Testamento, referindo-se a um conteúdo ensinado ou ao próprio ato de ensinar.


Quando falamos de doutrina, no sentido bíblico, há três tipos de doutrina, de acordo com a origem: Doutrina de Deus, dos homens e dos demônios. Por isso, é importante destacar que não basta ensinar doutrina, tem que ser doutrina bíblica. Isso envolve a evangelização, discipulado, educação cristã e formação teológica de obreiros.


É obrigação dos pastores e mestres da Igreja, ensinar as doutrinas bíblicas à Igreja. Uma das características das Assembleias de Deus no Brasil, desde a sua fundação, são os cultos de ensino ou de doutrina. No início da denominação, não havia cursos teológicos. Por isso, um dos cultos da semana era destinado ao ensino da Palavra de Deus. No culto de ensino, iniciava-se com um período maior de oração, cantava-se um ou dois hinos e durante uma hora ou mais, o pastor trazia um estudo bíblico para a Igreja. 


Outra marca da Assembleia de Deus é a Escola Bíblica Dominical, onde se ensina sistematicamente a Palavra de Deus nas manhãs de domingo. Dois meses após a fundação da Assembléia de Deus, foi realizada a primeira aula da Escola Dominical em Belém-PA e em 1930 foi lançada a Revista Lições Bíblicas pela CPAD. Foram criadas também as Escolas Bíblicas de Obreiros (EBO) para ensinar sistematicamente a Palavra de Deus aos obreiros. Estes trabalhos de ensino sempre foram muito bem frequentados. Era uma exigência para os candidatos ao ministério, a participação nos cultos de ensino e na Escola Dominical. Um crente que frequenta assiduamente os cultos de ensino e a Escola Dominical é bem instruído nas doutrinas bíblicas. 


Infelizmente, nos últimos anos, esta realidade vem mudando. Tanto os cultos de ensino como a Escola Dominical estão cada vez mais vazias. Em muitos lugares, até mesmo obreiros não frequentam os trabalhos de ensino da Palavra de Deus. O resultado é que temos crentes raquíticos, sem firmeza espiritual e que abraçam ventos de doutrinas e inovações teológicas.


3- Enfatizando a santificação. O fortalecimento da autoridade bíblica e o aprendizado das doutrinas cristãs precisam estar atrelados, obrigatoriamente, a uma vida de santidade (1 Pe 1.16). O Cristianismo não é uma religião de discursos corretos, distanciados da prática. Precisamos viver aquilo que pregamos e mostrar ao mundo a santidade bíblica em nossa própria vida, em todas as áreas. A santificação é a operação do Espírito Santo para manter o salvo separado do pecado (Rm 12.1,2).


Muitas pessoas tem uma ideia equivocada do que é  ser santo. Os católicos, por exemplo, acham que santo é uma pessoa que não tem pecado ou alguém que tem poderes especiais para realizar milagres e por isso, foi canonizado pelo Papa. Quando falamos de santidade, precisamos ter em mente, que somente Deus é santo em si mesmo, na sua essência e natureza. Portanto, ninguém pode ser santo por si mesmo, ou na mesma proporção que Deus é. Se andarmos no Espírito, Ele nos santifica e assim, refletiremos a Sua santidade em nosso modo de viver. 


No Antigo Testamento, Deus faz questão de separar o seu povo das nações idólatras e os objetos e pessoas usadas no culto ao Senhor, das coisas imundas. No Novo Testamento inexiste o conceito de consagração e pureza rituais ou lugares e objetos sagrados. Entretanto, há também a exigência da santificação, como condição indispensável para se ver a Deus (Hb 12.14). É importante esclarecer que a santificação não é uma obra humana. O Espírito Santo é quem produz santidade no crente. O nosso padrão de santidade é o Senhor Jesus. O Espírito Santo nos molda, tornando-nos parecidos com Cristo. 


REFERÊNCIAS:


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras: A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.     

BÍBLIA DE ESTUDO APOLOGÉTICA. 1 Ed. 2000. ICP- Instituto Cristão de Pesquisas.

REVISTA LIÇÕES BÍBLICAS. Rio de Janeiro: CPAD, 1º Trimestre 2021.  

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